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Re: [ABE-L]: Re:[ABE-L]: para reflexão
- Subject: Re: [ABE-L]: Re:[ABE-L]: para reflexão
- From: Lucia Pereira Barroso <lbarroso@ime.usp.br>
- Date: Mon, 17 Sep 2007 01:41:50 -0300
Renato,
Segundo informações do Antonio Carlos, a lista abe-l está com 387 e-mails
cadastrados. O número de assinantes é menor porque algumas pessoas têm
mais do que um e-mail cadastrado.
Abraços
Lúcia
Quoting Renato Martins Assuncao <assuncao@est.ufmg.br>:
> Oi Gauss e colegas,
>
> afinal que este quebra-quebra meio diabolico serviu para animar a ABE-L.
> Que mais mensagens sobre historia, dicas, informacoes sobre assuntos
> relacionados mas nao mainstream circulem pra valer na lsita. Assim, ela
> fica mais interessante (lembrando sempre que ninguem e' obrigado
> a ler todas as mensagens que circulam).
>
> Sobre a postagem na lista, escrevi antes, e me sinto na obrigacao
> constrangida e desagradavel de opinar de novo.
> Acho que nao podemos deixar intimidacoes ocorrerem mas, igualmente
> importante, ninguem precisa de um curriculo LATTES bem vestido para
> escrever na ABE-L. As mensagens devem ser consideradas pelo seu
> conteudo, pelos argumentos, e nao por quem as envia. Nao e' preciso
> credencial. Existe uma falacia de raciocinio logica bem conhecida chamada
> de Ad Hominem ofensivo: Atacar um oponente numa discussao de foram
> pessoal e injuriosa ao inves de responder ao argumento.
>
> Um colega no meu depto era diretor da Uniao Municipal de Estudantes
> Secoundaristas,
> em tempos heroicos e historicos de movimento estudantil (eu tambem nao
> esperei muito
> para comecar a cometer meus pecados...),
> foi imprensado por um diretor de escola de ensino medio na frente dos demais
> alunos
> daquela escola: "Mas voce nao faz parte dessa escola" E ele respondeu "Entao
> voce
> nao tem resposta para meu argumentos". O diretor retirou-se furioso e a
> escola
> ovacionou meu colega, um menino de 16 anos na epoca.
>
> A melhor maneira de responder a um ataque Ad Hominem ofensivo na minha
> opiniao
> e' nao responder da mesma forma. A tentacao e' imensa mas essa resposta nao
> ajuda
> a adensar o debate. Nesses casos, e' melhor fechar o butequim pelo dia.
>
> Eu soube ontem que um colega, um dos pesquisadores mais ativos em nossa
> comunidade,
> nao faz parte da ABE-L. Fiquei sinceramente surpreso. E estamos preocupados
> com
> estudantes na ABE=L. Quantos assintantes ativos existem? Lucia, existe este
> numero?
> Sera' que somos apenas um bando de professores gatos-pingados escrevendo
> entre si?
> Talvez se fomentarmos mais o debate intelectual, a troca de
> informacoes, este colega venha a se juntar a ABE-L.
>
> Por falar nisso, so hoje tive tempo de ver a segunda apresentacao de
> Hans Roslings, o diretor do Karolisnka Institute da Suecia, um show
> inacreditavel
> de visualizacao de dados. Eu andei divulganfdo a apresentacaode 2006 dele.
> Esta e' de 2007 e o site abaixo possui outras.
> Estou em contato com eles para fazer a traducao
> das apresentacaoes. Estas conferencias desse cara podem fazer pelo ensino
> da estatistica o que nenhum de nos e' capaz de fazer. Vejam pra crer:
>
> http://www.gapminder.org/video/talks/ted-2007---the-seemingly-impossible-is-
possible.html
>
> Voce e seus alunos nunca mais verao os dados da mesma forma depois
> dessa conferencia. Uma experiencia unica.
>
> Ah, parece que esse cara, Hans Roslings, esteve no Brasil numa conferencia
> patrocinada pelo IBGE no Rio. Alguem tem mais informacao sobre isso? So'
> lamento
> muitissimo nao ter estado presente. Algume esteve la'? Ele fez tambem o show
> de engolir espada??
>
> Renato
> PS: a mensagem do Carlinhos sobre o fato de que ensinamos o que acreditamos
> e que quem decide o que ensinar somos nos foi um primor, hem? Fiquei perplexo
> em
> ver que concordava inteiramente com ele.
>
> -----"gausscordeiro" <gausscordeiro@uol.com.br> escreveu: -----
>
> Para: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
> De: "gausscordeiro" <gausscordeiro@uol.com.br>
> Data: 15/09/2007 10.46
> Assunto: [ABE-L]: para reflexão
>
> Caros,
>
> O mundo acadêmico das áreas de exatas antes dos anos 70
> era predominantemente dominado, em primeiro lugar,
> pelos matemáticos e físicos e, depois, pelos químicos.
>
> Com o retorno ao Brasil dos primeiros doutores em
> estatística formados exterior e a criação de alguns
> Departamentos de Estatística nos anos 70, o cenário em
> prol da nossa área no País começou a se configurar.
> Se existiram doutores em estatística no País formados no exterior antes dos
> anos 70, acredito que eles foram de
> menor monta para dar um impulso significativo à nossa área.
>
> O grande impulso da estatística no Brasil se deu ? no meu entender ? na
> década de 80 -, e a criação da ABE com seus efeitos multiplicativos foi
> primordial para esse processo evolutivo. A consolidação da estatística
> certamente
> ocorreu nos anos 90 com a ampliação dos cursos de mestrado
> e doutorado.
>
> Não tenho receio de errar ao dizer que, atualmente, as atividades de pesquisa
> em estatística (incluo aqui
> obviamente probabilidade, pois não faço distinção entre
> estas áreas de concentração) no Brasil competem em qualidade
> com a física, matemática, química e computação (que cresceu
> a passos largos nos anos 90), perdendo tão somente em
> quantidade face ao menor capital humano.
>
> Como me julgo (sem cabotinismo), entre tantos outros,
> parte integrante desse processo de crescimento, acredito
> que discussões na lista eletrônica são importantes para
> mostrar aos jovens estudantes o poder da estatística,
> que HOJE NÃO É MAIS o patinho feio das ciências exatas
> como acontecia na década de 70.
>
> No meu entender, todas as áreas da estatística são
> importantes desde a teoria da medida e a teoria assintótica
> aos métodos MCMC Bayesiano, passando pelas técnicas
> intensivas como bootstrap, computação neural e a
> grande variedade dos métodos estatísticos aplicados.
> Ademais, com o crescimento das técnicas computacionais,
> a cada dia surgem novas áreas de interesse como, por exemplo,
> a teoria assintótica acoplada com a computação simbólica
> que só tenderá a crescer nos próximos anos.
>
> Claro que todos nós temos nossas próprias preferências
> e investimos nelas para termos um lugar ao sol no cenário internacional. Mas
> negar a importância de qualquer uma
> dessas áreas representa UM ERRO MUITO GRAVE e só colabora
> para desprestigiar a estatística e o trabalho dedicado
> de pessoas que têm produzido o melhor para a pesquisa
> cinetífica na sua área de atuação.
>
> Sinto pela mensagem longa, mas nos últimos tempos a praia
> não tem me fascinado. Um bom final de semana para todos.
>
> Cordiais saudações,
> Gauss Cordeiro
>
>
>
>
>
>
>
>
Lucia Pereira Barroso <lbarroso@ime.usp.br>