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ESTAMOS PREPARADOS ?



Caros Redistas
Me parece que assuntos técnicos tem menos interesse do que assuntos corporativistas. Mais uma vez damos tiro no pé. Só quando deixarmos de julgar que o trabalho de pessoas tao ou mais competentes que nós mesmos seja sem importancia , ou que não publicar muito ( as vezes coisas só lidas pelo autor e sua familia )é o que vale , e colocar problemas ou julgamentos pessoais no julgamento profissional estaremos aptos a julgar nossos pares imparcialmente e fazermos funcionar um comite. Até lá me sinto mais confortavel sendo julgado por matemáticos e probabilistas. Posso citar varios exemplos de ocorrencias de confundir problemas pessoais com julgamentos imparciais na nossa comunidade. O mais recente com um pedido de bolsa de pos doutoramento que felizmente na faze de reconsideração a diretoria do orgao nao levou em consideração o parecer do consultor que na época´ e até hoje não tem condições de julgar nada imparcialmente. Basilio


É, penso que o Renato tem razão.
Esta discussão é muito mais importante do que as provas da existência de
deus ou a briga (pequena) entre frequentistas e bayseanos.
Talvez o mecanismo de mobilização da nossa categoria passe exatamente pela
formação de um comitê próprio.
Abraços,
Em 07/10/07, Renato Martins Assuncao <assuncao@est.ufmg.br> escreveu:

Caros Gauss, Cribari, Enrico, Pedrao e colegas,
e' uma pena que depois de um furor de mensagens, um assunto tao
importante quanto a representacao da estatistica nos comites
das agencias de fomento encontre tao pouca receptividade na lista.
Ressaca? ** O Silencio
Em minha opiniao, esse silencio  na lista da ABE reflete o grau de baixa
mobilidade que nos, eu incluso, temos para garantir um pedaco
significativo
dos recursos de pesquisa para a estatistica. Este e' o meu maior receio na
criacao
de um comite em separado: que a falta de vigor de nossa comunidade nao
consiga
garantir nem mesmo as parcas quantidades que nos temos hoje.
Nao se trata aqui de acusacoes mesquinhas. Eu mesmo
me incluo no grupo dos sem iniciativa. Quem quiser que atire a primeira
pedra
ou clame o contrario para si.  Continuando...
Eu nao entendo bem de onde vem isto (a apatia) ou como alterar a situacao.
Exceto por duas honrosas excecoes em nossa comunidade, eu nao vejo
liderancas, sejam individuais, sejam de grupos,
capazes de falar em nome dessa comunidade de pesquisa estatistica. As
excecoes
acima acabam isoladas ja' que nao possuem um grupo de pesquisa organizado
para
defender os seus interesses.
E' sintomatico que o Francico Cribari (uma das liderancas que eu
reconheco)
tenha discordado do Pedrao num ponto que eu
acho que reflete exatamente esta visao:
>"Pela ampliação da
>participação da ABE na definição dos destinos de fundos públicos de
>pesquisa na área da Estatística no Brasil."
>A definição do uso de recursos do CNPq cabe ao CNPq; idem para a
>CAPES, FINEP, FAPESP, FAPERJ, FAPEMIG, FACEPE, etc. Cada agência
>tem o direito de ter as suas diretrizes e de estabelecer as
>sistemáticas de escolha de seus
>assessores.
Sem duvida, e acho que o Pedrao tambem deve concordar com o Cribari.
Mas vamos nos lembrar do que o carlinhos escreveu aqui sobre a definicao
dos cursos e do que se ensina nas universidades. Quem decide o que
financiar
e quanto financiar de cada area sao os cientistas, a comunidade cientifica
como
um todo, atraves de suas liderencas individuais (escolhidas dentre os mais
produtivos e os mais articulados institucionalmente). As associacoes podem
ser
um dos mecanismos de acao atraves de discussoes vigorosas das politicas de
fomento em seus boletins (quantas vezes fizemos isso no da ABE?), da
discussao e tentativa de convencimento de todos (nos inclusive)
de que o investimento em areas especificas (farmacos, biotecnologia, TI,
projeto genoma) sao fundamentais, sao alta ciencia, sao importantes, e
merecem ser bem financiados.
Quantos de nos estatisticos estao ocupando posicoes de pro-reitoria de
pos-graduacao de suas universidades, na CAPES, nos orgaos
de formento estaduais, na FINEP, .... Os fisicos, biologos, etc, acham
isto fundamental, coupam este espaco, viram instituicao e determinam
quantos e quem (digo area) deve receber bolsa, alocacao de recursos, etc.
Esta precocupacao institucional passa longe, muito longe, de nossa
comunidade,
excetuando-se algumas iniciativas individuais. ** Falta de dados:
Para que qualquer decisao (formar outro comite ou nao)
possa ser tomada,  os estatisticos
deveriam estar gritando pelos dados, cade os dados? O Gauss levantou
alguns
que sao um tanto chocantes. No CNPQ, existe um comite de defesa composto
por dois (!!) representantes, Ciencias Atmosféricas e Meteorologia possui
comite de 2 membros. Vejam m http://www.cnpq.br/cas/membros.htm
E' dificil levar uma discussao em frente so na base do eu acho.
Seria muito util ter um levantamento mais sistematico (ESTATISTICO)
da criacao dos comites, de sua distribuicao de bolsas e tamanhos,
etc.
A ABE poderia tomar a iniciativa de retomar a comissao sobre
este assunto. O parecer nao seria conclusivo e nem deveria ser,
poderia apenas indicar sugestoes de acoes para a associacao. ** Uma necessidade mais premente
De qualquer modo, sem o apoio efetivo da comunidade qualquer
iniciativa nao vai prosperar. Parece que existe tambem a necessidade mais
premente de tentar obter um consenso mais claro sobre o que e' a pesquisa
estatistica
e como essa pesquisa devera' ser valorizada. Sem esse consenso, fica
dificil
imaginar que possamos caminhar. Como comunidade, temos este consenso? Renato Assuncao -----Francisco Cribari < cribari@de.ufpe.br> escreveu: -----
Para: Pedro Luis Nascimento Silva <pedronsilva@gmail.com>
De: Francisco Cribari < cribari@de.ufpe.br>
Data: 27/09/2007 21.11
cc: abe-l <abe-l@ime.usp.br>
Assunto: Re: [ABE-L]: Placar 189 x 42 Caro Pedro,
Concordo com praticamente tudo o que você escreveu, mas gostaria de
discordar, "data venia", da seguinte afirmação: "Pela ampliação da
participação da ABE na definição dos destinos de fundos públicos de
pesquisa na área da Estatística no Brasil." A definição do uso de
recursos do CNPq cabe ao CNPq; idem para a CAPES, FINEP, FAPESP, FAPERJ,
FAPEMIG, FACEPE, etc. Cada agência tem o direito de ter as suas
diretrizes e de estabelecer as sistemáticas de escolha de seus
assessores.
Acho que seria muito complicado envolver as dezenas (centenas?) de
associações científicas no processo de alocação de verbas de
financiamento à pesquisa e à pós-graduação. Há áreas que não contam com
associação científica e há áreas que têm várias (Economia é uma delas).
No que tange à formação de um CA no CNPq para a área de Estatística e
Probabilidade, não creio que seja tarefa fácil. Todavia, se houver o
entendimento de que tal passo é desejável, acho que o caminho seria uma
gestão dos muitos pesquisadores da área (inclusive da Probabilidade)
junto à presidência do CNPq através da ABE.
Para que cheguemos lá, contudo, é necessário que o debate seja
retomado.
Dois aspectos potencialmente daninhos que são citados sobre a criação de
um comitê assessor específico para a nossa área são: (i) haveria maior
latitude para corporativismo; (ii) junto com a Matemática temos mais
força no âmbito do CNPq; sem ela, seríamos pequenos e teríamos menos
cacife de barganha.
Adicionalmente, como a Matemática e a Estatística/Probabilidade são, no
CA-MA, "vasos comunicantes", temos espaço para nos posicionar acima de
certos tetos. Por exemplo, temos mais de 10% dos pesquisadores de nossa
área acima do limite máximo de 10% determinado pelo CNPq (5
pesquisadores 1A para 42 pesquisadores). Isso só é possível porque
estamos juntos com a Matemática; sem essa parceria, teríamos no máximo 4
pesquisadores 1A. Esse é apenas um exemplo.
Um aspecto positivo da criação de novos CAs que é comumente mencionado é
que ela tipicamente vem com um $v_0$, uma dotação "enxoval". No caso em
tela, seria importante que esse $v_0$ fosse, claro, superior à nossa
atual dotação dentro do CA-MA. Como você e os demais colegas enxergam esses dilemas? Um abraço. FC

On Qui, 2007-09-27 at 22:38 +0100, Pedro Luis Nascimento Silva wrote:
> Prezados Gauss, Francisco e Enrico,
>
> Penso que uma das razões para o pequeno tamanho da ABE, em comparação
> com o tamanho muito maior da 'Estatística' no Brasil, tem a ver com
> esta 'opção' que tem sido mantida pela nossa associação no que diz
> respeito à questão da sua inserção nos comitês de pesquisa do CNPq e
> CAPES. Minha opinião pessoal, que expressei no comitê do qual o
> Cribari fala, é de que deveríamos ter como bandeira ou meta um comitê
> específico para cuidar da área de Estatística. Esse é o nome da nossa
> associação, e deveria ser o nome do nosso comitê. Notem que não
> proponho excluir ou separar a probabilidade da estatística, como não
> fazemos em nossa associação.
>
> Muitos pesquisadores em estatística fazem suas carreiras através de
> comitês de outras áreas porque não encontraram ou não teriam espaço
> para reconhecimento de suas contribuições nos comitês dominados por
> pessoas que não os considerariam como pares. Acho que o Enrico tocou
> no ponto chave: muitos de nós não nos sentiríamos entre pares nos
> comitês atuais. Não estão errados os membros dos comitês. O que está
> errado é ter comitês em que os pares não são os responsáveis pelo
> julgamento da contribuição.
>
> Gostaria ainda de salientar que, apesar de importantes como instância
> de valor simbólico para uma comunidade de pesquisa, tais comitês são
> peça pequena num momento em que as agências de fomento não tem como
> suprir todas as necessidades de financiamento das atividades de
> pesquisa e desenvolvimento. Nossa comunidade precisa se organizar para
> disputar com melhores chances de sucesso espaços e recursos que vão
> sendo alocados por outras fontes, e de outras formas que não a
> modalidade das bolsas de produtividade em pesquisa. Há um mundo de
> oportunidades associadas ao desenvolvimento de produtos e processos,
> de pesquisas em grupos onde o saber principal não é o da Estatística,
> mas onde não se faz nada de relevante sem este saber, do qual a
> comunidade dita da Estatística participa de maneira completamente
> desarticulada, sem visão de conjunto, e provavelmente, apenas na base
> do esforço individual.
>
> Pela criação do comitê da Estatística nos órgãos de fomento.
>
> Pela ampliação da participação da ABE na definição dos destinos de
> fundos públicos de pesquisa na área da Estatística no Brasil.
>
> Pela maior articulação da participação dos membros da comunidade em
> projetos e iniciativas caracterizadas por envolverem forte conteúdo de
> Estatística.
>
> Saudações a todos e todas.
>
> Pedrão.
>
>
> Em 27/09/07, Francisco Cribari escreveu:
>         Caro Gauss,
>
>         Quando eu entrei no CA-MA do CNPq como assessor da área de
>         Estatística e
>         Probabilidade (em setembro de 2003), essas áreas contavam (se
>         lembro
>         bem) com 38 bolsas de produtividade em pesquisa. Se estamos
>         com 42
>         bolsas agora, houve um aumento de cerca de 10% em 4 anos.
>         Quando eu
>         estava no CA-MA fiquei feliz ao ver alguns pesquisadores
>         jovens
>         brilhantes ganharem bolsas e fiquei triste ao ver pessoas de
>         mérito
>         comprovado que não conseguiram entrar no sistema. Da mesma
>         forma, fiquei
>         feliz ao assistir a promoções de nível altamente meritórias e
>         frustrado
>         ao notar que pesquisadores muito ativos não conseguiram
>         ascender. Essa
>         "bipolaridade" marcou o meu mandato no CNPq. Creio que outros
>         representantes tenham sentido o mesmo.
>
>         A ABE formou uma comissão e a encarregou de discutir a
>         possibilidade de
>         criação de um CA de Probabilidade e Estatística. Esta comissão
>         foi
>         formada por mim, pela Eulália e pelo Pedro. As discussões
>         foram
>         frutíferas, mas foram, tenho que reconhecer, menos conclusivas
>         do que
>         gostaríamos. A ABE realizou ainda uma consulta junto a
>         pesquisadores da
>         área sobre três possibilidades: (i) manter o "statu quo"; (ii)
>         solicitar
>         a criação de um novo CA (para Probabilidade e Estatística);
>         (iii)
>         solicitar a inclusão de mais um representante no CA passando o
>         CA a ter
>         um representante para a Estatística e um para a área de
>         Probabilidade).
>         Não lembro bem o resultado da pesquisa; a Lúcia poderá
>         fornecer mais
>         informações. Todavia, creio que não houve preferência pela
>         criação de CA
>         para a área. Essa é uma discussão complexa e que envolve
>         vantagens e
>         desvantagens em cada esquina. Eu mesmo tenho "mixed feelings"
>         sobre cada
>         alternativa.
>
>         Faço esse histórico para sugerir que a ABE retome a discussão
>         e os
>         encaminhamentos sobre essa importante questão. Idealmente, a
>         discussão
>         deveria envolver também os pesquisadores da área de
>         Probabilidade.
>
>         Um abraço para você.
>
>         FC
>
>
>
>         On Qui, 2007-09-27 at 12:02 -0300, gausscordeiro wrote:
>         > Caros,
>         >
>         >
>         >
>         > Há mais de 23 anos, sempre defendi que a Estatística tivesse
>         um comitê
>         > próprio
>         >
>         > no CNPq face ao crescimento a passos largos dessa área no
>         país.
>         >
>         >
>         >
>         > Sem querer polemizar (e para o meu dileto colega Luís Paulo
>         não pedir
>         > para eu
>         >
>         > "apontar minha metralhadora mais para cima") gostaria apenas
>         de citar
>         > um fato
>         >
>         > que constatei esta semana, ao ministrar um minicurso de MLG
>         na
>         > excelente
>         >
>         > Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de
>         Maringá (nível
>         > 6 na Capes).
>         >
>         >
>         >
>         > A área de zootecnia no CNPq (4 membros no seu comitê
>         assessor próprio
>         > mais um suplente)
>         >
>         > detém cerca de 189 bolsas de produtividade de pesquisa, das
>         quais 18
>         > estão na
>         >
>         > Pós-Graduação acima.
>         >
>         >
>         >
>         > A nossa área de probabilidade e estatística em todo o país,
>         detém
>         > somente
>         >
>         > 42 bolsas de produtividade de pesquisa, ou seja, ínfimo 22%
>         do peso
>         > da
>         >
>         > participação da zootecnia. Eu acredito que esta discrepância
>         global
>         > persista em
>         >
>         > relação a outras áreas do conhecimento tais como: engenharia
>         de
>         > produção,
>         >
>         > economia, veterinária, agronomia etc.
>         >
>         >
>         >
>         > Algumas pessoas podem argumentar que existem bolsas de
>         pesquisadores
>         > que
>         >
>         > trabalham com estatística em outras áreas. Isso é verdade,
>         embora um
>         >
>         > comitê próprio de probabilidade e estatística, no meu
>         entender, seria
>         > salutar e
>         >
>         > imprescindível para agregar os estatísticos e dar o valor
>         científico
>         > real que a nossa
>         >
>         > área merece.
>         >
>         >
>         >
>         > Tenho um amigo que costuma me dizer que os estatísticos
>         adoram atirar
>         > nos próprios
>         >
>         > pés. Eu gostaria de refutar em breve a sua assertiva com
>         fatos
>         > concretos.
>         >
>         >
>         >
>         > Saudações,
>         >
>         >
>         >
>         > Gauss Cordeiro
>
>         --
>         Francisco Cribari-Neto               voice: +55-81-21267425
>         Departamento de Estatística          fax:   +55-81-21268422
>         Universidade Federal de Pernambuco   e-mail:
>         cribari@de.ufpe.br
>         Recife/PE, 50740-540, Brazil
>         http://www.de.ufpe.br/~cribari
<http://www.de.ufpe.br/%7Ecribari>
>
>         "Dear friend, theory is all grey and the golden tree of life
>         is green."
>
>         --Goethe
>
>
>
>
>
> --
> Pedro Luis do Nascimento Silva
> Southampton Statistical Sciences Research Institute
> University of Southampton
> Highfield
> Southampton, SO17 1BJ, UK
> Tel: 44-23-80597169
> Fax: 44-23-80595763
> Alternate e-mail: pedrolns@soton.ac.uk
--
Francisco Cribari-Neto               voice: +55-81-21267425
Departamento de Estatistica          fax:   +55-81-21268422
Universidade Federal de Pernambuco   e-mail: cribari@de.ufpe.br
Recife/PE, 50740-540, Brazil http://www.de.ufpe.br/~cribari<http://www.de.ufpe.br/%7Ecribari>
"Dear friend, theory is all grey and the golden tree of life is green."
--Goethe



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