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Re: [ABE-L]: ainda com otimismo



Caro Zé,

Concordo com quase todos os seus pontos. As federais no
global não são regidas pela meritocracia e impera um corporativismo crônico e problemas sérios que vão das
eleições dos dirigentes pelo voto direto até a isonomia
perversa (como você mesmo citou) passando pelas associações docentes dominadas por professores carreiristas e sindicalistas e pelo "toma lá da cá" e outras aberrações que o espaço aqui
seria insuficiente. Professores que publicam, ensinam e
orientam recebem os mesmos salários que seus pares que
têm a universidade como um bico.

Mas eu continuo otimista porque acho que as federais
hoje são bem melhores do que há 25 anos, embora muitos
desses problemas persistam. Digo isso, com conhecimento
de causa, pois dediquei minha vida às federais:
UFRJ, UFPE, UFBA e UFRPE.

Entretanto, permita-me discordar de você quanto ao Paulo Renato, pois eu esperava muito mais dele ? um ex-reitor da UNICAMP -,
e conhecedor da gestão de uma boa universidade, nos 8 anos que ficou à frente do MEC.

O que eu presenciei, neste período, foram as federais numa
situação engessada sem poder contratar professores
qualificados, pouca verba de capital e custeio, enquanto havia uma expansão assombrosa do ensino privado superior. O ensino superior privado fez a festa na gestão Paulo Renato.
Esses são fatos reais!

O atual titular do MEC me parece mais atento às federais
embora haja um certo desgoverno federal do País em certas
áreas.

Boa estada fora da nossa Pátria de Chuteiras e
continuaremos discutindo a academia de ontem e
hoje no nosso próximo encontro, se possível, com sua
cerveja de griffe.

Um abraço,
Gauss Cordeiro









> Gauss, meu amigo: na gestao do Paulo Renato, no MEC, o que eu vi, sobretudo,
> foi um esforco para avaliar as universidades e, em outra linha, os docentes.
> Com isso, criar diferenciais que levassem a mais esforco, melhor trabalho.
> Um trabalho dificil, face - justamente - ao corporativismo, que reagiu 
> fortemente. A ideia de remuneracoes variaveis, resultante de alguma
> avaliacao, foi vivamente contestada com base na estupida ideia de "isonomia"
> (iguais proventos em todo Brasil, entre todos os docentes), algo que so
> desestimula.
>
> Agora, confesso que estou afastado dessa "lida"; fico sabendo de problemas
> gerenciais e politicos de universidades, sobretudo as federais,  atraves de
> colegas. Contudo, ouso achar que uma coisa nao mudou: o governo federal,
> centralizador, nao tem como bem gerenciar as muitas dezenas de universidades
> que o povo sustenta sob sua "administracao".
>
> Vi, aqui,congratulacoes dadas por uma classificacao (qual "o" indice?) das
> 500 "melhores" universidades do mundo. Claro, deu USP e Unicamp na cabeca...
> do Brasil... da America do Sul... la pelo lugar 200, certo? Ah, que bom! Vc
> viu quantas universidades CHINESAS estavam a frente de USP e Unicamp? E em
> lugares bem acima? A classificacao nao e' causa para tanto brio. De todo
> modo, nao espanta que, no Brasil, saiam USP e Unicamp a frente. O estado de
> Sao Paulo poderia prescindir facilmente de IFES, com todo respeito a UFSCar e
> a velha Paulista de Medicina. Ocorre simplesmente isto: ainda que USP e
> Unicamp (e Unesp) sejam ja dificeis de tratar, do ponto de vista do governo
> do estado, elas estao mais proximas, entre si, e dos governantes (e talvez do
> proprio povo, seu cliente, sem querer soar demagogico), que qualquer par de
> universidades federais.
>
> Desculpe a falta de acentuacao. Estou fora do Brasil, a maquina nao e minha e
> o teclado eh desprovido de acentos...
>
> Abracos,
>
> Ze
>
> On Sunday 25 November 2007 11:13:49 gausscordeiro wrote:
> > Caros Redistas,
> >
> > Meu email à rede da ABE sobre as federais tratou apenas
> > de divulgar uma ata de reunião e, o mais importante,
> > o seu pano de fundo era de otimismo e encorajamento aos
> > alunos de doutorado de Estatística que assinam a rede,
> > que agora poderão encontrar um mercado de trabalho nas
> > federais por conta da maior oferta de vagas (devido ao
> > REUNI).
> >
> > Lembo a todos que da segunda metade dos anos 90 ao início
> > do ano 2000, por quase 6 anos, exportamos muitos doutores
> > para fora do País, pois eles não tinham opção de trabalho
> > nas federais. Pura desgraça do Ministro de Educação
> > Paulo Renato que penalizou as federais duramente e só
> > fez crescer exponencialmente as instituições de ensino
> > superior privadas.
> >
> > Acredito que agora a situação melhorou para as federais.
> > Em nenhum momento citei ou discuti o PROIFES.
> >
> > Na minha vida acadêmica sempre defendi a
> > meritocracia e combati enormemente o
> > corporativismo crônico reinante nas federais e
> > em outras instutições públicas no País.
> >
> > Saudações domingueiras,
> >
> > Gauss Cordeiro
>
>
>