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Re: [ABE-L]: ainda com otimismo



Prezados Redistas,

Eu não pretendia mandar tantas mensagens, mas fica difícil conter-me diante 
de um proselitismo francamente conservador que efetivamente detem hoje o 
poder nas IFES, a despeito das malfadadas eleições diretas para os seus 
dirigentes. Não vou repetir nesta mensagem a definição de isonomia que está 
sendo deliberadamente empregada com o sentido errado. Não é verdade também 
que professores produtivos sejam impedidos de ganhar mais. Fazem-no através 
de bolsas de pesquisa e projetos de prestação de seviços. A solução para os 
professores que fazem da universidade um bico, não é diminuir o seu salário, 
mas colocá-los na linha. Mas isto significa aplicar a lei, e eu conheço 
muitos colegas produtivos que estão fora da lei, e pretendem continuar 
assim. Para esses a solução é aplicar um diferencial no salário, e não 
aplicar a lei. Falando mais claro, colocar seus alunos de pós para dar a 
carga docente na gradução, ausentar-se do país sem licença legal, 
comprometer a impessoalidade dos arcaicos concursos para docente para 
docente, botando para dentro seus apaniguados, e a lista é longa, os nomes e 
as provas também...
O pensamento conservador travestido de proisso ou proaquilo não visa 
transformar nada, mas manter os privilégios dos mesmos. E essa 
patrimonialização das IFES que vem de longa data é que compromete o seu 
crescimento. 

[]´s
On Sun, 25 Nov 2007 21:47:07 -0200, gausscordeiro wrote
> Caro Zé,
> 
> Concordo com quase todos os seus pontos. As federais no
> global não são regidas pela meritocracia e impera um corporativismo 
> crônico e problemas sérios que vão das eleições dos dirigentes pelo 
> voto direto até a isonomia perversa (como você mesmo citou) passando 
> pelas associações docentes dominadas por professores carreiristas e 
> sindicalistas e pelo "toma lá da cá" e outras aberrações que o 
> espaço aqui seria insuficiente. Professores que publicam, ensinam e 
> orientam recebem os mesmos salários que seus pares que têm a 
> universidade como um bico.
> 
> Mas eu continuo otimista porque acho que as federais
> hoje são bem melhores do que há 25 anos, embora muitos
> desses problemas persistam. Digo isso, com conhecimento
> de causa, pois dediquei minha vida às federais:
> UFRJ, UFPE, UFBA e UFRPE.
> 
> Entretanto, permita-me discordar de você quanto ao Paulo Renato, 
> pois eu esperava muito mais dele ? um ex-reitor da UNICAMP -, e 
> conhecedor da gestão de uma boa universidade, nos 8 anos que ficou à 
> frente do MEC.
> 
> O que eu presenciei, neste período, foram as federais numa
> situação engessada sem poder contratar professores
> qualificados, pouca verba de capital e custeio, enquanto havia uma 
> expansão assombrosa do ensino privado superior. O ensino superior 
> privado fez a festa na gestão Paulo Renato. Esses são fatos reais!
> 
> O atual titular do MEC me parece mais atento às federais
> embora haja um certo desgoverno federal do País em certas
> áreas.
> 
> Boa estada fora da nossa Pátria de Chuteiras e
> continuaremos discutindo a academia de ontem e
> hoje no nosso próximo encontro, se possível, com sua
> cerveja de griffe.
> 
> Um abraço,
> Gauss Cordeiro
> 
> > Gauss, meu amigo: na gestao do Paulo Renato, no MEC, o que eu vi, 
sobretudo,
> > foi um esforco para avaliar as universidades e, em outra linha, os 
docentes.
> > Com isso, criar diferenciais que levassem a mais esforco, melhor 
trabalho.
> > Um trabalho dificil, face - justamente - ao corporativismo, que reagiu 
> > fortemente. A ideia de remuneracoes variaveis, resultante de alguma
> > avaliacao, foi vivamente contestada com base na estupida ideia 
de "isonomia"
> > (iguais proventos em todo Brasil, entre todos os docentes), algo que so
> > desestimula.
> >
> > Agora, confesso que estou afastado dessa "lida"; fico sabendo de 
problemas
> > gerenciais e politicos de universidades, sobretudo as federais,  atraves 
de
> > colegas. Contudo, ouso achar que uma coisa nao mudou: o governo federal,
> > centralizador, nao tem como bem gerenciar as muitas dezenas de 
universidades
> > que o povo sustenta sob sua "administracao".
> >
> > Vi, aqui,congratulacoes dadas por uma classificacao (qual "o" indice?) 
das
> > 500 "melhores" universidades do mundo. Claro, deu USP e Unicamp na 
cabeca...
> > do Brasil... da America do Sul... la pelo lugar 200, certo? Ah, que bom! 
Vc
> > viu quantas universidades CHINESAS estavam a frente de USP e Unicamp? E 
em
> > lugares bem acima? A classificacao nao e' causa para tanto brio. De todo
> > modo, nao espanta que, no Brasil, saiam USP e Unicamp a frente. O estado 
de
> > Sao Paulo poderia prescindir facilmente de IFES, com todo respeito a 
UFSCar e
> > a velha Paulista de Medicina. Ocorre simplesmente isto: ainda que USP e
> > Unicamp (e Unesp) sejam ja dificeis de tratar, do ponto de vista do 
governo
> > do estado, elas estao mais proximas, entre si, e dos governantes (e 
talvez do
> > proprio povo, seu cliente, sem querer soar demagogico), que qualquer par 
de
> > universidades federais.
> >
> > Desculpe a falta de acentuacao. Estou fora do Brasil, a maquina nao e 
minha e
> > o teclado eh desprovido de acentos...
> >
> > Abracos,
> >
> > Ze
> >
> > On Sunday 25 November 2007 11:13:49 gausscordeiro wrote:
> > > Caros Redistas,
> > >
> > > Meu email à rede da ABE sobre as federais tratou apenas
> > > de divulgar uma ata de reunião e, o mais importante,
> > > o seu pano de fundo era de otimismo e encorajamento aos
> > > alunos de doutorado de Estatística que assinam a rede,
> > > que agora poderão encontrar um mercado de trabalho nas
> > > federais por conta da maior oferta de vagas (devido ao
> > > REUNI).
> > >
> > > Lembo a todos que da segunda metade dos anos 90 ao início
> > > do ano 2000, por quase 6 anos, exportamos muitos doutores
> > > para fora do País, pois eles não tinham opção de trabalho
> > > nas federais. Pura desgraça do Ministro de Educação
> > > Paulo Renato que penalizou as federais duramente e só
> > > fez crescer exponencialmente as instituições de ensino
> > > superior privadas.
> > >
> > > Acredito que agora a situação melhorou para as federais.
> > > Em nenhum momento citei ou discuti o PROIFES.
> > >
> > > Na minha vida acadêmica sempre defendi a
> > > meritocracia e combati enormemente o
> > > corporativismo crônico reinante nas federais e
> > > em outras instutições públicas no País.
> > >
> > > Saudações domingueiras,
> > >
> > > Gauss Cordeiro
> >
> >
> >


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20001-970 Rio de Janeiro, RJ

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