[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: Ainda "Apenas Graduados podem trabalhar na área"



Só para complementar o texto do Luis Paulo, no IBGE, na área dita mais técnica, somos Pesquisadores (ou Tecnólogos) em Informações Estatísticas e Geográficas. Nessa categoria temos , independente da graduação ou carteirinha, Geógrafos, Estatísiticos, Economistas, Engenheiros, Médicos, etc. Nas áreas administrativas temos outros cargos desse tipo acolhendo profissionais de diversas áreas, também.
Inclusive nos nossos concursos, com exceção do último, não era exigida formação por área, salvo alguns casos previstos em lei bem restritivas como Engenheiro Cartógrafo (??). No último houve discriminação (no sentido Estatístico!) na inscrição, mas os aprovados foram contratados nos cargos acima.
Concluindo: não há cargo de Estatístico ou Economista, etc....
Abs,
 
Em 26 de outubro de 2011 10:54, Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br> escreveu:
Caros Estatísticos ou não,

Estatístico é uma profissão regulamentada em lei, no entanto, o seu alcance
pode deixar margem a dúvidas, como as que já foram levantadas aqui. Algumas
organizações, como Instituições de Ensino Superior Privadas, exigem o registro
de estatístico para um docente que pretenda lecionar disciplinas de
estatística. Ocorre que elas são mais frágeis à fiscalização, o que não é o
caso das universidades estatais.

Nas empresas, a menos que a posição seja para estatístico, responsável por
laudos, como, por exemplo, pesquisas de opinião, sempre é mais fácil
contornar. Contrata-se como analista de sistemas, de informação, ou qualquer
outra denominação que não viole a lei.Em último caso, como uma vez ouvi de um
consultor de RH, contrata-se um estatístico apenas para assumir a
responsabilidade pelos projetos enquadráveis na lei. Aliás essa solução é
adotada para outras profissões regulamentadas. Não ia contar, mas, segundo o
consultor, esse tipo de "profissional" fica guardado no armário junto com as
vassouras... O fato do IBGE ter eliminado o cargo de estatístico de seus
quadros(pode ser que já tenha voltado atrás da decisão) é bem significativo
para o debate que ora se faz na lista.

Esse conflito entre atividade regulamentada e não regulamentada existe também
em outras especialidades. Em informática quase se conseguiu regulamentar a
profissão, reservando-a para os bacharéis em informática. Mas, tal é a
disseminação das atividades de informática que nem os sindicatos da categoria
exigem registro profissional.

A volta dessa discussão no caso da estatística tem haver com a crescente
importância do seu uso, comparável à informática. Só que profissionais das
mais diferentes áreas usam e aplicam métodos estatísticos e como já foi
questionado aqui, seria muito remota a alternativa de proibi-los de fazê-lo.
A questão de fundo tem pouco a haver com a defesa da sociedade em relação aos
maus profissionais e sim em relação aos recursos financeiros envolvidos. Como
sempre, para entender, basta seguir o caminho do dinheiro...



On Wed, 26 Oct 2011 09:43:44 -0200, Jose Carvalho wrote
> Resposta ao Paulo: NÃO. Isso também é assunto recorrente. Se for
> graduação e for considerada equivalente (revalidada) à brasileira,
>  então, SIM. Eu assisti, em 1970, ou por aí (ouvi o cacófato), o
> Caio, no CONRE, conversando com o presidente,  que lhe disse que o
> doutorado em estatística (fala-se de um PhD em Berkeley) não
> atendia aos requisitos para o registro como estatístico. Na
> discussão, çembro-me de um Caio irritado, retrucando com "... que
> é ser estatístico? É contar bois nas esquinas?") Acho que o Caio
> obteve seu registro
> (serviu pra alguma coisa, Caio?), via prova de aplicação á
> Estatística anterior à regulamentação da lei. Um outro professor
> da USP, mais cordato, sentou-se num banco de escola para, ele já
> doutor, talvez livre-docente, fazer o bacharelado. Era uma escola
> particular qualquer. Este registrou-se. Vale a pergunta - serviu
> para algo?
>
> Houve quem, nos CONRE's, aventasse, corajosamente, a questão de se
> dar registro a mestres e doutores em estatística, independentemente
> de seus bacharelados. Essa pessoa quase foi trucidada dentro daquilo
> que alguns deles chamam de "O Sistema". De fato, a lei é óbvia a
> este respeito. Somente podem registrar-se os formados em
> estatística. O diploma de doutor do Gauss está reconhecido (é
> válido no Brasil) e isso serve para assumir-se posições nas
> universidades. Mas não serve para registro como estatístico.
>
> Houve, nestes dias, manifestação na ABE-L, questionando se o
> doutorado em engenharia elétrica de um não engenheiro daria o
> direito de registro no CREA. Eu sei que os doutorados costumam ser
> estreitos e não formam engenheiros. Notem a diferença que existe
> entre as aplicações de engenharia (civil, elétrica) e medicina,
> entre outras, e a estatística. As coisas não são simétricas
> aqui. A resposta ao questionamento do colega deve ser não. Eu acho
> que o dispensável é o registro, a profissão regulamentada de
> estatístico. Já para engenharia, acho que deve haver um controle
> social, por óbvias razões. Até acho que deveria ser como a da OAB,
>  uma certificação desse tipo, ou mais estrita ainda. O diploma
> universitário seria apenas UM requisito, longe da suficiência.
>
> Abs
>
> PS: insisto em dizer - tenho tido uma vida boa vida
> profissionalmente. Exceto em llicitações para concorrer a tarefas
> junto a órgãos governamentais, NUNCA me foi solicitado apresentar
> registro em órgão como o CONRE.
>
> Ao contrário, em algumas organizações. o que conta é o doutorado
> e posição de
> (ex) professor universitário,
>
> Em uma companhia do governo, a CESP, apresentei-me, com o Prof. Savu
> Savulescu, da engenharia elétrica da EESC (USP), para um estudo de
> confiabilidade de sistemas de potência. Foi por volta de 1978. Fui
> barrado por não ter registro. Sim... registro... no CREA. Não
> adiantou dizer que o estudo teria natureza estatística. Savu
> também não poderia continuar pois, estrangeiro, não tinha
> registro no CREA. Aliás, acho que ele foi para os EUA, trabalhar na
> GE (sem CREA). Mas não está escrito na regulamentação da
> profissão de estatístico que esses estudos são NOSSOS
> privilégios? É como eu disse - não liguem... a lei é ineficaz.
>
> On Monday 24 October 2011 20:51:49 Paulo Justiniano Ribeiro Jr wrote:
> > mas Gauss, por diplomandos em estatistica no exterior
> > estão considerados graduação e PG?
> >
> >
> > Paulo Justiniano Ribeiro Jr
> > LEG (Laboratorio de Estatistica e Geoinformacao)
> > Universidade Federal do Parana
> > Caixa Postal 19.081
> > CEP 81.531-990
> > Curitiba, PR  -  Brasil
> > Tel: (+55) 41 3361 3573
> > VOIP: (+55) (41) (3361 3600) 1053 1066
> > Fax: (+55) 41 3361 3141
> > e-mail: paulojus AT  ufpr  br
> > http://www.leg.ufpr.br/~paulojus
> >
> > On Mon, 24 Oct 2011, gauss@de.ufpe.br wrote:
> > > Caros Redistas,
> > >
> > > A Profa. Dóris (do CONRE-SP) esclareceu no Facebook Brasil o seguinte:
> > >
> > > O texto da LEI Nº 4.739/65 diz:
> > >
> > > -Dispõe sobre o Exercício da Profissão de Estatístico e dá outras
> > > Providências.
> > >
> > > Art. 1º - É livre o exercício da profissão de estatístico, em todo o
> > > território nacional, observadas as condições de capacidade ...previstas
> > > na presente Lei:
> > >
> > > I - aos possuidores de diploma de conclusão de curso superior de
> > > estatística, concedido no Brasil por escola oficial ou oficialmente
> > > reconhecida;
> > >
> > > II - aos diplomados em estatística por instituto estrangeiro, de ensino
> > > superior, que revalidem seus diplomas de acordo com a lei;
> > >
> > > Nos termos acima, o título da reportagem
> > >
> > > "Apenas Graduados podem trabalhar na área"
> > >
> > > que consta do Jornal "O Fluminense" do último domingo está no meu
> > > entender imprecisa. Ademais, a informação citada como sendo do professor
> > > Paulo Lopes está totalmente incorreta.
> > >
> > > Ainda bem que não havia esse tipo de chateação na época de Rudolf Kálmán
> > > e Waloddi Weibull, que eram engenheiros. Só espero não viver o
suficiente
> > > quando alguém propor que somente matemáticos poderão usar trigonometria.
> > >
> > > Cordiais Saudações,
> > >
> > > Gauss
> > >
> > > (p.s. meu título de PhD em Estatística está revalidado pelo IMPA e foi
> > > reconhecido pela UFPE).


Prof. Luis Paulo
C.P. 2386
20010-974 Rio de Janeiro, RJ

outros e-mails

lpbraga@gbl.com.br
bragaprof@gmail.com


nosso BLOG
http://observatoriodauniversidade.blog.br

BLOG da CPPD
http://cppd-ufrj.blogspot.com/




--
Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE