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RE: [ABE-L]: A irresponsável meritocracia




Caro Basilio: 

Sei muito bem a sua historia (da qual o Carlinhos conta um pouco em e-mail paralelo na rede).   Quando falo da Real Familia (Orleans e) Braganca, estou so brincando com voces dois.  


Ademais, minha experiencia pessoal ensina que para crescer nesta vida, bencaos e maldicoes, dificuldade e facilidade, azar e sorte, tem que vir em equilibrio, na medida certa. 

Um caminho feito so de tristeza, destroi a alma; um caminho so de alegria, leva aa fraqueza. 

Uma vez escrevi com o Carlinhos um artigo sobre ciencia ambiental, onde eu nao conseguia entender porque os ratinhos obsevados em uma area contaminada apresentavam alguns indicadores melhores que os ratinhos de uma reserva ecologica. 

O Carlinhos matou a charada na hora: 
Eh o -efeito nordestino- ele disse: Os que sobrevivem, sao fortes!    


Cara Danielle: 

O melhor amigo do preconceito e a memoria curta e seletiva.  
A velha aristocracia do Mayflower, virou aristocracia 150 anos depois de chegar ao novo mundo. 
Na velha Inglaterra, o pessoal do Mayflower era apenas um bando de Puritanos e Protestantes desprezados pela velha aristocracia Anglicana de sangue azul. 

Mas a vida eh assim mesmo, Os caes ladram e a caravana passa... 

---Julio 

Referencias
A.M.S.Bueno, C.A.B.Pereira, M.N.Rabelo-Gay, J.M.Stern (2002). Environmental Genotoxicity Evaluation: Bayesian Approach for a Mixture Statistical Model. SERRA - Stochastic Environmental Research and Risk Assessment, 16, 267-278.
   


________________________________
> Date: Sat, 12 Nov 2011 09:32:43 -0200 
> From: basilio@hucff.ufrj.br 
> To: jmstern@hotmail.com 
> CC: cpereira@ime.usp.br; abe-l@ime.usp.br 
> Subject: Re: [ABE-L]: A irresponsável meritocracia 
>  
> Caro Julio 
>  
> Com todo respeito de um Cristao Novo , Pereira,  discordo de voce por  
> ter sentido na pele a discriminaçao no meu proprio trabalho por nao ser  
> da boa e velha familia. A meritocracia me fez ultrapassar aqueles que  
> discriminavam. 
> O que me desagrada é que existe uma falsa meritocracia , que nao ve  
> exatamente a boa formaçao academica e somente os resultados que na rede  
> da ABE se acordou chamar de "produtivistas" 
> No caso da estatistica isso pouco ocorre pois a maioria das nosssas  
> posgraduaçoes primam por uma boa formaçao mas em outras areas vejo  
> muito idiota passando por genio e formando mal os adeptos ( para nao  
> desfazer da palavra discipulo neste contexto) 
> O nosos amigo Jorge de Souza escreveu um texto muito bom sobre o  
> assunto criticando o ensino desde o primeiro grau ate o hoje   
> desvirtuado Pos Doutoramento que falsamente se convencionou considerar  
> um grau academico!!!!! 
> Vou tentar conseguir o texto e enviar a rede. 
> Abraço 
> Basilio 
>  
> Em 12 de novembro de 2011 08:10, Julio Stern  
> <jmstern@hotmail.com<mailto:jmstern@hotmail.com>> escreveu: 
>  
>  
> Basilio: 
>  
> A distincao que voce faz eh importante. 
>  
> - Boa tecnica eh uma condicao necessaria mas nem de longe suficiente  
> para boa ciencia. (Idem para economia, e mais ainda filosofia) 
> O problema que o artigo sugere que se suplemente esta primeira  
> distincao com uma segunda distincao, baseada em uma qualificacao que  
> nao eh ad-res, mas ad-homine: 
>  
> - Aristocratas de boa e velha familia  vs. intelectuais selecionados  
> por mecanismos que permitem alta mobilidade social. 
>  
> Considero ambas as distincoes elitistas mas, do meu ponto de vista  
> pessoal, a primeira eh altamente positiva e progressiva, enquanto a  
> segunda eh altamente negativa e retrograda. 
>  
> Sei que voce, Basilio, eh um representante da augusta e nobre familia  
> de-Braganca. Acho que tudo que seu maninho esta dizendo eh que pobres  
> plebeus como eu  tambem podem chegar a merecer seu lugar ao sol...  :-) 
>  
> Um abraco, ---Julio 
>  
>  
> ________________________________ 
>  > Date: Fri, 11 Nov 2011 20:49:54 -0200 
>  > From: basilio@hucff.ufrj.br<mailto:basilio@hucff.ufrj.br> 
>  > To: cpereira@ime.usp.br<mailto:cpereira@ime.usp.br> 
>  > CC: abe-l@ime.usp.br<mailto:abe-l@ime.usp.br> 
>  > Subject: Re: [ABE-L]: A irresponsável meritocracia 
>  > 
>  > Caro irmao 
>  > Voce tem razao nas duas coisas , o artigo tem preconceito e tambem 
>  > (como no dialogo Frost/Nixon) vontade de derrubar. 
>  > Entretanto temos que ver que  a falta de humildade indicada muitas 
>  > vezes ocorre. 
>  > No caso de ciencia é preciso distinguir formaçao de pesquisadores com 
>  > formaçao de produtores de artigos. 
>  > Na matematica e estatistica é mais dificil publicar sem ser 
>  > competencia, mas em todas asareas  existem muitos ( poe muito nisso) 
>  > docentes  que nao se preocupam que o aluno tenha um minimo de 
>  > raciocinio e competencia,. alem é claro de humildade para reconhecer 
>  > suas deficiencias.Basta que resulte em artigos de suas dissertaçoes e 
>  > teses . 
>  > Me lembro de um comentario na politica :  que é mais perigoso ter um 
>  > politico mal intencionado e  inteligente do que um burro. 
>  > Basilio 
>  > 
>  > Em 11 de novembro de 2011 18:49, 
>  >  
> <cpereira@ime.usp.br<mailto:cpereira@ime.usp.br><mailto:cpereira@ime.usp.br<mailto:cpereira@ime.usp.br>>>  
> escreveu: 
>  > Caros redistas: 
>  > Lendo o estadão de ontem fiquei muito incomodado, talvez indignado, com 
>  > o teor do seguinte artigo.  Será que entendi mal ou é mesmo uma 
>  > reflexão preconceituosa? 
>  > Vejam abaixo 
>  > 
>  > Carlinhos 
>  > 
>  > http://blogs.estadao.com.br/radar-global/12121/ 
>  > 
>  > 
>  > 
>  > VISÃO GLOBAL: A irresponsável meritocracia 
>  > 
>  > Usando a inteligência para o próprio bem, a elite é responsável por 
>  > levar-nos para o abismo nos últimos anos 
>  > Por Ross Douthat ? New York Times* 
>  > 
>  > Esta é uma história sobre a promessa da América. Um menino cresce na 
>  > zona rural de Illinois, neto de um agricultor que perdeu tudo na Grande 
>  > Depressão. Ele frequenta a escola secundária da pequena cidade, depois 
>  > cursa a universidade do Estado, onde é honrado com o título de membro 
>  > Phi Beta Kappa (sociedade americana que congrega estudantes 
>  > universitários que atingiram o mais alto nível nos estudos). 
>  > 
>  > Ele cumpre seu serviço militar, obtém seu MBA e depois vai trabalhar 
>  > num dos bancos regionais do Meio Oeste. Numa era diferente, ele talvez 
>  > permanecesse ali durante todo o restante de sua carreira. Mas o jovem 
>  > teve a sorte de viver nas décadas de 60 e 70, exatamente quando a elite 
>  > branca, protestante e anglo-saxã estava se dissipando e as grandes 
>  > instituições da Costa Leste abriam suas portas para pessoas lutadoras 
>  > de todos os lugares. Assim, nosso menino de uma fazenda de Illinois 
>  > prossegue ascendendo na carreira. 
>  > 
>  > Ele muda para New Jersey e vai trabalhar no banco Goldman Sachs. 
>  > Progride na carreira e se torna CEO da instituição e muitas vezes 
>  > milionário. Entra na política, conquista um mandato no Senado e é 
>  > eleito governador de New Jersey. Quando perde a disputa para sua 
>  > reeleição como governador, retorna a Wall Street como diretor de uma 
>  > empresa de serviços financeiros. 
>  > 
>  > Neste momento você pode ter percebido que estou falando de Jon Corzine. 
>  > Neste caso, provavelmente sabe também que esta história inspiradora 
>  > teve um final infeliz ? para New Jersey, que se deparou com um enorme 
>  > desastre orçamentário quando Corzine deixou o cargo; para sua empresa 
>  > de Wall Street, MF Global, que na semana passada pediu falência depois 
>  > de perder US$ 600 milhões de clientes; e para o antigo menino da 
>  > fazenda de Illinois, que renunciou na sexta-feira completamente 
>  > desacreditado. 
>  > 
>  > Mas essa súbita queda não torna a história de vida de Jon Corzine menos 
>  > emblemática da nossa era da meritocracia. De fato, sua ascensão, 
>  > irresponsabilidade e ruína são uma coisa só. Há décadas os EUA vêm 
>  > abrindo caminho no sentido de privilegiar seus jovens mais brilhantes e 
>  > determinados, selecionando os melhores e mais brilhantes jovens de 
>  > Illinois, Mississippi e Montana e colocando-os em funções de poder em 
>  > Manhattan e Washington. Ao promover os filhos de agricultores e 
>  > porteiros, como também advogados e corretores de bolsas, criamos o que 
>  > parecia ser a elite mais trabalhadora e capaz, com um alto QI de toda a 
>  > história da humanidade. 
>  > 
>  > Interesses. Mas nos últimos dez anos o que vimos foi esta mesma elite 
>  > nos levar para o abismo ? principalmente por usar sua inteligência para 
>  > seu próprio bem. Nas aristocracias hereditárias, as debacles costumam 
>  > surgir com a estupidez e a obstinação. Nas meritocracias, contudo, é a 
>  > própria inteligência de nossos líderes que cria os piores desastres. 
>  > Convencidos de que suas capacidades pessoais conseguem fazer frente a 
>  > qualquer tarefa ou desafio, os meritocratas assumem riscos que as 
>  > elites menos brilhantes jamais contemplariam. 
>  > 
>  > Inevitavelmente, quanto maior o orgulho, maior o tombo. Robert McNamara 
>  > e os meninos gênios da era do Vietnã achavam que conseguiram reduzir a 
>  > guerra a uma ciência exata. Alan Greenspan e Robert Rubin pensavam ter 
>  > feito o mesmo no tocante à economia global. 
>  > 
>  > Para os arquitetos da Guerra do Iraque, o Exército americano libertaria 
>  > o Oriente Médio das ciladas da História; os artífices da União Europeia 
>  > acreditavam que uma moeda comum faria o mesmo no caso da Europa. E para 
>  > Jon Corzine sua sagacidade o capacitava a transformar uma corretora de 
>  > segundo escalão numa próxima Goldman Sachs, investindo muito, apostando 
>  > muito e esperando pelas recompensas. 
>  > 
>  > No lugar de meritocratas irresponsáveis, não precisamos de ignorantes 
>  > incapazes, mas de líderes inteligentes que conhecem os próprios 
>  > limites, pessoas experientes cujas vidas as ensinou o que é a 
>  > prudência. Ainda necessitamos dos melhores e mais brilhantes, mas é 
>  > preciso que eles, de alguma maneira, tenham aprendido ao longo da vida 
>  > a ser mais humildes. 
>  > 
>  > *É COLUNISTA 
>  > TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 
>  > 
>  > 
>  > Carlos Alberto de Braganca Pereira 
>  >  
> <cpereira@ime.usp.br<mailto:cpereira@ime.usp.br><mailto:cpereira@ime.usp.br<mailto:cpereira@ime.usp.br>>> 
>  > 
>  > 
>  > 
>  > -- 
>  > 
>  > Basilio de Bragança Pereira ,DIC and PhD(Imperial College), DL(COPPE) 
>  > *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro 
>  > *Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics 
>  > *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and 
>  > HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho. 
>  > 
>  > *Tel: 55 21 2562-7045/7047/2618/2558 
>  >  
> www.po.ufrj.br/basilio/<http://www.po.ufrj.br/basilio/><http://www.po.ufrj.br/basilio/> 
>  > 
>  > *MailAddress: 
>  > COPPE/UFRJ 
>  > Caixa Postal 68507 
>  > CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ 
>  > Brazil 
>  > 
>  > 
>  
>  
>  
>  
> --  
>  
> Basilio de Bragança Pereira ,DIC and PhD(Imperial College), DL(COPPE) 
> *UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro 
> *Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics 
> *FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and 
> HUCFF-University Hospital Clementino Fraga Filho. 
>  
> *Tel: 55 21 2562-7045/7047/2618/2558 
> www.po.ufrj.br/basilio/<http://www.po.ufrj.br/basilio/> 
>  
> *MailAddress: 
> COPPE/UFRJ 
> Caixa Postal 68507 
> CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ 
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