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Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nós ?



Prezados, apenas um bit...


Parece que agora o que motivou a crÃtica està bem posto. Confesso que dei pouca importÃncia no inÃcio, particularmente ao conhecer o teor do âartigoâ base (Leonardo Cordeiro â Tales Consultoria Educacional - SOBRE A INADEQUAÃÃOÂDA METODOLOGIA DE CÃLCULO DAS NOTASÂDO SISU, http://oglobo.globo.com/arquivos/Redacao.TRI.ENEM.v2.pdf, acessado em 10/01/2012, 12h10). Inicialmente o autor faz relevantes elogios ao uso da TRI, citando â... a introduÃÃo no contexto brasileiro de um mÃtodo mais moderno de avaliaÃÃo e mediÃÃo educacional marca um avanÃo metodolÃgico que à bem-vindo e necessÃrio.â Suas crÃticas se concentram ÂÃnica e exclusivamente na inclusÃo da RedaÃÃo na Nota do examinado. Nesta linha faÃo uns breves comentÃrios, abordando, em breve (outro email), o uso da TRI:


1) O autor tenta reproduzir a situaÃÃo atual, em que cada aluno à submetido a 4 Ãreas de avaliaÃÃo, tendo por base a variÃvel (Nota Final do aluno) Y1=4X/4, em que X foi a Nota TRI de 2008 [digamos, N(500,100^2)], que considera situaÃÃo equivalente a usar a nota Y2=(X1+X2+X3+X4)/4 Â(com Xi representando as 4 notas do Enem, digamos N(500,100^2) cada). Nessa construÃÃo aparece uma âleveâ inconsistÃncia: as variÃveis Xi sÃo correlacionadas (em geral prÃximo de 0.5), e com isso temos que Var(Y2)=(5/8)x100^2, ao passo que Var(Y1)=100^2. ÂEsta InadequaÃÃo MetodolÃgica, na minha opiniÃo, jà invalida a comparaÃÃo que segue no referido texto. Uma outra falha metodolÃgica reside no fato que as notas TRI do grupo total de respondentes nÃo se aproxima de uma N(500,100^2) como adotado pelo autor. Apenas o Grupo ReferÃncia (Concluintes da Rede PÃblica Regular), algo em torno de 40%, tem esse comportamento. Esta InadequaÃÃo MetodolÃgica pode derrubar de vez o que restava de pà na metodologia adotada pelo autor.


2) O autor considera trÃs CenÃrios: ClassificaÃÃo Controle (CC), obtidos apenas com as 4 notas Objetivas (excluindo a RedaÃÃo); ClassificaÃÃo I (CI), combinando Objetiva ClÃssica (Percentual de Acerto) com RedaÃÃo e, ClassificaÃÃo II (CII), combinando a nota TRI com RedaÃÃo. A composiÃÃo estudada pelo autor assume pesos distintos, e aà surge um problema metodolÃgico: dependendo dos coeficientes das variÃveis, as correlaÃÃes podem mudar consideravelmente (um exercÃcio de probabilidade bÃsica). ÂIsso implica que as ClassificaÃÃes podem assumir ordens Âcompletamente distintas, analiticamente, probabilisticamente. Pior ainda, as diferenÃas de classificaÃÃes de CI relativamente à CC sÃo chamadas de Erros, bem como entre CII e CC. Tecnicamente estas diferenÃas nÃo sÃo Erros, mas sim fruto de decisÃes que as prÃprias InstituiÃÃes resolvem tomar (pesos diferentes Ãs Ãreas e redaÃÃo). Sabemos que qualquer mudanÃa de regra na construÃÃo da nota final pode gerar uma classificaÃÃo diferente. Se nÃo fosse assim, para que serviria a RedaÃÃo, QuestÃes Abertas, BÃnus etc.? Provavelmente um Ãnico item diferente jà alteraria a lista de classificaÃÃo.


3) Creio que a discussÃo sobre os critÃrios de correÃÃo da RedaÃÃo do Enem realmente nÃo à de nossa competÃncia tÃcnica EstatÃstica, atà porque sÃo praticamente os mesmos em todas as instituiÃÃes do paÃs, particularmente as Federais. Na verdade, pude acompanhar de perto a correÃÃo das redaÃÃes deste exame, e sei que a busca pela qualidade tem sido intensa. à interessante compartilhar que no inÃcio do processo de correÃÃo sÃo selecionadas 200 redaÃÃes, que depois de muita discussÃo entre especialistas tÃm suas notas definidas. Cada corretor recebe algumas destas RedaÃÃes-PadrÃo para avaliar o seu nÃvel de discrepÃncia com relaÃÃo ao padrÃo. AlÃm disso, cada corretor recebe algumas redaÃÃes que ele mesmo jà corrigiu dias atrÃs, verificando a possÃvel discrepÃncia com relaÃÃo a ele mesmo. Um corretor nÃo receberà novos lotes de redaÃÃes quando ultrapassa um determinado limite.


4) Como EstatÃsticos, sabemos que dentre milhÃes de redaÃÃes, com 2 ou 3 correÃÃes, algumas chamadas discrepÃncias certamente ocorrerÃo, e isso tambÃm ocorre nas nossas instituiÃÃes. ÂEm todas hà um critÃrio denominado âFuga ao Temaâ (ou similar) implicando em nota zero, e sobrepondo-se Ãs demais, mesmo gramaticalmente perfeitas. Um terceiro corretor à chamado quando um dos dois primeiros acusa âFuga ao Temaâ (assim como quando dÃo notas muito diferentes). Um zero ocorre se o problema for novamente detectado.


5) Sugiro que os interessados analisem cuidadosamente os critÃrios adotados para o estabelecimento dos padrÃes de correÃÃo da tal IFE. O conhecimento poderia evitar comentÃrios do tipo âReservadamente um ex-coordenador de vestibular de uma IFE, confidenciou-me que era uma temeridade corrigir as redaÃÃes via internet por pares de professores. As distorÃÃes seriam enormes. Mas o seu silÃncio foi assegurado com uma licenÃa para fazer doutoramento...â.ÂÂÂ Que bom que ele foi fazer doutoramento, mesmo recebendo o rÃtulo de âvendidoâ.


6) O Inep contrata especialistas da nossa comunidade EstatÃstica que âcalculamâ as notas TRI separadamente por Ãrea. ApÃs isso repassa as 5 notas (incluindo a RedaÃÃo) ao SiSU. Cada InstituiÃÃo decide se usa e como usa a RedaÃÃo, assim como as demais notas, colocando os pesos que quiser. Seria prudente uma aÃÃo junto à prÃpria instituiÃÃo na possÃvel discordÃncia dos critÃrios. E felizmente os gestores do Inep nÃo tÃm qualquer poder de decisÃo sobre o uso das notas.


7) As nossas instituiÃÃes fazem ou faziam, atà pouco tempo, processos seletivos prÃprios. Em vÃrios deles a Nota Final à simplesmente a soma das notas em disciplinas distintas, com graus de dificuldade variados. Seria isso a soma de bananas com laranjas? Outras padronizam as notas em cada disciplina e constroem uma mÃdia geral. Algumas fazem apenas uma Etapa, enquanto outras tÃm duas ou mais Etapas, com variÃncias provavelmente distintas. A composiÃÃo final raramente leva essa distinÃÃo em conta. Em suma, creio que temos muitas saladas de frutas nas nossas InstituiÃÃes.


8) O autor encerra o trabalho argumentando que â... as notas de redaÃÃo nÃo devem ser combinadas de forma alguma com a prova objetiva, independente da medida dessa prova.â Complementa que âOs resultados demonstram, inequÃvoca e contundentemente, que a inclusÃo da nota da redaÃÃo distorce de forma expressiva a classificaÃÃo final em um processo de seleÃÃo hipotÃtico, com parÃmetros pautados, porÃm, em premissas realÃsticas. O impacto à estatisticamente significativo e pode comprometer de 27% a mais de 60% das vagas ofertadas.â Bem, a conclusÃo à genÃrica e natural. Pode ser exatamente esse o objetivo da redaÃÃo, selecionar candidatos com um maior domÃnio da lÃngua e expressÃo gramatical. NÃo se pode definir o mundo perfeito e sugerir que ao usar qualquer critÃrio que leve a uma classificaÃÃo diferente està se incorrendo em um Erro.

Â

PeÃo mil perdÃes por transformar um bit em um byte.


AbraÃos AcadÃmicos,

HÃliton Tavares


Em 12 de janeiro de 2012 20:48, Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br> escreveu:
Gostei da forma de apresentar os argumentos, numerando-os. Facilita o acompanhamento. Vou usar o nÃmero 0) para comentar a intervenÃÃo da professora Raquel, em seguida usar a numeraÃÃo correspondente utilizada pelo professor Caio e acrescentar um 6) para sua Ãltima afirmativa em relaÃÃo ao ENEM.

0) De fato, linchamentos nÃo sÃo a forma mais civilizada para resolver pendÃncias. Ã de Gandhi a frase: Olho por olho e dente por dente tornarÃo todos cegos e desdentados. No entanto, um processo que envolve 5.300.00 pessoas, na maioria jovens, constituindo um verdadeiro rito de passagem, carrega uma certa dose de energia, difÃcil de conter.

1) Tudo o que està acontecendo certamente motiva muitas pesquisas, no entanto, à preciso dar respostas, tomar decisÃes, comunicar ao pÃblico nesse momento. A metodologia sempre pode ser melhorada, mas isto nÃo à justificativa para negligenciar o procedimento corrente. Ou ajuda aumentar ainda mais a variabilidade das correÃÃes?

2) A redaÃÃo sà pode ser vista pelo aluno por meio de recurso judicial. GraÃas ao seu deferimento pode-se saber os critÃrios utilizados (por que nÃo foram divulgados antes?). A segunda parte de seu comentÃrio à o que responderia aos milhÃes de alunos e seus familiares? Estudar a metodologia, ler um livro?

3) E tambÃm hà estudos dizendo o contrÃrio, dependendo da Ãrea do conhecimento humano. A UFRJ atà 2011 fazia a seleÃÃo por exame discursivo.

4) Como alguÃm jà disse antes, pessoas sÃrias devem gostar de questionamentos. A grande forÃa da ciÃncia moderna à sà enunciar aquilo que possa ser submetido a verificaÃÃo ou argumentaÃÃo. NinguÃm hà de querer tornar o sistema ENEM-SISU uma questÃo de fÃ.

5) Os interessados nÃo se limitam aos estudantes. ColÃgios, associaÃÃes, estudiosos, enfim a sociedade civil tem o direito de poder recalcular as notas. Isso podia ser feito no sistema anterior, por que subtrair essa informaÃÃo? HÃ algo que deva ser escondido? Qual o motivo?

6) A Ãltima afirmaÃÃo à (assumidamente) a mais subjetiva e enigmÃtica de todas - O ENEM està no caminho certo - Serà que os estudantes de colÃgios particulares, de aplicaÃÃo e militares que foram excluÃdos a priori das vagas do curso de medicina da UFF pensam da mesma forma? Serà que os estudantes de MG, SP e RJ que precisaram recorrer à justiÃa para ter suas provas revisadas e assim receberem a nota justa, pensam assim? Serà que os estudantes de um colÃgio e um curso prÃ-vestibular em Fortaleza tambÃm consideram que o ENEM està no caminho certo?


On Thu, 12 Jan 2012 14:41:26 -0800 (PST), Caio Lucidius Naberezny Azevedo wrote
> Caros,
>
> Em relaÃÃo à resposta do Prof. Luis Paulo, que entendo ajudar a fomentar a discussÃo e utilizando os comentÃrios da Profa Regina (sem seguir a numeraÃÃo anterior, necessariamente), comento/pergunto:
>
>
> 1 - Minha posiÃÃo apartidÃria vai justamente ao encontro do desejo do prof. Luis Paulo no sentido de que quero o contrÃrio "de descolar a ciÃncia e a tÃcnica das suas aplicaÃÃes e de seus efeitos". Acho que assim, consigo alcanÃar (ainda que em parte) tal objetivo. Indo ao encontro desse pensamento e da menÃÃo a variabilidade nas notas mencionadas pelo Prof. Luis Paulo, um dos objetivos na ciÃncia, à pesquisar novas metodologias. Por exemplo, estrutruras multinÃves nos traÃos latentes/respostas, podem ser inseridas para diminuir a imprecisÃo dos resultados referentes à redaÃÃo, caso existam tais "imprecisÃes" e "variabilidades". Bom tema para pesquisa. Entretanto, qualquer metodologia sempre tem suas limitaÃÃes, inclusive o que à feito tradicionalmente nos vestibulares. Variabilidades nas correÃÃes das redaÃÃes existem em muitos (todos?) eles.
>

>
>
> 2- Como disse, comento apenas em relaÃÃo à TRI. NÃo sei, de fato, se as provas dos vestibulares, incluindo-se aà as redaÃÃes, sÃo acessÃveis ao pÃblico. A TRI à de livre acesso ao pÃblico, como qualquer outra metodologia, bastando que o interessado estude a respeito, como acredito ser necessÃrio para o entendimento de certos exames mÃdicos. Novamente, refiro-me a TRI. Existem vÃrias referÃncias e, permitam-me, sugerir o livro escrito pelos amigos Profs Dalton, HÃliton e Raquel.
>

>
>
> 3 - Hà vÃrios estudos, inclusive utilizando a TCM, que indicam que questÃes de mÃltipla escolha conseguem medir construtos melhor do que questÃes dissertativas. No entanto, de forma alguma, estou criticando a utilizaÃÃo de questÃes dissertativas. Minha grande ressalva à com relaÃÃo à logÃstica (e os gastos decorrentes).
>
> 4- Em relaÃÃo a pergunta : "um aluno que nada fez e outro que errou mais do que acertou devem receber a mesma nota". Afirmo, a TRI, fornece notas diferentes, a TRI. NÃo posso falar do que nÃo conheÃo bem. Entretanto, creio, pelo que conheÃo das avaliaÃÃes em larga escala no Brasil, que sempre nelas estÃo presente pessoas de extrema seriedade e competÃncia, apenas para citar alguns: Prof. Dalton, Prof. HÃltion, Prof. Bussab e Prof. Pedro Nascimento entre outros.
>
> 5 - Uma pergunta (nÃo tenho a resposta para ela): Quanto ajudaria ao entendimento dos interessados, disponibilizar os parÃmetros dos itens?
>
>
> Particularmente, creio que a discussÃo sempre à bem vinda, desde que conduzida de forma respeitosa como acho que seja o caso.
>
> Creio que o ENEM esteja no caminho certo (minha opniÃo).
>
>
> AbraÃos a todos,
>
>
> Caio
>
>

>
>
De: Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br>
> Para: Caio Lucidius Naberezny Azevedo <c_naber@yahoo.com.br>; Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>; "abe-l@ime.usp.br" <abe-l@ime.usp.br>
> Enviadas: Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012 19:51
> Assunto: Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nÃs ?
>

>
> A contribuiÃÃo do Prof. Caio à muito boa porque ajuda a organizar a discussÃo. Mantenho a numeraÃÃo correspondente Ãs suas assertivas.
> 1. A maior objeÃÃo à uniÃo das notas oriundas do ENEM e da RedaÃÃo à o fato das notas da redaÃÃo terem uma variÃncia muito grande devido ao fato de a sua formulaÃÃo e correÃÃoÂterem sidoÂdeficientes. Tornar a prova apenas eliminatÃria poderia reduzir as distorÃÃes.
> 2. Totalmente de acordo. No entanto, alguma coisa se perde em termos de avaliaÃÃo quando se abandona a questÃo discursiva.
> 3. Totalmente de acordo. No entanto, um aluno que nada fez e outro que errou mais do que acertou devem receber a mesma nota? Isso nÃo estaria em contradiÃÃo com o princÃpio enunciado em 2?
> 4. Totalmente de acordo. No entanto, o paciente recebe o resultado do exame, com um laudo explicativo, que pode inclusive ser levado a outro mÃdico para cotejamento. Isso nÃo ocorre nem com a redaÃÃo, nem com as provas objetivas. Os estudantes tÃm que entrar na justiÃa para ter acesso à prova.
> Respeito a posiÃÃo apolÃtica do redista, sà espero que ela nÃo seja levada Ãs Ãltimas consequÃncias, descolando a ciÃncia e a tÃcnica das suasÂaplicaÃÃes e de seus efeitos.
>
>
On Thu, 12 Jan 2012 13:23:23 -0800 (PST), Caio Lucidius Naberezny Azevedo wrote
> > Caros redistas,
> >
> >
> > Boa noite. Li diversos e-mails que circularam em nossa rede sobre a TRI, ENEM, polÃtica etc... Relutei muito em me manifestar (por diversos motivos que nÃo cabem aqui) mas, decidi fazÃ-lo. Prometo ser breve e gostaria de ater-me APENAS a TRI e a Teoria ClÃssica de Medidas (TCM). Prefiro nÃo me manifestar sobre o ENEM. Hà questÃes polÃticas e pessoais, certamente, envolvidas nesse debate (refiro-me à utilizaÃÃo do ENEM como vestibular). Fica difÃcil distinguir (talvez seja limitaÃÃo minha) entre o que à de cunho polÃtico do que à de cunho cientÃfico.
> >

> >
> > Gostaria de registrar que estou manifestando minha opniÃo e que, nÃo necessariamente, a mesma vai ao encontro da opniÃo da instituiÃÃo INEP e/ou de outros pesquisadores.
> >
> >
> >
> > 1 - NÃo hà problemas, em princÃpio, em se unir notas oriundas da TRI e TCM se o objetivo for classificar, dado que existe concordÃncia entre as duas teorias (do ponto de vista classificatÃrio), em muitos casos. Prefiro dizer, sem querer parecer presunÃoso, que ou elas concordam ou a TRI à melhor. Entretanto, particularmente, julgo ser melhor ter notas oriundas somente via TRI. Inclusive hà sugestÃes na literatura de como analisar redaÃÃes via TRI. Certamente, a logÃstica envolvida seria de uma dimensÃo maior.
> >

> >
> >

> > 2 - Para mim à bastante lÃgico julgar que dois indivÃduos que acertaram a mesma quantidade de questÃes, sendo que um acertou as mais difÃcieis e o outros as mais fÃceis, tenham notas diferentes. O lÃgico à pensar que o primeiro acertou muito (ou tudo) escolhendo de modo aleatÃrio e o outro respondeu consoante seu conhecimento. Ou seja, a nota do segundo tem de ser maior do que o primeiro. Isto a TCM nÃo faz.
> >
> >
> > 3 - Atà onde sei, numa prova de 40 questÃes corrigida via TCM, as notas variam de 0 a 40. Ou seja, 0 à a nota mÃnima. Porque nÃo haveria de existir uma nota mÃnima dentro do contexto da TRI?
> >
> >
> > 4 - Sem sombre de dÃvida, a inserÃÃo de indivÃduos nas Universidades à de suma importÃncia nas vidas deles como tambÃm de seus familiares (e da sociedade como um todo). Contudo, creio que a saÃde de todos nÃs, tambÃm o Ã. Particularmente, desconheÃo as nuÃncias da grande maioria dos exames mÃdicos que fiz ao longo da minha vida. Certamente, nÃo saberia explicar como os resultados, de muitos deles, foram obtidos. Isso nÃo invalida os diagnÃsticos que recebi (ainda estou vivo) tampouco descredencia a utilizaÃÃo de tais ferramentas.
> >
> >
> > Sem querer ser repetitivo, respeito a opniÃo de todos os colegas, nÃo me julgo dono da verdade, tampouco um especialista na TRI.
> >
> >
> > Lembro-me de ter ouvido um "colega" chamar a TRI de bruxaria. Certamente, ele tinha muito conhecimento acerca da TRI para fazer uma crÃtica tÃo bem elaborada e construtiva.
> >
> >
> > AbraÃos a todos,
> >
> >
> > Caio
> >

> >
> >

> >
> >
> >
> > CÃus!ÂÃ muito pior do que eu pensava!
> >
> >
> > On Thu, 12 Jan 2012 18:16:07 -0200, Luiz Sergio Vaz wrote
> > > Boa tarde.

> >
> > >

> >

> > > Sem qualquer [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâintenÃÆÃÂÃÆÃÂo [UTF-8?][UTF-8?]polÃÆÃÂticaÃÂÃâÂÃÂÂ, mas apenas a de contribuir com elementos para o debate, segue o entendimento de um dos profissionais da imprensa sobre o ENEM e sobre o entendimento dele a respeito das explicaÃÃes teÃricas (fonte: blog do Reinaldo Azevedo).
> >
> > >
> > Â

> > > Podemos ver o email com enfoque no ENEM ou na forma como somos percebidos por quem nÃo à da Ãrea.
> >
> > >
> > Â

> > > Luiz
> >
> > >
> > Â

> > >
> > > ----

> >
> > >

>

> De: Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br>
> > Para: Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>; "abe-l@ime.usp.br" <abe-l@ime.usp.br>
> > Enviadas: Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012 18:41
> > Assunto: Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nÃs ?
> >

Mais sobre a caixa-preta do Enem: quem entrega gabarito em branco recebe, no mÃnimo, a nota mÃdia de cada Ãrea. Por quÃ? Perguntem a Haddad!


> > >
> > > O Enem à uma caixa-preta. O aluno jamais saberà por que tirou a pontuaÃÃo X, Y ou Z. Sim, claro, claro, hà teorias que justificam e explicam os critÃrios adotados, todas elas arcanas, inacessÃveis aos candidatos.

> >
> > > Um professor, leitor deste blog, decidiu fazer a prova para, segundo diz, ter experiÃncia prÃtica no assunto e poder orientar com propriedade os seus alunos. Ele entregou dois gabaritos em branco. Mesmo assim, recebeu pontuaÃÃo. Reproduzo o comentÃrio dele, com a resposta que lhe foi enviada pelo Inep(to). Leiam. Volto em seguida.
> >
> > > Prezado Reinaldo Azevedo,
> > > Escrevi uma carta para o MEC pedindo algumas explicaÃÃes sobre um fato curioso na minha nota do Enem, como vocÃs podem observar. O texto enviado ao Inep pode ser lido abaixo:

> >
> > > ÃÂÃâÂÃâBom dia! Gostaria de obter um esclarecimento. Sou professor e fiz o Enem 2011 para conhecer melhor a prova e, dessa maneira, poder orientar os meus alunos. Compareci somente no segundo dia e resolvi as provas, mas nÃo passei nenhuma alternativa para o gabarito oficial. Como vocÃs explicam o fato de eu ter obtido as notas abaixo mesmo sem ter marcado nenhum item no gabarito oficial?
> > > NÃmero de inscriÃÃo no Enem 2011 - 11103751XXXX
> > > NÃmero do CPF - 598.301.XXX-XX
> > > Segundo dia - Linguagens, CÃdigos e suas Tecnologias: 304.2 Presente
> > > Segundo dia - MatemÃtica e suas Tecnologias 321.6 Presente
> > > Fico aguardando o contato de vocÃs.

> >
> > > AlguÃm do Enem me respondeu da seguinte forma:
> >
> > > Prezado(a) Sr(a) Wagner Rodrigues Machado,

> > > O protocolo de n 7097XXX, foi finalizado em 5/1/2012, Ãs 11:16 pela Ãrea responsÃvel.
> > > [UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâÃÆÃâ comum buscarmos uma correspondÃncia entre a quantidade de acertos (Teoria ClÃssica) e a proficiÃncia pela Teoria de Resposta ao Item (TRI). Contudo, apesar de haver uma correlaÃÃo alta entre as duas teorias, essa correspondÃncia nÃo à exata. Na Teoria de Resposta ao Item (TRI), o cÃlculo da proficiÃncia leva em consideraÃÃo uma totalidade maior de informaÃÃes extraÃdas a partir das respostas dos participantes da avaliaÃÃo: nÃvel de dificuldade do item, a qualidade do item e, sobretudo, a coerÃncia entre o conjunto de itens que o participante acertou. Outra confusÃo frequente refere-se a comparar o nÃmero de acertos de uma Ãrea do conhecimento com o nÃmero de acertos em outra Ãrea. Ter acertado 40 itens em uma Ãrea nÃo significa ter uma proficiÃncia maior do que em outra Ãrea cujo nÃmero de acertos foi 35. Por serem Ãreas do conhecimento distintas, nÃo à possÃvel fazer uma relaÃÃo direta entre as escalas. AlÃm disso, o nÃmero de itens por nÃvel de dificuldade faz a diferenÃa, assim como as demais caracterÃsticas psicomÃtricas dos itens.
> > > O Enem nÃo à pontuado de 0 a 1000 e sim da nota mÃnima e a nota mÃxima. O participante que comparecer ao local de prova e assinar as listas necessÃrias jà terà a mÃdia mÃnima. Lembramos que nenhum participante, comparecendo ao local de prova e seguindo as instruÃÃes necessÃrias, terà a nota menor que a mÃdia de cada [UTF-8?][UTF-8?]ÃÆÃÂreaÃÂÃâÂÃÂÂ.

> >
> > > Bom, recebi a explicaÃÃo! No entanto, confesso que nÃo entendi nada. Como uma pessoa que nÃo marca nada no gabarito pode ficar com a nota mÃnima? Estranho, nÃo à mesmo?
> >
> > > Isso està correto?
> >
> > > Voltei

> > >
Bem, leitores, em primeirÃssimo lugar, vocÃs perceberam que parte da resposta nÃo tem rigorosamente nada a ver com a indagaÃÃo feita pelo missivista. Trata-se de explicar a suposta superioridade da chamada Teoria da Resposta ao Item (TRI) no cotejo com a [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâTeoria [UTF-8?][UTF-8?]ClÃÆÃÂssicaÃÂÃâÂÃÂÂ, que aufere a quantidade de acertos. Entrar nesse mÃrito seria cair num debate sem fim. Escolho, se for o caso, a [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâTeoria [UTF-8?][UTF-8?]ClÃÆÃÂssicaÃÂÃâÂÃÂÂ. Ela permite ao candidato conhecer os motivos de sua nota. Segundo o TRI, um candidato que tenha acertado um nÃmero menor de questÃes pode ter uma pontuaÃÃo superior à daquele que acertou mais. Para que houvesse transparÃncia, seria necessÃrio divulgar o peso que teve cada item, as relaÃÃes estabelecidas entre elas etc. Entendo que à um direito dos candidatos conhecer os critÃrios pelos quais estÃo sendo avaliados.
> >
> > > O TRI, na forma aplicada pelo Inep(to), se transformou numa licenÃa para a discricionariedade. O mesmo se diga das redaÃÃes, cuja correÃÃo, jà vimos, parece ser um exemplo de falta de rigor e de critÃrio. Tanto pior quando se constata que os temas e os textos de referÃncia escolhidos pelo Inep(to) valem por um verdadeiro filtro ideolÃgico.ÂO aluno à convocado a dissertar sobre uma tese, nÃo sobre um tema.
> >
> > > Conversei com alguns especialistas em matemÃtica, estatÃstica em particular. à aceitÃvel, dado o TRI, que todo participante tenha, ao menos, a nota mÃdia de cada Ãrea como nota mÃnima, mas à absolutamente inexplicÃvel que alunos que tenham entregado o gabarito em branco recebam essa nota mÃnima. Isso nada tem a ver com a Teoria de Resposta ao Item. à apenas uma jabuticaba brasileira. A questÃo diz respeito apenas ao processamento de dados e nada tem a ver com qualquer teoria matemÃtica.
> >
> > > Em resumo

> > >
Fernando Haddad criou o maior vestibular do Brasil sob o pretexto de acabar com os vestibulares. NÃo conseguiu, atà agora, garantir nem mesmo o sigilo da prova. Ao contrÃrio atÃ: ele jà deu a entender que o considera impossÃvel. O acesso de milhares de alunos a uma vaga na universidade pÃblica [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâ dada a forma como se elaboram e como se corrigem os exames [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâ passa por critÃrios que, ultrapassadas as barreiras ideolÃgicas, sÃo insondÃveis.
> >
> > > O silÃncio das boas escolas particulares [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâ refiro-me a elas porque nÃo serÃo as pÃblicas a protestar [UTF-8?][UTF-8?]ÃÂÃâÂÃâ chega a ser criminoso.
> >
> > > Uma rosa à uma rosa à uma rosa.
> > > Um gabarito em branco à um gabarito em branco à um gabarito em branco.

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