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Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nós ?



Muito bons os bits do Professor Heliton, infelizmente no meu browser algumas palavras são ilegíveis.

Os itens 1) e 2) são bastante esclarecedores em relação ao artigo do Leonardo Cordeiro. Há outro educador, Mateus Prado, que tem uma audiência imensa, também vem fazendo análises sobre o ENEM, elas são dificultadas pela falta de informação sobre como o cálculo vem sendo feito. Por exemplo, qual o peso de cada questão? Como se calcula a nota final? Falta comunicação entre o MEC e a sociedade. O desconhecimento do processo talvez tenha sido o motivo da "gafe" da UFF em conceder um bonus de 20% na nota final de cada prova, que pode representar, dependendo da média e do desvio padrão, um bônus de mais de 40% de questões. Como a nota de corte foi muito alta, 913,13 , somente cotistas teriam condições de entrar... Ou seja, os melhores alunos atuais ficaram de fora.

Em relação aos itens 3) e 4), há uma certa controvérsia, pois uma redista mencionou em sua intervenção a intenção de aplicar a TRI em redações. Então vão ter que discutir correção de redações sim. Tenho também dúvidas se o projeto criteriosamente elaborado para a correção de redações foi de fato executado. Um depoimento dado ao jornal O GLOBO por um professor corretor dá conta do contrário. A necessidade de recorrer à justiça para ver a prova certamente lança um véu sobre a real efetividade das correções. Casos de correção de notas já aconteceram em SP, RJ e MG. Vejam a seguir o depoimento de uma professora da FL da UFRJ em relação a uma correção.
No tocante às redações. Ontem  vi a redação de um candidato que foi considerado pelos tres avaliadores ou muito fraco ou abaixo da média. Em relação à norma culta, por exemplo, recebeu 40 (em 200). Quais os problemas?  Ideia com acento, um acento de crase indevido e uma vírgula mal colocada. Estruturação de parágrafo sem problemas, transição entre parágrafos, frases complexas, vocabulário culto e argumentação sem problemas.Quem corrigiu aquilo não leu o texto (a letra era meio difícil, muito pequena, mas qualquer professor está cansado de ler letras nem sempre fáceis de ler), ou achou que por R$1,60, i.e., menos que um cafezinho, devia tripudiar do candidato.


 Em relação a 5), fora a merecida gozação, o que não consegui exprimir adequadamente foi o de que o vestibular da UFRJ era de melhor qualidade em conteúdo do que o ENEM, que ainda vejo como uma prova mínima de aferição de conhecimentos para quem sai do Ensino Médio. E me irritou ver pessoas que dedicaram quase toda a sua carreira acadêmcia a essa realização, sairem de cena, falando uma coisa nos corredores e nada em público. É uma limitação da minha parte.

6),7) e 8) já foram em parte contemplados, reforço a necessidade de uma divulgação maior dessa cultura de aferição. Veja o vídeo bem ameno, Rap do ENEM, é assim que os estudantes estão vendo o processo. E não adianta você dizer que só fez a prova, ou só calculou os pesos, o público vê uma coisa só. Roubo, vazamento, erros de correção, notas, etc, tudo faz parte do mesmo processo: ENEM-SISU. Está se gastando uma fortuna com o ENEM-SISU: gráfica, consultores, corretores, fiscais, etc., mas, infelizmente, na sua terceira edição periga de todo esse trabalho ir por água abaixo.







> Prezados, apenas um bit...
>
> Parece que agora o que motivou a crítica está bem posto. Confesso que dei pouca importância no início, particularmente ao conhecer o teor do â??artigoâ?? base (Leonardo Cordeiro [UTF-8?]â?? Tales Consultoria Educacional - SOBRE A INADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS NOTAS DO SISU, http://oglobo.globo.com/arquivos/Redacao.TRI.ENEM.v2.pdf, acessado em 10/01/2012, 12h10).  Inicialmente o autor faz relevantes elogios ao uso da TRI, citando [UTF-8?]â??... a introdução no contexto brasileiro de um método mais moderno de avaliação e medição educacional marca um avanço metodológico que é bem-vindo e [UTF-8?]necessário.â?? Suas críticas se concentram  única e exclusivamente na inclusão da Redação na Nota do examinado.  Nesta linha faço uns breves comentários, abordando, em breve (outro email), o uso da TRI:
>
> 1) O autor tenta reproduzir a situação atual, em que cada aluno é submetido a 4 áreas de avaliação, tendo por base a variável (Nota Final do aluno) Y1=4X/4, em que X foi a Nota TRI de 2008 [digamos, N(500,100^2)], que considera situação equivalente a usar a nota Y2=(X1+X2+X3+X4)/4  (com Xi representando as 4 notas do Enem, digamos N(500,100^2) cada). Nessa construção aparece uma [UTF-8?]â??leveâ?? inconsistência: as variáveis Xi são correlacionadas (em geral próximo de 0.5), e com isso temos que Var(Y2)=(5/8)x100^2, ao passo que Var(Y1)=100^2.  Esta Inadequação Metodológica, na minha opinião, já invalida a comparação que segue no referido texto.  Uma outra falha metodológica reside no fato que as notas TRI do grupo total de respondentes não se aproxima de uma N(500,100^2) como adotado pelo autor.  Apenas o Grupo Referência (Concluintes da Rede Pública Regular), algo em torno de 40%, tem esse comportamento. Esta Inadequação Metodológica pode derrubar de vez o que restava de pé na metodologia adotada pelo autor.
>
> 2) O autor considera três Cenários: Classificação Controle (CC), obtidos apenas com as 4 notas Objetivas (excluindo a Redação); Classificação I (CI), combinando Objetiva Clássica (Percentual de Acerto) com Redação e, Classificação II (CII), combinando a nota TRI com Redação. A composição estudada pelo autor assume pesos distintos, e aí surge um problema metodológico:  dependendo dos coeficientes das variáveis, as correlações podem mudar consideravelmente (um exercício de probabilidade básica).  Isso implica que as Classificações podem assumir ordens  completamente distintas, analiticamente, probabilisticamente. Pior ainda, as diferenças de classificações de CI relativamente à CC são chamadas de Erros, bem como entre CII e CC. Tecnicamente estas diferenças não são Erros, mas sim fruto de decisões que as próprias Instituições resolvem tomar (pesos diferentes às áreas e redação). Sabemos que qualquer mudança de regra na construção da nota final pode gerar uma classificação diferente. Se não fosse assim, para que serviria a Redação, Questões Abertas, Bônus etc.?  Provavelmente um único item diferente já alteraria a lista de classificação.
>
> 3) Creio que a discussão sobre os critérios de correção da Redação do Enem realmente não é de nossa competência técnica Estatística, até porque são praticamente os mesmos em todas as instituições do país, particularmente as Federais. Na verdade, pude acompanhar  de perto a correção das redações deste exame, e sei que a busca pela qualidade tem sido intensa. É interessante compartilhar que no início do processo de correção são selecionadas 200 redações, que depois de muita discussão entre especialistas têm suas notas definidas.  Cada corretor recebe algumas destas Redações-Padrão para avaliar o seu nível de discrepância com relação ao padrão. Além disso, cada corretor recebe algumas redações que ele mesmo já corrigiu dias atrás, verificando a possível discrepância com relação a ele mesmo. Um corretor não receberá novos lotes de redações quando ultrapassa um determinado limite.
>
> 4) Como Estatísticos, sabemos que dentre milhões de redações, com 2 ou 3 correções,  algumas chamadas discrepâncias certamente ocorrerão, e isso também ocorre nas nossas instituições.  Em todas há um critério denominado  [UTF-8?]â??Fuga ao [UTF-8?]Temaâ?? (ou similar) implicando em nota zero, e sobrepondo-se às demais, mesmo gramaticalmente perfeitas. Um terceiro corretor é chamado quando um dos dois primeiros acusa [UTF-8?]â??Fuga ao [UTF-8?]Temaâ?? (assim como quando dão notas muito diferentes). Um zero ocorre se o problema for novamente detectado.
>
> 5) Sugiro que os interessados analisem cuidadosamente os critérios adotados para o estabelecimento dos padrões de correção da tal IFE. O conhecimento poderia evitar comentários do tipo [UTF-8?]â??Reservadamente um ex-coordenador de vestibular de uma IFE, confidenciou-me que era uma temeridade corrigir as redações via internet por pares de professores. As distorções seriam enormes. Mas o seu silêncio foi assegurado com uma licença para fazer [UTF-8?]doutoramento...â??.    Que bom que ele foi fazer doutoramento, mesmo recebendo o rótulo de [UTF-8?]â??vendidoâ??.
>
> 6) O Inep contrata especialistas da nossa comunidade Estatística que [UTF-8?]â??calculamâ?? as notas TRI separadamente por área. Após isso repassa as 5 notas (incluindo a Redação) ao SiSU. Cada Instituição decide se usa e como usa a Redação, assim como as demais notas, colocando os pesos que quiser.  Seria prudente uma ação junto à própria instituição na possível discordância dos critérios. E felizmente os gestores do Inep não têm qualquer poder de decisão sobre o uso das notas.
>
> 7) As nossas instituições fazem ou faziam, até pouco tempo, processos seletivos próprios. Em vários deles a Nota Final é simplesmente a soma das notas em disciplinas distintas, com graus de dificuldade variados.  Seria isso a soma de bananas com laranjas? Outras padronizam as notas em cada disciplina e constroem uma média geral. Algumas fazem apenas uma Etapa, enquanto outras têm duas ou mais Etapas, com variâncias provavelmente distintas. A composição final raramente leva essa distinção em conta. Em suma, creio que temos muitas saladas de frutas nas nossas Instituições.
>
> 8) O autor encerra o trabalho argumentando que [UTF-8?]â??... as notas de redação não devem ser combinadas de forma alguma com a prova objetiva, independente da medida dessa [UTF-8?]prova.â?? Complementa que [UTF-8?]â??Os resultados demonstram, inequívoca e contundentemente, que a inclusão da nota da redação distorce de forma expressiva a classificação final em um processo de seleção hipotético, com parâmetros pautados, porém, em premissas realísticas. O impacto é estatisticamente significativo e pode comprometer de 27% a mais de 60% das vagas [UTF-8?]ofertadas.â??   Bem, a conclusão é genérica e natural.  Pode ser exatamente esse o objetivo da redação, selecionar candidatos com um maior domínio da língua e expressão gramatical.  Não se pode definir o mundo perfeito e sugerir que ao usar qualquer critério que leve a uma classificação diferente está se incorrendo em um Erro.
>  
> Peço mil perdões por transformar um bit em um byte.
>
> Abraços Acadêmicos,
> Héliton Tavares
>
> Em 12 de janeiro de 2012 20:48, Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br> escreveu:
>

> Gostei da forma de apresentar os argumentos, numerando-os. Facilita o acompanhamento. Vou usar o número 0) para comentar a intervenção da professora Raquel, em seguida usar a numeração correspondente utilizada pelo professor Caio e acrescentar um 6) para sua última afirmativa em relação ao ENEM.
>
> 0) De fato, linchamentos não são a forma mais civilizada para resolver pendências. É de Gandhi a frase: Olho por olho e dente por dente tornarão todos cegos e desdentados. No entanto, um processo que envolve 5.300.00 pessoas, na maioria jovens, constituindo um verdadeiro rito de passagem, carrega uma certa dose de energia, difícil de conter.
>
> 1) Tudo o que está acontecendo certamente motiva muitas pesquisas, no entanto, é preciso dar respostas, tomar decisões, comunicar ao público nesse momento. A metodologia sempre pode ser melhorada, mas isto não é justificativa para negligenciar o procedimento corrente. Ou ajuda aumentar ainda mais a variabilidade das correções?
>
> 2) A redação só pode ser vista pelo aluno por meio de recurso judicial. Graças ao seu deferimento pode-se saber os critérios utilizados (por que não foram divulgados antes?). A segunda parte de seu comentário é o que responderia aos milhões de alunos e seus familiares? Estudar a metodologia, ler um livro?
>
> 3) E também há estudos dizendo o contrário, dependendo da área do conhecimento humano. A UFRJ até 2011 fazia a seleção por exame discursivo.
>
> 4) Como alguém já disse antes, pessoas sérias devem gostar de questionamentos. A grande força da ciência moderna é só enunciar aquilo que possa ser submetido a verificação ou argumentação. Ninguém há de querer tornar o sistema ENEM-SISU uma questão de fé.
>
> 5) Os interessados não se limitam aos estudantes. Colégios, associações, estudiosos, enfim a sociedade civil tem o direito de poder recalcular as notas. Isso podia ser feito no sistema anterior, por que subtrair essa informação? Há algo que deva ser escondido? Qual o motivo?
>
> 6) A última afirmação é (assumidamente) a mais subjetiva e enigmática de todas - O ENEM está no caminho certo - Será que os estudantes de colégios particulares, de aplicação e militares que foram excluídos a priori das vagas do curso de medicina da UFF pensam da mesma forma?  Será que os estudantes de MG, SP e RJ que precisaram recorrer à justiça para ter suas provas revisadas e assim receberem a nota justa, pensam assim? Será que os estudantes de um colégio e um curso pré-vestibular em Fortaleza também consideram que o ENEM está no caminho certo?
>
> On Thu, 12 Jan 2012 14:41:26 -0800 (PST), Caio Lucidius Naberezny Azevedo wrote
>
> > Caros,
> >
> > Em relação à resposta do Prof. Luis Paulo, que entendo ajudar a fomentar a discussão e utilizando os comentários da Profa Regina (sem seguir a numeração anterior, necessariamente), comento/pergunto:
> >
> >
> > 1 - Minha posição apartidária vai justamente ao encontro do desejo do prof. Luis Paulo no sentido  de que quero o contrário "de descolar a ciência e a técnica das suas aplicações e de seus efeitos". Acho que assim, consigo alcançar (ainda que em parte) tal objetivo. Indo ao encontro desse pensamento e da menção a variabilidade nas notas mencionadas pelo Prof. Luis Paulo, um dos objetivos na ciência, é pesquisar novas metodologias. Por exemplo, estrutruras multiníves nos traços latentes/respostas, podem ser inseridas para diminuir a imprecisão dos resultados referentes à redação, caso existam tais "imprecisões" e "variabilidades". Bom tema para pesquisa. Entretanto, qualquer metodologia sempre tem suas limitações, inclusive o que é feito tradicionalmente nos vestibulares. Variabilidades nas correções das redações existem em muitos (todos?) eles.
> >

> >
> >
> > 2- Como disse, comento apenas em relação à TRI. Não sei, de fato, se as provas dos vestibulares, incluindo-se aí as redações, são acessíveis ao público. A TRI é de livre acesso ao público, como qualquer outra metodologia, bastando que o interessado estude a respeito, como acredito ser necessário para o entendimento de certos exames médicos. Novamente, refiro-me a TRI. Existem várias referências e, permitam-me, sugerir o livro escrito pelos amigos Profs Dalton, Héliton e Raquel.
> >

> >
> >
> > 3 - Há vários estudos, inclusive utilizando a TCM, que indicam que questões de múltipla escolha conseguem medir construtos melhor do que questões dissertativas. No entanto, de forma alguma, estou criticando a utilização de questões dissertativas. Minha grande ressalva é com relação à logística (e os gastos decorrentes).
> >
> > 4- Em relação a pergunta : "um aluno que nada fez e outro que errou mais do que acertou devem receber a mesma nota". Afirmo, a TRI, fornece notas diferentes, a TRI. Não posso falar do que não conheço bem. Entretanto, creio, pelo que conheço das avaliações em larga escala no Brasil, que sempre nelas estão presente pessoas de extrema seriedade e competência, apenas para citar alguns: Prof. Dalton, Prof. Héltion, Prof. Bussab e Prof. Pedro Nascimento entre outros.
> >
> > 5 - Uma pergunta (não tenho a resposta para ela): Quanto ajudaria ao entendimento dos interessados, disponibilizar os parâmetros dos itens?
> >
> >
> > Particularmente, creio que a discussão sempre é bem vinda, desde que conduzida de forma respeitosa como acho que seja o caso.
> >
> > Creio que o ENEM esteja no caminho certo (minha opnião).
> >
> >
> > Abraços a todos,
> >
> >
> > Caio
> >
> >

> >
> >
De: Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br>
> > Para: Caio Lucidius Naberezny Azevedo <c_naber@yahoo.com.br>; Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>; "abe-l@ime.usp.br" <abe-l@ime.usp.br>
> > Enviadas: Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012 19:51
> > Assunto: Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nós ?
> >

> >
> > A contribuição do Prof. Caio é muito boa porque ajuda a organizar a discussão. Mantenho a numeração correspondente às suas assertivas.
> > 1. A maior objeção à união das notas oriundas do ENEM e da Redação é o fato das notas da redação terem uma variância muito grande devido ao fato de a sua formulação e correção terem sido deficientes. Tornar a prova apenas eliminatória poderia reduzir as distorções.
> > 2. Totalmente de acordo. No entanto, alguma coisa se perde em termos de avaliação quando se abandona a questão discursiva.
> > 3. Totalmente de acordo. No entanto, um aluno que nada fez e outro que errou mais do que acertou devem receber a mesma nota? Isso não estaria em contradição com o princípio enunciado em 2?
> > 4. Totalmente de acordo. No entanto, o paciente recebe o resultado do exame, com um laudo explicativo, que pode inclusive ser levado a outro médico para cotejamento. Isso não ocorre nem com a redação, nem com as provas objetivas. Os estudantes têm que entrar na justiça para ter acesso à prova.
> > Respeito a posição apolítica do redista, só espero que ela não seja levada às últimas consequências, descolando a ciência e a técnica das suas aplicações e de seus efeitos.
> >
> > On Thu, 12 Jan 2012 13:23:23 -0800 (PST), Caio Lucidius Naberezny Azevedo wrote
>
> > > Caros redistas,
> > >
> > >
> > > Boa noite. Li diversos e-mails que circularam em nossa rede sobre a TRI, ENEM, política etc... Relutei muito em me manifestar (por diversos motivos que não cabem aqui) mas, decidi fazê-lo. Prometo ser breve e gostaria de ater-me APENAS a TRI e a Teoria Clássica de Medidas (TCM). Prefiro não me manifestar sobre o ENEM. Há questões políticas e pessoais, certamente, envolvidas nesse debate (refiro-me à utilização do ENEM como vestibular). Fica difícil distinguir (talvez seja limitação minha) entre o que é de cunho político do que é de cunho científico.
> > >

> > >
> > > Gostaria de registrar que estou manifestando minha opnião e que, não necessariamente, a mesma vai ao encontro da opnião da instituição INEP e/ou de outros pesquisadores.
> > >
> > >
> > >
> > > 1 - Não há problemas, em princípio, em se unir notas oriundas da TRI e TCM se o objetivo for classificar, dado que existe concordância entre as duas teorias (do ponto de vista classificatório), em muitos casos. Prefiro dizer, sem querer parecer presunçoso, que ou elas concordam ou a TRI é melhor. Entretanto, particularmente, julgo ser melhor ter notas oriundas somente via TRI. Inclusive há sugestões na literatura de como analisar redações via TRI. Certamente, a logística envolvida seria de uma dimensão maior.
> > >

> > >
> > >

> > > 2 - Para mim é bastante lógico julgar que dois indivíduos que acertaram a mesma quantidade de questões, sendo que um acertou as mais difícieis e o outros as mais fáceis, tenham notas diferentes. O lógico é pensar que o primeiro acertou muito (ou tudo) escolhendo de modo aleatório e o outro respondeu consoante seu conhecimento. Ou seja, a nota do segundo tem de ser maior do que o primeiro. Isto a TCM não faz.
> > >
> > >
> > > 3 - Até onde sei, numa prova de 40 questões corrigida via TCM, as notas variam de 0 a 40. Ou seja, 0 é a nota mínima. Porque não haveria de existir uma nota mínima dentro do contexto da TRI?
> > >
> > >
> > > 4 - Sem sombre de dúvida, a inserção de indivíduos nas Universidades é de suma importância nas vidas deles como também de seus familiares (e da sociedade como um todo). Contudo, creio que a saúde de todos nós, também o é. Particularmente, desconheço as nuâncias da grande maioria dos exames médicos que fiz ao longo da minha vida. Certamente, não saberia explicar como os resultados, de muitos deles, foram obtidos. Isso não invalida os diagnósticos que recebi (ainda estou vivo) tampouco descredencia a utilização de tais ferramentas.
> > >
> > >
> > > Sem querer ser repetitivo, respeito a opnião de todos os colegas, não me julgo dono da verdade, tampouco um especialista na TRI.
> > >
> > >
> > > Lembro-me de ter ouvido um "colega" chamar a TRI de bruxaria. Certamente, ele tinha muito conhecimento acerca da TRI para fazer uma crítica tão bem elaborada e construtiva.
> > >
> > >
> > > Abraços a todos,
> > >
> > >
> > > Caio
> > >

> > >
> > >

> > >
> > >
> > >
> > > Céus! É muito pior do que eu pensava!
> > >
> > >
> > > On Thu, 12 Jan 2012 18:16:07 -0200, Luiz Sergio Vaz wrote
> > > > Boa tarde.

> > >
> > > >

> > >
> > > > Sem qualquer [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??¬Ã?â??intenÃ?Æ?Ã?§Ã?Æ?Ã?£o [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]polÃ?Æ?Ã?­ticaÃ?¢ââ??¬ï¿½, mas apenas a de contribuir com elementos para o debate, segue o entendimento de um dos profissionais da imprensa sobre o ENEM e sobre o entendimento dele a respeito das explicações teóricas (fonte: blog do Reinaldo Azevedo).
> > >
> > > >
> > >  

>
> > > > Podemos ver o email com enfoque no ENEM ou na forma como somos percebidos por quem não é da área.
> > >
> > > >
> > >  

> > > > Luiz
> > >
> > > >
> > >  

> > > >
> > > > ----

> > >
> > > >

>
> >

> > De: Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br>
> > > Para: Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>; "abe-l@ime.usp.br" <abe-l@ime.usp.br>
> > > Enviadas: Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2012 18:41
> > > Assunto: Re: [ABE-L]: Sobre o ENEM ou sobre nós ?
> > >

Mais sobre a caixa-preta do Enem: quem entrega gabarito em branco recebe, no mínimo, a nota média de cada área. Por quê? Perguntem a Haddad!


> > > >
> > > > O Enem é uma caixa-preta. O aluno jamais saberá por que tirou a pontuação X, Y ou Z. Sim, claro, claro, há teorias que justificam e explicam os critérios adotados, todas elas arcanas, inacessíveis aos candidatos.
>
> > >
> > > > Um professor, leitor deste blog, decidiu fazer a prova para, segundo diz, ter experiência prática no assunto e poder orientar com propriedade os seus alunos. Ele entregou dois gabaritos em branco. Mesmo assim, recebeu pontuação. Reproduzo o comentário dele, com a resposta que lhe foi enviada pelo Inep(to). Leiam. Volto em seguida.
> > >
> > > > Prezado Reinaldo Azevedo,
> > > > Escrevi uma carta para o MEC pedindo algumas explicações sobre um fato curioso na minha nota do Enem, como vocês podem observar. O texto enviado ao Inep pode ser lido abaixo:

> > >
> > > > Ã?¢ââ??¬Ã?â??Bom dia! Gostaria de obter um esclarecimento. Sou professor e fiz o Enem 2011 para conhecer melhor a prova e, dessa maneira, poder orientar os meus alunos. Compareci somente no segundo dia e resolvi as provas, mas não passei nenhuma alternativa para o gabarito oficial. Como vocês explicam o fato de eu ter obtido as notas abaixo mesmo sem ter marcado nenhum item no gabarito oficial?
>
> > > > Número de inscrição no Enem 2011 - 11103751XXXX
> > > > Número do CPF - 598.301.XXX-XX
> > > > Segundo dia - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: 304.2 Presente
> > > > Segundo dia - Matemática e suas Tecnologias 321.6 Presente
> > > > Fico aguardando o contato de vocês.

>
> > >
> > > > Alguém do Enem me respondeu da seguinte forma:
> > >
> > > > Prezado(a) Sr(a) Wagner Rodrigues Machado,
>
> > > > O protocolo de n° 7097XXX, foi finalizado em 5/1/2012, às 11:16 pela área responsável.
> > > > [UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??¬Ã?â??Ã?Æ?ââ?¬Â° comum buscarmos uma correspondência entre a quantidade de acertos (Teoria Clássica) e a proficiência pela Teoria de Resposta ao Item (TRI). Contudo, apesar de haver uma correlação alta entre as duas teorias, essa correspondência não é exata. Na Teoria de Resposta ao Item (TRI), o cálculo da proficiência leva em consideração uma totalidade maior de informações extraídas a partir das respostas dos participantes da avaliação: nível de dificuldade do item, a qualidade do item e, sobretudo, a coerência entre o conjunto de itens que o participante acertou. Outra confusão frequente refere-se a comparar o número de acertos de uma área do conhecimento com o número de acertos em outra área. Ter acertado 40 itens em uma área não significa ter uma proficiência maior do que em outra área cujo número de acertos foi 35. Por serem áreas do conhecimento distintas, não é possível fazer uma relação direta entre as escalas. Além disso, o número de itens por nível de dificuldade faz a diferença, assim como as demais características psicométricas dos itens.
> > > > O Enem não é pontuado de 0 a 1000 e sim da nota mínima e a nota máxima. O participante que comparecer ao local de prova e assinar as listas necessárias já terá a média mínima. Lembramos que nenhum participante, comparecendo ao local de prova e seguindo as instruções necessárias, terá a nota menor que a média de cada [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?Æ?Ã?¡reaÃ?¢ââ??¬ï¿½.

>
> > >
> > > > Bom, recebi a explicação! No entanto, confesso que não entendi nada. Como uma pessoa que não marca nada no gabarito pode ficar com a nota mínima? Estranho, não é mesmo?
> > >
> > > > Isso está correto?
> > >
> > > > Voltei
> > > >
Bem, leitores, em primeiríssimo lugar, vocês perceberam que parte da resposta não tem rigorosamente nada a ver com a indagação feita pelo missivista. Trata-se de explicar a suposta superioridade da chamada Teoria da Resposta ao Item (TRI) no cotejo com a [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??¬Ã?â??Teoria [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]ClÃ?Æ?Ã?¡ssicaÃ?¢ââ??¬ï¿½, que aufere a quantidade de acertos. Entrar nesse mérito seria cair num debate sem fim. Escolho, se for o caso, a [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??¬Ã?â??Teoria [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]ClÃ?Æ?Ã?¡ssicaÃ?¢ââ??¬ï¿½. Ela permite ao candidato conhecer os motivos de sua nota. Segundo o TRI, um candidato que tenha acertado um número menor de questões pode ter uma pontuação superior à daquele que acertou mais. Para que houvesse transparência, seria necessário divulgar o peso que teve cada item, as relações estabelecidas entre elas etc. Entendo que é um direito dos candidatos conhecer os critérios pelos quais estão sendo avaliados.
>
> > >
> > > > O TRI, na forma aplicada pelo Inep(to), se transformou numa licença para a discricionariedade. O mesmo se diga das redações, cuja correção, já vimos, parece ser um exemplo de falta de rigor e de critério. Tanto pior quando se constata que os temas e os textos de referência escolhidos pelo Inep(to) valem por um verdadeiro filtro ideológico. O aluno é convocado a dissertar sobre uma tese, não sobre um tema.
> > >
> > > > Conversei com alguns especialistas em matemática, estatística em particular. É aceitável, dado o TRI, que todo participante tenha, ao menos, a nota média de cada área como nota mínima, mas é absolutamente inexplicável que alunos que tenham entregado o gabarito em branco recebam essa nota mínima. Isso nada tem a ver com a Teoria de Resposta ao Item. É apenas uma jabuticaba brasileira. A questão diz respeito apenas ao processamento de dados e nada tem a ver com qualquer teoria matemática.
> > >
> > > > Em resumo
> > > >
Fernando Haddad criou o maior vestibular do Brasil sob o pretexto de acabar com os vestibulares. Não conseguiu, até agora, garantir nem mesmo o sigilo da prova. Ao contrário até: ele já deu a entender que o considera impossível. O acesso de milhares de alunos a uma vaga na universidade pública [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??‰â?¬ dada a forma como se elaboram e como se corrigem os exames [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??‰â?¬ passa por critérios que, ultrapassadas as barreiras ideológicas, são insondáveis.
> > >
> > > > O silêncio das boas escolas particulares [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??‰â?¬ refiro-me a elas porque não serão as públicas a protestar [UTF-8?][UTF-8?][UTF-8?]Ã?¢ââ??‰â?¬ chega a ser criminoso.
>
> > >
> > > > Uma rosa é uma rosa é uma rosa.
> > > > Um gabarito em branco é um gabarito em branco é um gabarito em branco.

> > >
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