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Re: [ABE-L]: Estatística



Entendo, Suzi. Deveria incomodar a todos os estatísticos. É uma inverdade, 
como todos sabemos. Para mostrar isso, bastaria um contra-exemplo: e, de 
fato, tenho feito, ao longo da vida, alguns levantamentos e todos foram por 
amostragem aleatória; com cadastro, seleção formal das unidades amostradas em 
sorteio controlado, tudo conforme o figurino. Para gerar estatisticamente as 
distribuições de referência, como tem de ser. Logo, a afirmação é falsa. Há  
amostras, inclusive "de pessoas", que são, sim, aleatórias.

Que mais fazer, além de ficarmos "incomodados"? Não sei.



On Wednesday 05 September 2007 15:02:16 Suzi Camey wrote:
> O que mais me incomodou na afirmação é o fato dela generalizar para todas
> as pesquisas!!!
>
> Suzi
>
> On 9/5/07, Jose Carvalho <carvalho@statistika.com.br> wrote:
> > On Wednesday 05 September 2007 09:49:06 Suzi Camey wrote:
> > > O que vocês acharam dessa afirmação: "A escolha de pessoas para uma
> > > pesquisa nunca é aleatória." (Márcia Cavallari, IBOPE)?
> > >
> > > Suzi
> >
> > Suzi, tenho de responder à sua provocativa pergunta.
> >
> > Não vou repetir aqui o mail original. Ficou muito grande. Minha resposta
> > é curta e grossa. As unidades amostradas não são aleatórias, talvez
> > nunca, nas
> > pesquisas do IBOPE. Não acho que se pode dizer isso de pesquisas do IBGE,
> > por
> > exemplo.
> >
> > O grande problema da amostragem não ser aleatória é que não há
> > justificativa
> > para margens de erro, nem para o tamanho do experimento. E que faz o
> > IBOPE?
> > Usa expressões matemáticas resultados de hipótese de que a amostragem é
> > aleatória. Mesmo sabendo que as suas não são.
> >
> > Faz mais: em outros casos, como verificação de audiência, emprega (ou
> > empregava, pelo menos) um esquema complexo de amostragem (amostragem
> > seqüencial, seguida de amostragem estratificada e não me lembro direito
> > que
> > mais, para, no fim, calcular a "margem de erro" e o tamanho da amostra
> > através de pq/n, como se a amostra tivesse sido AASn!!! Eu recalculei,
> > com um
> > aluno de mestrado, a precisão dessa amostra e não dava, nem de perto, o
> > expresso pelo Ibope. O cálculo foi feito por simulação, claro, por
> > dificuldades matemáticas óbvias.
> >
> > Em suma, desse jeito, na minha opinião, não se tem estatística.
> >
> > (Esta pendência é velha e não terá solução. Mas eu continuarei sendo
> > radical
> > na defesa da qualidade da estatística).