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Re: [ABE-L]: sobre comite CAPES-CNPq de estatistica



Caro Ronaldo e caros colegas, 

> Porem sempre pensei (acho que me 
> enganei) que o representante do CA voce o responsavel final de uma 
> decisao. Decisao esta que poderia  e deveria ser baseada nas informacoes 
> fornecidas pelos pareceristas. Coletando os dados e sempre acreditando 
> que a priori nao deve dominar a verossimilhanca, o/a representante de um 
> CA tomaria as decisoes de promover, rebaixar, recusar e outras decisoes 
> pertinentes.

A decisão final é da Diretoria do CNPq. O CA tem caráter consultivo e
não deliberativo. A Diretoria tende a acatar as sugestões do CA, mas às
vezes (principalmente em casos de promoções de nível de bolsas de
pesquisa) ela decide em desacordo com o que recebe do CA. Dentro do CA,
cabe ao representante da área relatar cada processo. Nesse relato, são
fornecidas informações sobre a produção científica recente, os fatores
de impacto das revistas que veicularam os artigos, as co-autorias, os
temas dos artigos, as orientações de pós-graduação, etc. Eu diria que o
fator mais importante é, como seria de se esperar, a qualidade dos
periódicos em que o solicitante da bolsa ou do auxílio publicou. No
fundo, esse é o critério de primeira ordem, juntamente com a
regularidade da produção científica. Foi por isso que eu disse que o
verdadeiro julgamento é feito pelos nossos pareceristas dos artigos.
Claro que é feita uma avaliação acadêmica no âmbito do CA-MA, mas essa é
fortemente pautada pela produção científica. Não importa se o(a)
pesquisador(a) trabalha na área bayesiana ou frequentista, se seu
trabalho é teórico ou mais aplicado, se faz $n$ tender a infinito ou
não, se é da área de probabilidade ou estatística. O que importa é sua
produção científica, especialmente em periódicos da área, como
salientado pelo Renato. 

Acho que a discussão sobre a formação de um CA específico encerra alguns
equívocos: 

[E1] Não se faz esforço para agrupar pesquisadores da área de
Probabilidade. Quando presidi uma mesa redonda sobre o tema no SINAPE,
fiz questão de que ela refletisse a diversidade de nossa comunidade. Tal
mesa foi formada pelo Pedrão, pela Eulália e por mim. Desde o convite
inicial afirmei que tal mesa deveria conter uma pessoa da área de
probabilidade. 

[E2] Passa-se a idéia de que precisamos apenas decidir se queremos ou
não um CA para tê-lo. A questão é muito mais complexa. Há grande
relutância do CNPq em criar novos CAs e até mesmo em incluir
representantes adicionais em CAs. (Por exemplo, a geometria até hoje não
tem representação no CA-MA apesar de estar há anos reivindicando tal
representação.) 

[E3] Chega-se a falar em programas de pós-graduação estarem
representados no CA e até mesmo em associações científicas terem
influência sobre os critérios do CA e/ou sobre a escolha de seus
membros. O CNPq jamais (e com razão) aceitaria tal prática. Os membros
dos CAs são assessores do CNPq e não representantes da comunidade
científica ou de programas de pós-graduação ou de associações
científicas. O CNPq não abrirá exceções para uma determinada área. E eu
acho que ele não deve abrir mesmo. 

[E4] Até o momento a ABE não revelou o resultado de uma consulta que fez
à comunidade há alguns anos sobre a possível criação de um CA para a
Estatística/Probabilidade. Acho que seria importante a divulgação do
resultado dessa consulta. Não podemos negligenciar dados tão
importantes, especialmente nós que somos da área de estatística. Mais
uma vez, sugiro que a ABE divulgue na lista o resultado da consulta que
fez sobre o tema. 

Saudações, 

FC

--
Francisco Cribari-Neto               voice: +55-81-21267425
Departamento de Estatística          fax:   +55-81-21268422
Universidade Federal de Pernambuco   e-mail: cribari@de.ufpe.br
Recife/PE, 50740-540, Brazil         http://www.de.ufpe.br/~cribari

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