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Re: [ABE-L]: ainda com otimismo



Prezado Professor,

Desta vez vou discordar em seu favor. O fato de não estar na universidade lhe 
dá um ponto de vista excepcional para criticá-la. Infelizmente no Brasil não 
se dá a importância devida a ex-alunos e ex-professores. Para se ter uma 
idéia do que ocorre na UFRJ, veja que o representante dos ex-alunos é o atual 
Diretor da Escola de Engenharia !  
Por outro lado mantenho minha discordância quanto a remunerações diferentes 
para as mesmas funções. Aos destaques não faltarão verbas adicionais, bolsas, 
prêmios, etc... Esperar que uma IFE possa pagar os salários da iniciativa 
privada para manter um docente já é sonhar demais, ou cometer uma grande 
injustiça com os demais.

[]´s
On Mon, 26 Nov 2007 09:32:47 -0200, Jose Carvalho wrote
> Caro Luis Paulo:
> 
> Obrigado pela atencao que V. deu a minha mensagem, Como escrevi 
> antes, nao tenho mais dados e vivencia para discutir o assunto e,
>  portanto, minha mensagem carece de relevancia. Meu ponto principal 
> foi o modelo geral de gestao do Brasil. A administracao centralizada 
> no governo "federal", leva a alta ineficiencia. O governo em 
> Brasilia deveria chamar-se nacional, que federal nao eh. Acho que 
> muitas de nossas universidades poderiam ser melhores, muito melhores,
>  se administradas localmente. A autonomia administrativa (e politica)
>  das universidades, entao poderia ser uma realidade. Alias, acho que 
> a sociedade poderia exercer um controle maior sobre as 
> universidades. Que tal: universidades publicas estaduais, e um 
> comite gestor  dessas universidades, por estado, com participacao 
> efetiva de pessoas externas  `as universidades? Parte desse comite 
> poderia ser eleito, diretamente. Claro, isso somente seria possivel 
> se os estados administrassem diretamente suas proprias verbas. Nao 
> eh o caso do Brasil, onde o governo nacional recolhe o grosso dos 
> impostos e os distribui a seu talante. Nao tenho a menor esperanca 
> de que isso mude, logo estou chovendo no molhado.
> 
> O Brasil, como qualquer outro pais, precisa de pesquisa, de geracao 
> de patentes, da formacao de profissionais em grande numero e de 
> qualidade. Universidade eh assunto muito serio. Eu nao deveria ter 
> metido a colher na discussao. Minha manifestacao foi mais a de um 
> cidadao do que a de um professor.
> 
> So mais uma coisa: pagar o mesmo salario para as mesmas funcoes 
> tambem nao eh necessariamente boa coisa. Que eh a mesma funcao? Por 
> que tenho de pagar a mesma quantia a um professor titular em 
> engenharia e a  um outro, digamos, em musica, na mesma universidade? 
> Isso deveria depender de muitos fatores: entre eles, a importancia 
> relativa na politica da universidade, e dos departamentos ate, 
> dessas posicoes. E por que tenho de pagar o mesmo para dois 
> professores titulares de musica? Se um professor de regencia for 
> mais do tipo de lider da bandinha infantil de uma escola, outro o 
> lider da banda do Corpo de Fuzileiros Navais (eh uma banda 
> importante; dela saiu o grande maestro Eleazar de Carvalho) e ainda 
> um outro o Karajan, tenho de  remunera-los diferentemente. A nao 
> fazer isso, a tendencia eh nivelar todos por baixo. O Karajan vai 
> embora para a Filarmonica de Berlin, o Eleazar vai viver em Paris... 
> ficara o regente da bandinha. Entropia eh cruel...
> 
> De novo, obrigado pela gentil atencao.
> 
> Abracos.
> 
> On Sunday 25 November 2007 21:54:10 Luis Paulo Vieira Braga wrote:
> > Prezado Prof.Jose Carvalho,
> >
> > Como sua mensagem ao Gauss foi publica, sinto-me a vontade para comentá-
la,
> > e o faço com uma pergunta. Por acaso a USP e a UNICAMP aboliram a isonomia
> > ? Não! Então eu lamento dizer que a isonomia não é a causa do aparente
> > fracasso das IFES. Aliás, isonomia não é pagar o mesmo salário para todo
> > mundo e sim pagar o mesmo salário para as mesmas funções. Infelizmente as
> > verbas que vão para as IFES também não são isonômicas, o orçamento das
> > estaduais paulistas é mais da metade do orçamento de todas as IFES. Isso
> > faz diferença, não é ? E, finalmente, a GED que foi criada na gestão do
> > Paulo Renato trouxe uma idéia ruim e outra aproveitável. A ruim foi 
atentar
> > contra a isonomia e a paridade com os aposentados. Acabou por se
> > desmoralizar por completo à medida que 99% do docentes das IFES atingiram 
a
> > pontuação máxima em dois anos de vigência. A aproveitável era a 
recuperação
> > do relatório anual de atividades que havia caído em desuso. Infelizmente o
> > governo Lula na campanha salarial anterior congelou a GED e desencorajou o
> > relatório institucional. O sistema SIGMA que na UFRJ coletava estes dados
> > registrou uma considerável diminuição de acessos de docentes para lançar
> > suas realizações.
> > Os problemas de gestão das IFES não provêm, segundo a opinião de quem está
> > na lida, somente do corporativismo dos docentes da IFES. Mas das 
constantes
> > intervenções políticas nas universidades federais desde 1968 até os dias 
de
> > hoje. É até surpreendente que as IFES sejam, em geral, superiores às
> > eficientemente gerida$ in$tituiçõe$ particulare$ de en$ino $uperior como a
> > carioca Estácio e a paulista UNIP. Nelas não há corporativismo, até 
porque,
> > contrariando a lei, não deixam os sindicatos funcionar. E, no entanto,
> > salvo as exceções de algumas confessionais, a maioria patina nas 
avaliações
> > institucionais.
> >
> > []´s
> > On Sun, 25 Nov 2007 21:11:12 -0200, Jose Carvalho wrote
> >
> > > Gauss, meu amigo: na gestao do Paulo Renato, no MEC, o que eu vi,
> > >  sobretudo, foi um esforco para avaliar as universidades e, em outra
> > > linha, os docentes. Com isso, criar diferenciais que levassem a mais
> > > esforco, melhor trabalho.  Um trabalho dificil, face - justamente -
> > >  ao corporativismo, que reagiu fortemente. A ideia de remuneracoes
> > > variaveis, resultante de alguma avaliacao, foi vivamente contestada
> > > com base na estupida ideia de "isonomia"
> > > (iguais proventos em todo Brasil, entre todos os docentes), algo que
> > > so desestimula.
> > >
> > > Agora, confesso que estou afastado dessa "lida"; fico sabendo de
> > > problemas gerenciais e politicos de universidades, sobretudo as
> > > federais,  atraves de colegas. Contudo, ouso achar que uma coisa nao
> > > mudou: o governo federal, centralizador, nao tem como bem gerenciar
> > > as muitas dezenas de universidades que o povo sustenta sob
> >
> > sua "administracao".
> >
> > > Vi, aqui,congratulacoes dadas por uma classificacao (qual "o"
> > > indice?) das 500 "melhores" universidades do mundo. Claro, deu USP e
> > > Unicamp na cabeca... do Brasil... da America do Sul... la pelo lugar
> > > 200, certo? Ah, que bom! Vc viu quantas universidades CHINESAS
> > > estavam a frente de USP e Unicamp? E em lugares bem acima? A
> > > classificacao nao e' causa para tanto brio. De todo modo, nao
> > > espanta que, no Brasil, saiam USP e Unicamp a frente. O estado de
> > > Sao Paulo poderia prescindir facilmente de IFES, com todo respeito a
> > > UFSCar e a velha Paulista de Medicina. Ocorre simplesmente isto:
> > > ainda que USP e Unicamp (e Unesp) sejam ja dificeis de tratar, do
> > > ponto de vista do governo do estado, elas estao mais proximas, entre
> > > si, e dos governantes (e talvez do proprio povo, seu cliente, sem
> > > querer soar demagogico), que qualquer par de universidades federais.
> > >
> > > Desculpe a falta de acentuacao. Estou fora do Brasil, a maquina nao
> > > e minha e o teclado eh desprovido de acentos...
> > >
> > > Abracos,
> > >
> > > Ze
> > >
> > > On Sunday 25 November 2007 11:13:49 gausscordeiro wrote:
> > > > Caros Redistas,
> > > >
> > > > Meu email à rede da ABE sobre as federais tratou apenas
> > > > de divulgar uma ata de reunião e, o mais importante,
> > > > o seu pano de fundo era de otimismo e encorajamento aos
> > > > alunos de doutorado de Estatística que assinam a rede,
> > > > que agora poderão encontrar um mercado de trabalho nas
> > > > federais por conta da maior oferta de vagas (devido ao
> > > > REUNI).
> > > >
> > > > Lembo a todos que da segunda metade dos anos 90 ao início
> > > > do ano 2000, por quase 6 anos, exportamos muitos doutores
> > > > para fora do País, pois eles não tinham opção de trabalho
> > > > nas federais. Pura desgraça do Ministro de Educação
> > > > Paulo Renato que penalizou as federais duramente e só
> > > > fez crescer exponencialmente as instituições de ensino
> > > > superior privadas.
> > > >
> > > > Acredito que agora a situação melhorou para as federais.
> > > > Em nenhum momento citei ou discuti o PROIFES.
> > > >
> > > > Na minha vida acadêmica sempre defendi a
> > > > meritocracia e combati enormemente o
> > > > corporativismo crônico reinante nas federais e
> > > > em outras instutições públicas no País.
> > > >
> > > > Saudações domingueiras,
> > > >
> > > > Gauss Cordeiro
> >
> > Prof. Luis Paulo
> > C.P. 2386
> > 20001-970 Rio de Janeiro, RJ
> >
> > outros e-mails
> >
> > lpbraga@gbl.com.br
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