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Re: [ABE-L]: Nosso ensino...
- Subject: Re: [ABE-L]: Nosso ensino...
- From: Basilio de Bragança Pereira <basilio@hucff.ufrj.br>
- Date: Wed, 16 Jul 2008 18:02:51 -0300
Fico satisfeito que minhas mensagens causem tantas manifestacoes e atritos.
Mas chorar o leite derramado nao adianta,
Fui aprender teoria de conjubtos, isomorfismo( ainda nao sei bem o que e
isso!!!! )etc na Universidade e aos 35 anos vi meu filho aprendendo isso no
primario.
Logo nao da para comparar MESMO.
Jorge Aschar tem razao ao afirmar :
"Além disso, há um grande desinteresse em atividades interdepartamentais,
isto é, consultoria estatística, pois muitos estatísticos não se sentem
muito confortáveis por modelagens e metodologias fora de sua área de
atuação".
Nao consigo entender alguem desenvolver algo sem um problema real.Ate
Einsten tinha um problema real , embora so ele visse na epoca.
E preciso comecar a estudar problemas reais brasileiros e usar a estatistica
nisso. Vejam nossa defazagem em patentes.
Ja diz um estatistico famoso (declino o nome para nao causar polemica!!!)
afirma : o papel do estatistico e trabalhar com cientistas competentes como
parceiro em qq area.
O pessoal de computacao em qq metodo novo de cluster faz segredo e pede
patente ja pensando em um ship para torna-lo usavel
Quanto aos "velhos " como o Jorge novamente cita nao termos historia seria
bom por exemplo o respeito pelo que fizeram (cito o caso do fundador da
COPPE que ao se aposentar ate a sala tiraram, Felizmente corrigido pelo
atual diretor )
O mesmo se aplica aqueles da USP (Caio) e do Impa (Djalma , Pedro Fernandez
etc) que muito ensinaram e ficamos todos devendo. Nao ha departamento de
estatistica que nao tenha sido criado por alunos dos mesmos
Vale a pena pedir a meu irmao Carlinhos , a mesnsagem GALO VELHO.)esta em
pps talvez se consiga no google)
Basilio
Jorge Alberto Achcar Escreveu:
Uma nota sobre os pesquisadores ?velhos? na área de estatística:
(1) Grande parte dos pesquisadores responsáveis pela criação dos
departamentos de estatística do Brasil e pela pesquisa de excelente nível
feita no Brasil, vieram de outras áreas (matemática, física, engenharia,etc)
e fizeram doutorado em estatística em destacadas universidades estrangeiras
(Estados Unidos, Inglaterra, Canadá,etc).
(2) Nessa época não havia a estrutura que existe hoje para os mais
jovens (departamentos de estatística consolidados, grandes recursos
computacionais, artigos disponíveis na internet, etc).
(3) Importante: os pesquisadores mais velhos foram responsáveis pela
introdução de quase todos os tópicos de pesquisa sendo feitos no Brasil,
onde os alunos de pós-graduação em sua maioria dão continuidade a temas
introduzidos pelos seus orientadores.No exterior, o sistema não permite
muito paternalismo, e o aluno tem que adquirir maturidade e independência
cientifica individualmente.Isso leva mais tempo.
(4) Vantagens do tipo de orientação feita no Brasil:os alunos terminam o
seu doutorado e dão continuidade a temas e generalizações introduzidas pelo
orientador com grande chance de publicações em destacados periódicos
internacionais. Desvantagens desse tipo de orientação feita no Brasil: há
grande concentração em alguns temas de pesquisa mas falta pesquisa em muitas
áreas do conhecimento que leva a novas metodologias na área de estatística,
onde apesar de todo avanço brasileiro, ainda há muita carência (nas áreas de
medicina, engenharia, computação, meio ambiente, entre muitas outras).Além
disso, há um grande desinteresse em atividades interdepartamentais, isto é,
consultoria estatística, pois muitos estatísticos não se sentem muito
confortáveis por modelagens e metodologias fora de sua área de atuação.Isso
é grave, leva a desinteresse no ensino com um todo e também acarreta em um
péssimo ensino nas áreas básicas.
(5) Em resumo: muitos pesquisadores mais velhos brasileiros
ou ?fantasmas? ainda tem uma produção cientifica muito destacada e são
responsáveis por muito que existe na área de estatística no Brasil, apesar
de alguma discriminação que é muito comum no Brasil, um país sem memória.
Não é fácil, ter uma produção científica contínua anual, muitas vezes por
20, 30 ou 40 anos em um país de terceiro mundo.Isso não pode ser decartado.
Jorge Alberto Achcar
Jorge A Achcar - Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - FMRP-USP
http://www.fmrp.usp.br/