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Re: [ABE-L]: faltam livros...



Paulo

Concordo com você que o estágio deve ser  na hora certa.
Aqui na ENCE só assinamos convênios quando o aluno já se encontra cursando as disciplinas do quinto período, dentre um total de oito - isto implica dizer que ele já cursou com aprovação a disciplina de Inferência Estatística, já concluiu os cálculos de probabilidades, processos estocásticos e as disciplinas de Cálculo e Álgebra Linear.
O estágio é, aqui no Rio de Janeiro, o principal meio de inserção  dos alunos do Bacharelado em Estatística no mercado de trabalho, diferentemente de outras carreiras.Imagino que o mesmo deva ocorrer em outras unidades da federação.

Abs
Matias

José Matias de Lima
Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE
Rua André Cavalcanti 106
20 231-050 Santa Tereza - Rio de Janeiro
Sala 405
Telefone (21) 2142 4676 ou 2142 4685
e-mail:matias.lima@ibge.gov.br



De: Paulo Justiniano Ribeiro Jr <paulojus@c3sl.ufpr.br>
Para: Lista da ABE <abe-l@ime.usp.br>
Data: 24/10/2011 12:49
Assunto: Re: [ABE-L]: faltam livros...





No espírito de levantar pontos para reflexão acrescento ainda alguns
outros fatores que tem contribuido para o quadro que os colegas colocaram:

1. É preciso lembrar sempre que o curso de estatística é em geral um dos
que apresenta baixa relação candidato/ vaga.
Isto, pragmaticamente acaba atraindo entre os candidados, um grupo com
um certo perfil que veem ai a oportunidade de entrar na Universidade
pública e conseguir o diploma. Isto pode ser mais acentuado
em certas instituições/cursos.

2. a busca do diploma nem sempre sinaliza uma opção profissional, e por
vezes é percebida como uma forma de atendimento de exigencias
de qualificaçao. Em alguns (a nao todos!!!)
casos o que interessa é o diploma, nao importa
em que.

3. há até mesmo "alunos" que entram na Universidade com o interesse
explicito de desfrutar da condição de alunos
(RU, carteiras de estudante, etc)
Como os criterios de exigencias e jubilamento tem sido cada vez mais
flexiveis e complacentes,
fica fácil se manter no sistema as vezes sem cursar/aprovar em sequer uma
disciplina.


Neste ponto devo dizer que nao considero que tais ingressantes devam ser
apontados como viloes, carregar a culpa, etc.
Eles simplesmente utilizam das brechas do sistema e de suas imperfeições.
Cabe uma discussão **contínua** do sistema universitário para inibir estes
casos.


Além dos desvios "patológicos" acima há uma questão que considero
necessitar de mais discussão: o "estágio"

As ofertas no mercado de trabalho aliadas à necessidade e/ou ansiedade dos
alunos por ganhos
tornaram a universidade um passaporte/meio para obter vaga em estágio.
Em certos casos mudou-se o objetivo primário.
Isto é mais  acentuado em certas áreas, incluindo estatística.

Claro que sou total e amplamente a favor do estágio na formação de
alunos -- na hora certa!
Entretanto tem havido desvios e abusos deste importante mecanismo,
seja cooptando alunos em periodos muito iniciais, cargas horarias
por vezes exorbitantes, e até mesmo prejudicando os profissionais da área.

Esta discussão tem estado na agenda de orgãos e coordenações mas
na minha opinião ainda há o que se avançar no tema.


Paulo Justiniano Ribeiro Jr
LEG (Laboratorio de Estatistica e Geoinformacao)
Universidade Federal do Parana
Caixa Postal 19.081
CEP 81.531-990
Curitiba, PR  -  Brasil
Tel: (+55) 41 3361 3573
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