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Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação



Penso que a maioria das pessoas desta lista conhecem os atuais dirigentes do INEP e sabem que são pessoas sérias.
Agora, corrigir e aprimorar continuamente os métodos faz parte do nosso trabalho como Estatísticos. Sempre.

Em 5 de janeiro de 2012 18:25, Denise Britz do Nascimento Silva <denisebritz@gmail.com> escreveu:
Caros
 
não quero entrar no debate de defesa ou não do ENEM apesar de achar que o estabelecimento de um sistema como este de avaliação único como este vale a pena.
 
Acho que há vários pontos em que o ENEM pode melhorar mas acho que é um avanço num bom caminho.
 
Quero apenas comentar sobre a prova de redação... os comentários que Luiz e Luis fazem não deveriam ser colocados como crítica ao ENEM (ou desfavorecimento do ENEM em comparação aos vestibulares isolados de universidades e faculdades).
 
A correção da redação por 2 professores independentemente é a forma aplicada por todos os exames ( eu acho... posso estar enganada). Pelo menos era assim que ocorria com o vestibular ENCE-UNIRIO. Se a discrepância entre as notas fosse maior que um certo valor, a redação era avaliada por mais um professor.
 
Posso não estar atualizada sobre como o processo de correção de redação é realizado nos diversos vestibulares vigentes.. qual seria a forma de fazê-lo, então? Se esta não é boa.. qual seria a sugestão de melhoria?
 
Fico sempre preocupada  em saber , quando fazemos crítica a um processo de trabalho, se temos uma proposta de melhoria.
No caso da redação... qual seria a proposta?
 
Tenho que confessar que nunca pensei no assunto pois não acho tão inadequado o procedimento utilizado no momento ( Pode até ser falta de reflexão sobre o assunto...mas..)
 
Abraços
Denise
 
Em 5 de janeiro de 2012 11:37, Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br> escreveu:

Professor Luís Paulo, muito bom o seu email. O incrível é que o juiz federal, um profissional legalmente habilitado, reconhece que há distorções. Mas as deixa passar porque são isonômicas! Agora, imaginem se, no lugar do ENEM, fosse a UTI de um hospital, em que houvesse distorções isonômicas. Duvido que o juiz federal se internaria lá.

 

Se é perigoso pensar, pensem bem o risco de não pensar ?

Pronto. Falei.

 

Abraços.

Luiz

 

 

De: Luis Paulo Vieira Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
Enviada em: quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 10:52
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação

 

O estudante Michael Cerqueira de Oliveira, de SP, recorreu contra a anulação de sua redação no ENEM. A Escola Lourenço Castanho onde ele estudou ajudou nos procedimentos judiciais porque tratava-se do seu melhor aluno. Após  determinação judicial o MEC foi obrigado a fazer a revisão da prova, procedimento que recusa sistematicamente. A nova banca deu 880 pontos em 1.000 para Michael que deseja estudar economia na UFRJ. Esse aluno pode ser vítima de um caso raríssimo, ou a ponta do iceberg de um sistema de correção de redações que vem sendo criticado por professores, alunos, especialistas e cidadãos. Reservadamente um ex-coordenador de vestibular de uma IFE, confidenciou-me que era uma temeridade corrigir as redações via internet por pares de professores. As distorções seriam enormes. Mas o seu silêncio foi assegurado com uma licença para fazer doutoramento... Ontem um juiz federal negou pedido do Procurador Público do Estado do Ceará para desconsiderar as notas da redação no ENEM. Em seu arrazoado considerou que as distorções eram isonômicas, portanto, não se justificava a anulação dessa etapa...

Não considero que em um debate como esse somente pessoas qualificadas e certificadas possam manifestar suas opiniões. Sem dúvida a execução de um projeto de natureza estatística, ou a elaboração de um parecer judicial, são prerrogativas dos profissionais legalmente habilitados para esse fim. É portanto, surpreendente(ou não), alguém querer restringir a livre discussão, e calar-se diante do exercício ilegal da profissão.

Como diz um colega meu, na academia é perigoso pensar!
Pensar ou falar? Pergunto eu.
Pensar, falar é mortal.Responde de pronto.


On Wed, 4 Jan 2012 14:13:47 -0200, Luiz Sergio Vaz wrote
> Isso, sem falar no vazamento das questões. Para se ter uma idéia, representantes do Greenpeace compararam o vazamento da bacia de Campos ao vazamento das questões do ENEM. Veja você...
>  
>
> De: Luis Paulo Vieira Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
> Enviada em: quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 12:02
> Para: abe-l@ime.usp.br
> Assunto: [ABE-L]: enem, tri e redação
>  
> Colegas,
> Não há mais limites para os desmandos dos atuais dirigentes do MEC.
> Hoje em todo o Brasil estudantes vão protestar contra o ENEM.
> Leiam essa entrevista de um acadêmico que teve a coragem de dizer a verdade, enquanto a maioria fica em silêncio:
> Mestre em Econometria pela London Business School e em Matemática pelo IMPA, Leonardo Cordeiro endossa o argumento de que é um equívoco somar notas com metodologias diferentes. Para ele, as soluções possíveis são usar a nota da redação apenas com caráter eliminatório ou calcular as notas das provas objetivas pelo percentual de acertos de cada candidato, descartando o TRI, como era feito até 2008.
> — O que não se pode é misturar as duas medidas. Usar a nota da redação combinada com a TRI provoca uma distorção matemática tão grande na classificação que, em média, 40 a 50% dos alunos que poderiam ser aprovados anteriormente deixariam de passar por esse cálculo. Ao misturar notas obtidas por metodologias incompatíveis, o MEC compara "maçãs" com "laranjas" — diz Cordeiro que foi professor de Finanças da London School of Economics, na Inglaterra, por cinco anos.
> Na opinião de Cordeiro, a não divulgação das notas de todos os candidatos fere os príncipios de transparência em concursos públicos. Para ele, se o MEC divulgasse detalhes da metodologia empregada como os parâmetros estimados pela TRI para cada item ou questão, seria possível recalcular a nota final obtida por cada candidato:
> — Esses parâmetros são os de discriminação, de dificuldade e de acerto casual. Como são parâmetros universais, a divulgação não fere princípios de confindecialidade e certamente acalmaria os espíritos dos candidatos, que poderiam confirmar a validade de suas notas.
>
> Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vestibular/estudantes-protestam-nesta-quarta-por-mais-transparencia-no-enem-3562788#ixzz1iUshjA3G
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