[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: Ciência Brasileira



Elias,

de fato, parece que a classificação de revistas é feita para favorecer o trabalho que você descreve na linha a). O meu ponto é que quando esta classificação é mal feita, sofrem os programas e os incentivos aos pesquisadores.

Na Inglaterra a avaliação de programas não requer que sejam submetidos todos os trabalhos dos seus docentes / pesquisadores. Para cada docente é feita uma seleção dos três ou cinco produções mais relevantes. Quem faz a seleção é a administração do programa. Inclusive há programas que não incluem na sua submissão para avaliação todos os seus docentes / pesquisadores, selecionando os mais produtivos. O sistema é complexo, também, mas não tem essa classificação rígida das revistas.

Eu, certamente, considero que sistemas automáticos assim não devem ser usados para a avaliação de pesquisadores individualmente. Neste caso, há que usar muitos outros parâmetros e critérios de avaliação.

Saudações, Pedro.






Em 4 de dezembro de 2013 14:56, Elias T Krainski <eliaskrainski@yahoo.com.br> escreveu:
3. No recente workshop "The Future of Statistical Science", realizado em
Londres, por organização do ISI, ASA, RSS e mais alguns parceiros, TODAS
as áreas de fronteira identificadas como requerendo avanços importantes
nos próximos 10 anos são áreas de APLICAÇÃO: genética, dieta e nutrição,
BIG DATA, privacidade e confidencialidade, risco, etc. Se procuramos por
revistas para publicar trabalhos nestas áreas, não as encontraremos no
QUALIS da área de Matemática e Estatística.

pelo que ouvi desse workshop onde esteve presente 'high profiled people', a estrategia tem sido a criacao de novos programas que mergem pessoas de areas cores, simplesmente porque e' mais facil que mudar programas existentes.


4. Outro problema é a metrificação exagerada. Para poder aplicar
critérios de pontuação da produção de forma automática, as revistas do
QUALIS são alocadas em classes A1, A2, etc. O que é peculiar não é ter
classes, mas sim é ter classes cuja frequência é arbitrada externamente
aos dados. Assim, na classificação A1 só podem estar x% das revistas.
Ora, se a classificação é para diferenciar por qualidade, como antecipar
que só podemos ter x% das revistas na classe de qualidade A1? Insensato,
para dizer o mínimo.


 a) dado uma classificacao de revistas, a avaliacao de programas pode ser feita por uma pessoa qualquer que saiba somar os pesos das revistas nas quais houve publicacao. Entendo que isso talvez seja util na distribuicao de recursos (money), premiando universidades/departamentos com mais pontos
 b) na avaliacao de pesquisadores, vale a regra acima ou seria necessario realmente conhecer o trabalho do pesquisador, isto e', pelo menos ler os papers mais importantes?




--
Pedro Luis do Nascimento Silva
ISI President-Elect 2013-2015
IBGE - Escola Nacional de Ciências Estatísticas
Phone: +55 21 21424957