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Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação



Pois eu, até por querer muito bem a ele e por respeitá-lo, ouso dizer que discordo do amigo Vermelho, em uma coisa. Não se questiona a seriedade dos dirigentes do INEP, que não entra em voga para se discutir o ENEM e os métodos de avaliação de questionários e dos resultados de suas aplicações.

Sou favorável ao ENEM e a seu aprimoramento. E acho melhor ter alguma métrica, ainda que deficiente, a métrica alguma. Que deve ser revista e aprimorada, de tão sério é o problema. Por isso mesmo, acho que caberá sempre a discussão, aqui ou em qualquer outro lugar.

Não sou favorável a ataques ad hominem em discussões. Devemos nos ater às questões propriamente ditas. Tampouco acho perineten usar argumentos como se achar difícil criticar o ENEM (ou o que for) por ser feito por gente séria. Gente séria apreciará críticas a seu trabalho!

Bem, íamos saindo da discussão do ENEM, para poupar os dirigentes do INEP (nada a ver, contudo). Ofendido com a possível crítica ao governo, lá vem meu amigo Pledson a mudar o assunto de novo. Que, diabos, tem o livrinho panfletário que ele recomenda com o ENEM ou a TRI?
Privataria tucana "já foi", se é que foi um dia, Pledson. O mundo não tem dois lados apenas. Céu ou inferno já é coisa "démodé", como aliás também é esta palavra...  :-) Incidentalmente, não foi o tucano (privateiro?) Paulo Renato que começou tudo isso, até mesmo o bolsa-família, como ministro da Educação? E não foi ele professor e reitor da Unicamp, quando V. fazia seu mestrado?

Abs (questionando a questão)

Zé Carvalho

On 01/06/2012 12:19 PM, Pledson Guedes de Medeiros wrote:
Olá,

Concordo com o Vermelho em relação ao fato de que o INEP(órgão federal responsável pelo ENEM) é dirigido por pessoas sérias e que merecem nosso respeito, inclusive, temos estatísticos bastante conhecidos envolvidos no processo metodológico do ENEM, via TRI, e fazer críticas ao ENEM em uma comunidade estatística é, no mínimo, dar um tiro no pé, afinal a TRI é talvez a metodologia estatística que esteja mais em evidência, pois até no Jornal Nacional tivemos estatísticos falando sobre o assunto.

Em relação à crítica de que não faz sentido misturar o escore da parte objetiva com a correção de 2 professores da redação, esta me parece sem sentido pois, assim como observou a Denize, aqui na UFRN o processo de correção da redação é feito da mesma forma, ou seja, por 2 professores. A única diferença é que ao usar a TRI não fazemos a contagem do número de acertos da prova objetiva mas passamos a utilizar um escore obtido a partir de uma metodologia estatística, a TRI, que permite dar pesos diferentes a questões de grau de dificuldade diferentes. Peço desculpa aos amigos especialistas em TRI por estar me atrevendo a comentar um pouco sobre esta medologia, mas acho importante que as coisas fiquem claras pois, afinal, estamos em uma comunidade estatística e temos vários alunos que acessam estes e-mails, além de pessoas que estão sempre interessadas em adquirir novos conhecimentos. 

Agora, se a intenção é fazer uma crítica política a adminitradores de órgãos públicos federais, sugiro então a leitura de PRIVATARIA TUCANA, este sim um livro bastante esclarecedor e elucidativo que aborda formas nefastas de se tratar e vender empresas estatais associado ao uso de offshores em paraisos fiscais retratando, de forma documental, uma época de administradores federais que, espero, nunca mais volte ao nosso país. Para os que estão interessados em dar uma conotação política ao debate, RECOMENDO...

Cordialmente,

Pledson
 
---------- Original Message -----------
From: Vermelho <vermelho2@gmail.com>
To: Denise Britz do Nascimento Silva <denisebritz@gmail.com>
Cc: Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br>, Luis Paulo Vieira Braga <lpbraga@im.ufrj.br>, "abe-l@ime.usp.br" <abe-l@ime.usp.br>
Sent: Fri, 6 Jan 2012 08:51:38 -0200
Subject: Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação

> Penso que a maioria das pessoas desta lista conhecem os atuais dirigentes do INEP e sabem que são pessoas sérias.
> Agora, corrigir e aprimorar continuamente os métodos faz parte do nosso trabalho como Estatísticos. Sempre.
>
> Em 5 de janeiro de 2012 18:25, Denise Britz do Nascimento Silva <denisebritz@gmail.com> escreveu:
>

> Caros
>  
> não quero entrar no debate de defesa ou não do ENEM apesar de achar que o estabelecimento de um sistema como este de avaliação único como este vale a pena.
>  
> Acho que há vários pontos em que o ENEM pode melhorar mas acho que é um avanço num bom caminho.
>  
> Quero apenas comentar sobre a prova de redação... os comentários que Luiz e Luis fazem não deveriam ser colocados como crítica ao ENEM (ou desfavorecimento do ENEM em comparação aos vestibulares isolados de universidades e faculdades).
>  
> A correção da redação por 2 professores independentemente é a forma aplicada por todos os exames ( eu acho... posso estar enganada). Pelo menos era assim que ocorria com o vestibular ENCE-UNIRIO. Se a discrepância entre as notas fosse maior que um certo valor, a redação era avaliada por mais um professor.
>  
> Posso não estar atualizada sobre como o processo de correção de redação é realizado nos diversos vestibulares vigentes.. qual seria a forma de fazê-lo, então? Se esta não é boa.. qual seria a sugestão de melhoria?
>  
> Fico sempre preocupada  em saber , quando fazemos crítica a um processo de trabalho, se temos uma proposta de melhoria.
> No caso da redação... qual seria a proposta?
>  
> Tenho que confessar que nunca pensei no assunto pois não acho tão inadequado o procedimento utilizado no momento ( Pode até ser falta de reflexão sobre o assunto...mas..)
>  
> Abraços
> Denise
>  
> Em 5 de janeiro de 2012 11:37, Luiz Sergio Vaz <luizvaz@sarah.br> escreveu:
>
>

>
> Professor Luís Paulo, muito bom o seu email. O incrível é que o juiz federal, um profissional legalmente habilitado, reconhece que há distorções. Mas as deixa passar porque são isonômicas! Agora, imaginem se, no lugar do ENEM, fosse a UTI de um hospital, em que houvesse distorções isonômicas. Duvido que o juiz federal se internaria lá.
>  
> Se é perigoso pensar, pensem bem o risco de não pensar ?
> Pronto. Falei.
>  
> Abraços.
> Luiz
>  
>  
>
> De: Luis Paulo Vieira Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
> Enviada em: quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 10:52
> Para: abe-l@ime.usp.br
> Assunto: Re: RES: [ABE-L]: enem, tri e redação

>
>  
> O estudante Michael Cerqueira de Oliveira, de SP, recorreu contra a anulação de sua redação no ENEM. A Escola Lourenço Castanho onde ele estudou ajudou nos procedimentos judiciais porque tratava-se do seu melhor aluno. Após  determinação judicial o MEC foi obrigado a fazer a revisão da prova, procedimento que recusa sistematicamente. A nova banca deu 880 pontos em 1.000 para Michael que deseja estudar economia na UFRJ. Esse aluno pode ser vítima de um caso raríssimo, ou a ponta do iceberg de um sistema de correção de redações que vem sendo criticado por professores, alunos, especialistas e cidadãos. Reservadamente um ex-coordenador de vestibular de uma IFE, confidenciou-me que era uma temeridade corrigir as redações via internet por pares de professores. As distorções seriam enormes. Mas o seu silêncio foi assegurado com uma licença para fazer doutoramento... Ontem um juiz federal negou pedido do Procurador Público do Estado do Ceará para desconsiderar as notas da redação no ENEM. Em seu arrazoado considerou que as distorções eram isonômicas, portanto, não se justificava a anulação dessa etapa...
>
> Não considero que em um debate como esse somente pessoas qualificadas e certificadas possam manifestar suas opiniões. Sem dúvida a execução de um projeto de natureza estatística, ou a elaboração de um parecer judicial, são prerrogativas dos profissionais legalmente habilitados para esse fim. É portanto, surpreendente(ou não), alguém querer restringir a livre discussão, e calar-se diante do exercício ilegal da profissão.
>
> Como diz um colega meu, na academia é perigoso pensar!
> Pensar ou falar? Pergunto eu.
> Pensar, falar é mortal.Responde de pronto.
>
> On Wed, 4 Jan 2012 14:13:47 -0200, Luiz Sergio Vaz wrote
> > Isso, sem falar no vazamento das questões. Para se ter uma idéia, representantes do Greenpeace compararam o vazamento da bacia de Campos ao vazamento das questões do ENEM. Veja você...
> >  
> >
> > De: Luis Paulo Vieira Braga [mailto:lpbraga@im.ufrj.br]
> > Enviada em: quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 12:02
> > Para: abe-l@ime.usp.br
> > Assunto: [ABE-L]: enem, tri e redação
> >  
> > Colegas,
> > Não há mais limites para os desmandos dos atuais dirigentes do MEC.
> > Hoje em todo o Brasil estudantes vão protestar contra o ENEM.
> > Leiam essa entrevista de um acadêmico que teve a coragem de dizer a verdade, enquanto a maioria fica em silêncio:
> > Mestre em Econometria pela London Business School e em Matemática pelo IMPA, Leonardo Cordeiro endossa o argumento de que é um equívoco somar notas com metodologias diferentes. Para ele, as soluções possíveis são usar a nota da redação apenas com caráter eliminatório ou calcular as notas das provas objetivas pelo percentual de acertos de cada candidato, descartando o TRI, como era feito até 2008.
> > [WINDOWS-1252?]— O que não se pode é misturar as duas medidas. Usar a nota da redação combinada com a TRI provoca uma distorção matemática tão grande na classificação que, em média, 40 a 50% dos alunos que poderiam ser aprovados anteriormente deixariam de passar por esse cálculo. Ao misturar notas obtidas por metodologias incompatíveis, o MEC compara "maçãs" com "laranjas" [WINDOWS-1252?]— diz Cordeiro que foi professor de Finanças da London School of Economics, na Inglaterra, por cinco anos.
> > Na opinião de Cordeiro, a não divulgação das notas de todos os candidatos fere os príncipios de transparência em concursos públicos. Para ele, se o MEC divulgasse detalhes da metodologia empregada como os parâmetros estimados pela TRI para cada item ou questão, seria possível recalcular a nota final obtida por cada candidato:
> > [WINDOWS-1252?]— Esses parâmetros são os de discriminação, de dificuldade e de acerto casual. Como são parâmetros universais, a divulgação não fere princípios de confindecialidade e certamente acalmaria os espíritos dos candidatos, que poderiam confirmar a validade de suas notas.
> >
> > Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/vestibular/estudantes-protestam-nesta-quarta-por-mais-transparencia-no-enem-3562788#ixzz1iUshjA3G
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