MAT 2453 - Cálculo Diferencial e Integral I

O Cálculo Diferencial e Integral é uma das mais notáveis ferramentas desenvolvidas pelo intelecto humano, sendo capaz de dar conta da descrição da variação de grandezas de diversos tipos. Hoje utilizamos esta teoria como espinha dorsal de diversos ramos das Ciências Exatas, como a Física, as Engenharias e muitas outras.

Enquanto que a Geometria se ocupa do estudo das configurações estáticas, pode-se dizer que o Cálculo se ocupa das configurações "dinâmicas". Não sem motivo, o Cálculo desenvolvido por Sir Isaac Newton surge como ferramenta auxiliar nos seus estudos sobre o movimento.

Empregando as técnicas do Cálculo, somos capazes de calcular grandezas como taxas de variação instantâneas, inclinações de retas tangentes a certas curvas e até mesmo áreas compreendidas entre alguns tipos de curvas e volumes delimitados por diversos sólidos. Vamos analisar, abaixo, o estudo da variação "instantânea" de uma grandeza.

Imagine que certa partícula percorra \(s=s(t)\) unidades de comprimento em \(t\) unidades de tempo. Se desejamos calcular sua velocidade em um instante \(t_0\) (que denotaremos por \(v_{t_0}\)) podemos, um uma primeira abordagem, considerar um pequeno incremento de tempo, Δt, e calcular a velocidade média da partícula entre os instantes \(t_0\) e \(t_0 + \Delta t \):

$$ {v_{t_0} \approx \frac{s(t_0+\Delta t)-s(t_0)}{\Delta t}} $$

Naturalmente, obteremos aproximações tanto melhores para \(v_{t_0}\) quanto menor for \(\Delta t\). Desta forma, seria extremamente conveniente (e intuitivo), ter à disposição uma grandeza "infinitesimal", ou seja, positiva e infinitamente pequena para obter o valor exato da velocidade instantânea. Segundo KLEINBERG e HENLE (1979), até o início do século XX, era muito comum raciocinar usando este tipo de conceito, que possuía a vantagem de tornar a teoria intuitiva e fácil de compreender. Em seguida apresentamos um exemplo de raciocínio lançando mão daqueles "infinitésimos".

Comecemos introduzindo uma nova grandeza, \(o \), representando uma variação "infinitesimal" (positiva, porém menor do que qualquer outro número positivo) em \(t_0\). A velocidade instantânea será, portanto:

$${v_{t_0}} = \frac{s(t_0+o)-s(t_0)}{o}$$
Uma lousa de aula presencial de Cálculo.

Digamos, por exemplo, que o movimento de que se trata seja a queda de uma partícula sujeita exclusivamente à aceleração da gravidade, g, cuja equação horária do movimento seja s(t)=-gt2. A velocidade da partícula no instante t0 será, portanto:

$${v_{t_0}} = \frac{-g\cdot (t_0 + o)^2 - (-g \cdot t_0^2)}{o} = -g \cdot \frac{t_0^2 + 2\cdot t_0 \cdot o + o^2 - t_0^2}{o} =$$ $$= -g \cdot \frac{2t_0 \cdot o + o^2}{o} = -2\cdot g \cdot t_0 - g \cdot o$$

Observe que a expressão acima depende de \(o \), o que é absolutamente esperado, uma vez que estamos tirando a taxa de variação média num intervalo de comprimento diferente de zero. No entanto, se \(o\) for se tornando cada vez menor, "fluindo rumo a zero", a taxa variação \(-2gt_0 - g \cdot o\) vai se aproximando cada vez mais de \(-2\cdot g\cdot t_0\), que é a velocidade da partícula no instante \(t_0\). Observe que este valor não depende de \(o\).

Um crítico importante do raciocínio apresentado acima foi o bispo George Berkeley, que argumentava que não fazia sentido argumentar a existência de uma grandeza pequena, o, que ora é considerada diferente de zero (nos denominadores) e, no final, considerada igual a zero. Berkeley publicou suas críticas em 1734 no panfleto intitulado "O analista: ou um discurso endereçado a um matemático infiel". Somente na segunda metade do século XIX foi que o matemático alemão Karl Weierstrass pôde introduzir o conceito formal de limite, em sua contextura atual, permitindo que o Cálculo prescindisse, definitivamente, das grandezas infinitesimais.

Munidos da definição exata de limites, podemos apresentar de modo super preciso conceitos como o da continuidade de uma função em um ponto, o da derivada e da integral definida de funções "suficientemente" bem comportadas.

Para além do estudo das variações, o Cálculo nos permite, também, calcular "somas" de grandezas contínuas, justificando, por exemplo, o método dos indivisíveis de Cavalieri. Com suas ferramentas (como a integral de Riemann), podemos calcular áreas e volumes delimitados pelas mais diversas curvas e superfícies.

O cálculo é usado em todos os ramos das ciências físicas, na ciência da computação, estatística, engenharia, economia, medicina e em outras áreas sempre que um problema possa ser modelado matematicamente e uma solução ótima é desejada, ele é um estudo mais profundo de funções. [WIKIPEDIA (2020)]

    Resumo Histórico

    O Cálculo é oriundo de questões tanto da Matemática Pura quanto da Matemática Aplicada [STEWART (2013)], e seus antecedentes remontam aos tempos de Arquimedes. Dentre os gigantes que precederam o desenvolvimento do Cálculo como o conhecemos hoje, se encontram John Wallis, Pierre de Fermat, Galileu Galilei e Johannes Kepler,

    Wallis, em 1656, publicou seu livro Aritmetica Infinitorum ("Aritmética do infinito"). Fermat, em 1679, publicava seu livro De Tangentibus Linearum Curvarum ("De tangentes de linhas curvas"), onde apresentava seu método de achar retas tangentes a curvas - um problema estreitamente ligado ao Cálculo. Kepler, por sua vez, formulou suas três leis básicas do movimento planetário, dando subsídio para que Isaac Newton formulasse sua Lei da Gravitação Universal. Os parágrafos a seguir foram extraídos da Wikipedia:

    Coube a Gottfried Wilhelm Leibniz e a Isaac Newton recolher essas ideias e juntá-las em um corpo teórico que viria a constituir o cálculo. A ambos é atribuída a simultânea e independente invenção do cálculo. Leibnitz foi originalmente acusado de plagiar os trabalhos não publicados de Isaac Newton; hoje, porém, é considerado o inventor do cálculo, juntamente com Newton. Historicamente Newton foi o primeiro a aplicar o cálculo à física ao passo que Leibniz desenvolveu a notação utilizada até os dias de hoje, a notação de Leibniz. O argumento histórico para conferir aos dois a invenção do cálculo é que ambos chegaram de maneiras distintas ao Teorema Fundamental do Cálculo,

    $${\int_{a}^{b}f(x)dx = F(b)-F(a)}$$

Quando Newton e Leibniz publicaram seus resultados, houve uma grande controvérsia de qual matemático (e portanto que país: Inglaterra ou Alemanha) merecia o crédito. Newton derivou seus resultados primeiro, mas Leibniz publicou primeiro. Newton argumentou que Leibniz roubou ideias de seus escritos não publicados, que Newton à época compartilhara com alguns poucos membros da Sociedade Real. Esta controvérsia dividiu os matemáticos ingleses dos matemáticos alemães por muitos anos. Um exame cuidadoso dos escritos de Leibniz e Newton mostra que ambos chegaram a seus resultados independentemente, com Leibniz iniciando com integração e Newton com diferenciação. Nos dias de hoje tem-se que Newton e Leibniz descobriram o cálculo independentemente. Leibniz, porém, foi quem deu o nome cálculo à nova disciplina, Newton a chamara de "A ciência dos fluxos".

Atividade Data Peso
Trabalho 1 ( \(T_1\) ) Até 14/4/2025 1
Prova 1 ( \(P_1\)) 22/5/2025 1
Prova 2 ( \(P_2\)) 26/6/2025 1
Substitutiva ( \(P_{\rm sub}\)) 03/7/2025 1
Recuperação ( \(P_{\rm rec}\)) 07/7/2025 Nota do semestre
\[ A_1 = \frac{T_1 + P_1 + P_2}{3} \] Se o aluno obtiver \( A_1< 5 \), fará jus à substitutiva, que substituirá sua menor nota, obtendo: \( A_1 = \frac{T_1 + \max\{P_1, P_{\rm sub}\} + P_2}{3} \) ou \( A_1 = \frac{T_1 + P_1 + \max\{P_2, P_{\rm sub}\}}{3} \), conforme o caso. Se ainda assim o aluno tiver \(A_1< 5 \) e, no mínimo, 70% de frequência, faz jus à prova de recuperação, \(P_{\rm red}\), cujo conteúdo abrange todo o curso, e sua nota final será \(A_2 = \max\{A_1, P_{\rm rec}\}\).
Dia Horários
Segunda-feira 10h00 às 11h40 ✔
Quarta-feira 8h00 às 9h40 ✔
Quinta-feira 8h00 às 9h40 ✔

O curso contará com o auxílio de um monitor, o Lucca que disponibilizará os seguintes horários de atendimento:

Dia de Atendimento Monitor Horário e Local de Atendimento
Terça-feira Lucca 14:00 às 15:00: atendimento presencial (sala A243 do IME)
Quinta-feira Lucca 14:00 às 15:00: atendimento virtual: https://meet.google.com/qrv-xdrp-zgg

INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Rua do Matão, 1010 - CEP 05508-090 - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3091-6193 E-mail: j.berni@unesp.br

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