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Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo



Até aí tudo bem,mas dar aulas em inglês na graduação com ajustificativa de receber alunos americanos é forçar um pouco a barra.
Todos os alunos estrangeiros que já tive contato tem como um de seus interesses aprender o protuguês!!
Aliás, essa, muitas vezes, é uma das principais motivações para a decisão de fazer uma graduação ou sanduiche no Brasil, já que existem boas graduações em países onde a língua mãe é o inglês.
Abs,


Em 3 de dezembro de 2012 07:25, Fabio Machado <faprama@gmail.com> escreveu:
 Ola Caio,

   Das vezes que assisti seminários em países cuja língua não
era o Inglês, nunca aconteceu de alguém tentar me explicar motivos
para o seminário ser em Frances, Alemão, Espanhol, Hindi etc.
O seminário foi em Inglês sob a justificativa de haver na platéia pessoas
que não dominavam estas línguas o suficiente para acompanhar o seminário.
A maioria das vezes, o seminário foi em Inglês, sem explicação alguma.

   Acho que se todos dominam o Português, fazer o seminário em Inglês
poderia ser opcional. Claramente interessante se o seminário é dado por um
estudante, como forma de treino. Mas definitivamente opcional. Eu mesmo já
dei seminários para o grupo de Probabilidade, em situações como esta, em
Português e há aqui na rede colegas que certamente já fizeram assim também.
Se o apresentador não se sente confortável com o Inglês, é uma outra situação,
obviamente.

  Não da para pensar que vai (ou mesmo que deve) ser assim em todas as
universidades brasileiras. Mas ha uma lista de departamentos ou mesmo
grupos de pesquisa, que ou já fazem assim ou deveriam começar a pensar
seriamente em fazer isto como um passo necessário para o ingresso no
cenário mundial.

Trazer um número maior de visitantes estrangeiros para que
além de seminários de pesquisa e aulas na pós, ministrarem aulas na
graduação em Inglês. Retirar os impedimentos legais para que textos de
dissertações, teses e concursos sejam em Inglês, oferecendo suporte
para que isto aconteça. Ter secretárias bilíngues no seu quadro de funcionários,
oferecer condições para que suas páginas web tenham versão em Inglês.

A nossa USP tem tomado ações nesta direção mas poderíamos aumentar
um pouquinho a velocidade, não?

Grande abraço.

Fábio
ps: Isto não ameaça em nada a nossa querida língua Portuguesa.


2012/12/2 Julio Stern <jmstern@hotmail.com>:
>
> Caros:
>
> Tres observacoes:
>
> 1- Toda epoca teve sua Lingua Franca cientifica.
> Grego, Latim, Italiano, Frances, Alemao, Ingles.
> Sorte nossa que vivemos no tempo do Ingles.
> Ter que aprender Latim eh muito pior :-)
>
> 2) Paises com muito mais tradicao cultural que a
> nossa, nao tem o menor pudor de conduzir suas
> atividades cientificas em Ingles.
>
> 2a) Exemplo Holandes:
> - Na Holanda, muitos cursos de pos-graduacao tem
> Todas as sua atividades em conduzidas em Ingles.
> Os Holandeses querem ter a maior insercao internacional
> possivel, e simplesmente nao acham razoavel pedir a alguem
> que aprenda Holades (eine Halskrakheit, uma doenca da
> garganta, como diriam os Alemaes :-)
> - Nos laboratorios da Philips, que tive o prazer de visitar,
> em Eindhoven, a lingua de trabalho eh o Ingles.
> As razoes sao essencialmente as mesmas.
>
> 2b) Garanto a voces que a Holanda valoriza muito sua
> cultura e lingua nacional (muitissimo mais que nos
> aqui nos tropicos respeitamos a nossa).
> O uso pragmatico e profissional do Ingles em nada
> conflita com este respeito e amor proprio.
> A proposito, alem do Ingles, quase todos os Holandeses
> ainda dominam ou o Alemao ou o Frances ou ambos,
> e nem por isto se sentem menos "patriotas".
> Sentem-se sim mais cultos oq, reconheco, pode conflitar
> com algumas nocoes ingenuas de patriotismo :-)
>
>
> 3) Na USP da minha graduacao (1977) tive aulas na graduacao
> (Fisica) em Italiano e Ingles. A partir do segundo ano, so havia
> bons livros em Ingles (ou Russo ou Frances, da editora MIR).
> Hoje ha muita coisa traduzida.  Azar dos alunos.
> Musica e linguas estrangeiras se aprende facil quando crianca
> (i.e. antes dos 20 anos).
>
> ---Julio (Stern)
>
>
>> Date: Sun, 2 Dec 2012 21:15:48 -0200
>> From: caio@ime.usp.br
>> To: abe-l@ime.usp.br
>> Subject: Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>
>>
>>
>>
>> Caros redistas
>> Há tempos não escrevo´para a rede.
>> Õ tema em discussão é mais de cunho social do que científico.
>> Em primeiro lugar gostaria de saudar o Marcelo Arruda e dizer-lhe que
>> não deve se desculpar por opinar sobre um tema que julga polêmico. É
>> dos temas polêmicos que nasce a luz; como dizia Nelson Rodrigues "
>> Toda unanimidade é burra."
>> Acho que o nooso amigo Fabio foi um pouco ligeiro ao expressar seu
>> pensamento simplificando cousas sobre o uso da língua que são
>> complexas. Há vários angulos de se abordar o problema. Foi mencionado
>> o uso do inglês em títulos de ofertas , ou nome de firmas que se
>> reproduzem de maneira assustadora. Não se trata somente da classe "c",
>> pois se visitarem lojas nos shopping centers da elite vão verificar
>> que esta prática é usual.Acho que nos sentimos um tanto colonizados
>> pela grande potência do norte e dessa admiração surge esse uso.
>> Assístí vários seminários do grupo de probabilidade que foram dados em
>> português. No entanto, se há um ou mais visitantes tralhando com um
>> grupo do IME e a maior parte da audiência é de pessoas que falam bem o
>> inglês é natural que o palestrante de sua palestra em ingles, mas se o
>> contrário for verdade acho que a palestra deve ser dada em português e
>> o professor que convidou o visitante procure deve procura fazê-lo
>> entender.Não se trata de cortesia sem levar em conta nossos alunos e
>> professores.Quanto a elaboração de teses a medida delas deverem ser
>> escritas em português é cartorial. Já tive muitas vezes nos orgãos de
>> direção da USP oportunidade de defender esse ponto de vista. Essas
>> normas arraigadas nas intituições levam muito tempo para serem
>> modificadas.
>>
>> <caio@ime.usp.br>Citando Francisco Cribari <cribari@de.ufpe.br>:
>>
>> > A UFPE já permite a elaboração de dissertações e teses em inglês.
>> >
>> > [ ]'s FC
>> >
>> >
>> >
>> > 2012/11/28 Fabio Machado <faprama@gmail.com>
>> >
>> >> Caros
>> >>
>> >> Desde sempre os seminários do grupo de Probabilidade e Processos
>> >> Estocásticos do IME-USP, tem sido em Inglês.
>> >> Isto ocorre por razões práticas: Na grande maioria das vezes ou o
>> >> apresentador não tem fluência em Português
>> >> ou ha convidados na platéia (professores ou pós-docs) que não tem
>> >> fluência em Português. No segundo caso
>> >> seria uma deselegância ter uma apresentação em uma língua que o(s)
>> >> convidado(s) não fosse(m) capaz de
>> >> acompanhar. Na ausência destes (casos bem raros) o apresentador opta
>> >> entre o Inglês e o Português. Já não se
>> >> trata de obrigatoriedade mas de simples uso do bom senso. Acho que
>> >> esta é a regra (sim, ha exceções!) nos grupos mais
>> >> fortes desta universidade.
>> >>
>> >> Por outro lado, lentamente a USP vai aceitando teses em Inglês.
>> >> Penso que em breve vai haver uma norma determinando
>> >> que tanto Inglês quanto Português são aceitáveis para a aulas (em
>> >> todos os níveis), documentos e apresentações em concursos
>> >> e todos os trabalhos de conclusão (TCCs, dissertações e teses). Os
>> >> ideais de boa redação precisariam valer para as duas línguas,
>> >> obviamente.
>> >>
>> >> Um pequeno mas importante passo para dar sentido ao uso da palavra
>> >> "internacionalização".
>> >>
>> >> Saudações
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> 2012/11/27 Marcelo L. Arruda <mlarruda@terra.com.br>:
>> >> > Prezados,
>> >> >
>> >> > Peço minhas desculpas por me intrometer nessa discussão, mas não
>> >> resisto
>> >> > a fazer um pequeno comentário:
>> >> >
>> >> > Não é (no mínimo) estranho e contraditório que o mesmo Brasil (e de
>> >> certa
>> >> > forma a mesma "nova classe C") que não tem traquejo suficiente para
>> >> > se
>> >> > comunicar em inglês com outras nações, erga cada vez mais edifícios
>> >> > com
>> >> > nomes "xxx Building", "yyy Tower" ou "zzz Office", abra cada vez mais
>> >> lojas
>> >> > com nomes "aaa Shop" ou "bbb Store" (e com "for sale", "off price" e
>> >> > expressões quetais escritas em suas vitrines) e coloque no mundo cada
>> >> > vez
>> >> > mais crianças chamadas Maicon, Ketlen, Wesley, Jennifer etc.?
>> >> >
>> >> > Sei que provavelmente estarei sendo polêmico mas, sinceramente,
>> >> enquanto
>> >> > o inglês estiver sendo usado mais para "macaqueamento" do que para um
>> >> real
>> >> > aculturamento, eu prefiro continuar ilhado na lusofonia...
>> >> >
>> >> > Marcelo
>> >> >
>> >> > ----- Original Message ----- From: "Cléber da Costa Figueiredo"
>> >> > <cfigueiredo@espm.br>
>> >> > To: "Vermelho" <vermelho2@gmail.com>; "Doris Fontes"
>> >> > <dsfontes@gmail.com
>> >> >
>> >> > Cc: "Francisco Cribari" <cribari@gmail.com>; "ABE Lista" <
>> >> abe-l@ime.usp.br>
>> >> > Sent: Tuesday, November 27, 2012 12:51 PM
>> >> > Subject: RES: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > Legal, mas um problema que o Brasil sofre é o isolamento geográfico.
>> >> > É
>> >> claro
>> >> > que os cursos são ruins e tudo o mais. Concordo, mas a nossa nova
>> >> > Classe
>> >> C,
>> >> > mesmo que frequente cursos de idiomas, acaba por não ter onde
>> >> > "treinar".
>> >> É
>> >> > diferente do aluno europeu que de duas em duas horas está em um país
>> >> > diferente e possui contato com diversos idiomas e diversas culturas.
>> >> Embora
>> >> > o noticiário a todo o tempo diga que a brasileirada resolveu dar a
>> >> > volta
>> >> ao
>> >> > mundo em 80 dias, não é bem toda a brasileirada. A nova Classe C
>> >> > resolveu
>> >> > passear pelos países do Mercosul e a grande maioria está realizando o
>> >> > seu
>> >> > sonho americano de trazer pilhas de coisas dos EUA. Para comprar não
>> >> precisa
>> >> > saber nenhum idioma, basta saber digitar a senha do cartão de
>> >> > crédito.
>> >> >
>> >> > Por isso, que volto a dizer que o problema de países como China,
>> >> > Rússia,
>> >> > Brasil e outros tantos é o isolamento geográfico. São países que
>> >> > passaram
>> >> > muito tempo fechados em seus mundinhos e agora decidiram se
>> >> > internacionalizar e tem como empecilho o conhecimento da própria
>> >> > língua.
>> >> Ou
>> >> > vocês conhecem algum chinês que domine fluentemente o inglês e o
>> >> > francês,
>> >> > por exemplo? Conhecemos na academia um ou outro que se destaca, mas
>> >> > não
>> >> é o
>> >> > comum.
>> >> >
>> >> > O Brasil esteve muito tempo isolado do restante do mundo e esse é o
>> >> > principal motivo que faz com que poucas pessoas saibam se comunicar
>> >> > em um
>> >> > língua diferente da materna. Esse isolamento fica visível, quando
>> >> > você
>> >> > percebe que não consegue entender o português de Portugal.
>> >> >
>> >> > Não falamos a mesma língua que os portugueses? E porque o nosso
>> >> > português
>> >> > ainda é o português falado na época do descobrimento e não evoluiu
>> >> > como o
>> >> > português europeu, que se aproximou demais das estruturas, tanto
>> >> fonéticas
>> >> > como gramaticais, do francês?
>> >> >
>> >> > E a resposta de vocês será: NOSSAS ESCOLAS SÃO MUITO RUINS.
>> >> >
>> >> > É isso!
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > ________________________________
>> >> > De: Vermelho [vermelho2@gmail.com]
>> >> > Enviado: terça-feira, 27 de novembro de 2012 11:50
>> >> > Para: Doris Fontes
>> >> > Cc: Francisco Cribari; ABE Lista
>> >> > Assunto: Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>> >> >
>> >> > Acho que precisamos, também, ter atenção em relação ao Português dos
>> >> nosso
>> >> > alunos de graduação, mestrado e doutorado, pois nas orientações um
>> >> trabalho
>> >> > árduo dos orientadores é corrigir texto.
>> >> > Na graduação a maior fonte de dúvidas dos alunos é por não ler
>> >> > direito os
>> >> > enunciados.
>> >> > Na graduação da ENCE temos português como matéria na grade.
>> >> >
>> >> >
>> >> > Em 26 de novembro de 2012 14:40, Doris Fontes
>> >> > <dsfontes@gmail.com<mailto:dsfontes@gmail.com>> escreveu:
>> >> > O que é preciso mudar é a QUALIDADE dos professores de inglês do EF e
>> >> > EM.
>> >> > Praticamente todos os alunos têm inglês e espanhol desde cedo. São
>> >> > anos
>> >> após
>> >> > anos tendo essas duas línguas sem, no entanto, aprender nada! É um
>> >> > desperdício de tempo dos alunos, dinheiro dos salários e venda de
>> >> > ilusão
>> >> > conteudista.
>> >> >
>> >> > Inglês é uma língua PRÁTICA: é possível de comunicar, mesmo que
>> >> > aos-trancos-e-barrancos, em quase todos os lugares do mundo. Para que
>> >> > inventar outra "moda"? Obrigar o mundo todo se comunicar em
>> >> > português?
>> >> > Francês? Japonês? Chinês? Qual língua?
>> >> >
>> >> > Meu filho tem 13 anos e já é, praticamente, fluente em inglês sem
>> >> > nunca
>> >> ter
>> >> > frequentado uma escola específica para isso. É só inglês do EF aliado
>> >> > ao
>> >> > interesse pessoal por livros, música, games e vídeos/filmes em inglês
>> >> (que
>> >> > ele já vê no original sem legenda).
>> >> >
>> >> > Enquanto o povo fica aí patinando e reclamando do inglês,
>> >> > estudantes/profissionais de outros países vão aprendendo e usufruindo
>> >> > o
>> >> que
>> >> > o mundo tem de melhor...
>> >> >
>> >> > Doris
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > Em 26 de novembro de 2012 08:38, Vermelho
>> >> > <vermelho2@gmail.com<mailto:vermelho2@gmail.com>> escreveu:
>> >> > Os americanos, também, sofrem da mesma doença: acham que só existe o
>> >> inglês
>> >> > no mundo!
>> >> >
>> >> >
>> >> > Em 25 de novembro de 2012 17:59, Francisco Cribari
>> >> > <cribari@gmail.com<mailto:cribari@gmail.com>> escreveu:
>> >> >
>> >> > Folha de São Paulo, 25 de novembro de 2012
>> >> >
>> >> >
>> >> > LEANDRO TESSLER
>> >> >
>> >> > TENDÊNCIAS/DEBATES
>> >> >
>> >> > Nossas universidades precisam falar inglês
>> >> >
>> >> > A Argentina recebe mais alunos dos EUA do que nós... Temos a tradição
>> >> > de
>> >> > resistir a cursos em inglês na universidade, como se fosse uma
>> >> > questão de
>> >> > soberania
>> >> >
>> >> > Nosso ensino superior está se internacionalizando. É uma via
>> >> > virtuosa: as
>> >> > instituições se internacionalizam porque se qualificam e se
>> >> > qualificam
>> >> > porque se internacionalizam.
>> >> >
>> >> > Há um pequeno fluxo de estudantes de graduação europeus que passam
>> >> > alguns
>> >> > anos da sua formação em nossas melhores universidades em programas de
>> >> duplo
>> >> > diploma.
>> >> >
>> >> > Na pós-graduação, o Brasil é um destino importante para estudantes de
>> >> países
>> >> > vizinhos. O Brasil é extremamente atraente para eles: tem um sistema
>> >> > universitário desenvolvido; oferece formação de primeira linha; ao
>> >> contrário
>> >> > do que ocorre na maioria dos países, não cobra taxas ou mensalidades
>> >> > de
>> >> > nenhum estudante, brasileiro ou estrangeiro; há abundância de bolsas
>> >> > e
>> >> > oportunidades de financiamento. Falamos uma língua facilmente
>> >> > acessível
>> >> para
>> >> > quem fala espanhol.
>> >> >
>> >> > Mas os resultados atuais estão muito aquém do que poderiam ser.
>> >> >
>> >> > O Brasil ainda tem um número pequeno de universidades entre as 500
>> >> melhores
>> >> > do mundo. O número de alunos estrangeiros no Brasil é bastante
>> >> > reduzido.
>> >> Há
>> >> > mais estudantes norte-americanos na Argentina do que no Brasil. Isso
>> >> > se
>> >> deve
>> >> > à preferência dos estudantes por um país que fala espanhol, mas
>> >> > também
>> >> pela
>> >> > disponibilidade de programas de graduação em inglês.
>> >> >
>> >> > As universidades brasileiras deveriam considerar a possibilidade de
>> >> oferecer
>> >> > cursos superiores em inglês -de preferência até completos- juntamente
>> >> com o
>> >> > português.
>> >> >
>> >> > Na idade média, quando as universidades foram criadas, as pessoas
>> >> > cultas
>> >> se
>> >> > comunicavam em latim. Graças ao latim, um estudioso de Oxford ou de
>> >> Bolonha
>> >> > no século 12 podia trocar ideias com alguém de Salamanca ou da
>> >> > Sorbonne.
>> >> >
>> >> > Com o passar do tempo, o latim caiu em desuso e o inglês tomou conta
>> >> > do
>> >> > universo universitário. Atualmente não existe nenhuma conferência
>> >> > internacional importante que não adote o inglês como língua franca. É
>> >> > fundamental para o avanço do conhecimento que pesquisadores possam se
>> >> > comunicar e se fazer entender diretamente.
>> >> >
>> >> > Nós, brasileiros, historicamente temos resistido a introduzir o
>> >> > inglês
>> >> como
>> >> > língua de instrução nas nossas universidades.
>> >> >
>> >> > Há quem afirme que ensinar em inglês seria renunciar à soberania
>> >> nacional,
>> >> > como se a nossa nacionalidade estivesse estritamente associada a
>> >> > falar
>> >> > português. Não se tem notícia de que algum país não anglófono no qual
>> >> > há
>> >> > ensino superior em inglês (como Portugal, berço da língua portuguesa)
>> >> tenha
>> >> > renunciado a sua nacionalidade por isso.
>> >> >
>> >> > Outra posição recorrente é a do esforço: alguém realmente interessado
>> >> > em
>> >> > estudar no Brasil deveria aprender a língua.
>> >> >
>> >> > Em tese, isso está correto. Na prática, os estudantes preferem
>> >> dirigir-se a
>> >> > países onde as aulas são dadas em inglês. Eles sentem-se muito mais
>> >> seguros
>> >> > com a garantia de que a língua não será um problema para o
>> >> aproveitamento de
>> >> > sua estada.
>> >> >
>> >> > Na verdade, se ensinássemos regularmente em inglês estaríamos fazendo
>> >> muito
>> >> > mais pela divulgação e expansão da cultura brasileira e da língua
>> >> > portuguesa.
>> >> >
>> >> > Uma última objeção é que isso elitizaria ainda mais as já elitizadas
>> >> > universidades brasileiras. Isso talvez fosse correto se deixássemos
>> >> > de
>> >> > ensinar em português. No entanto, a coexistência de cursos em inglês
>> >> > e
>> >> > português ofereceria oportunidades para estudantes brasileiros
>> >> > conviverem
>> >> > com estrangeiros e aperfeiçoarem sua proficiência em inglês.
>> >> >
>> >> > Foi divulgado recentemente que no programa Ciência sem Fronteiras
>> >> > foram
>> >> > concedidas duas vezes mais bolsas para Portugal e Espanha do que para
>> >> > o
>> >> > Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália, onde se concentram as
>> >> melhores
>> >> > universidades do mundo.
>> >> >
>> >> > Isso só pode ser explicado pela deficiência na formação dos
>> >> > estudantes em
>> >> > inglês. É urgente mudar isso.
>> >> >
>> >> > Os primeiros passos para uma internacionalização efetiva do nosso
>> >> > ensino
>> >> > superior já foram dados. Falta sermos mais atraentes para estudantes
>> >> > de
>> >> todo
>> >> > o mundo, como somos atualmente para os estudantes latino-americanos.
>> >> Falta
>> >> > termos mais resultados de pesquisas publicados em inglês. Publicações
>> >> > acadêmicas em inglês atingem a um público muito maior e têm mais
>> >> > impacto
>> >> > sobre o desenvolvimento científico e cultural da humanidade.
>> >> >
>> >> > O Brasil tem tudo para se tornar um centro importante mundial de
>> >> > ensino
>> >> > superior. Precisamos saber aproveitar a oportunidade histórica.
>> >> >
>> >> > LEANDRO TESSLER, 50, é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin
>> >> > da
>> >> > Unicamp e assessor para internacionalização da universidade
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > --
>> >> > Vermelho
>> >> > F.: (21) 2501 2332<tel:%2821%29%202501%202332> - casa
>> >> > 2142 0473 - IBGE
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > --
>> >> > Vermelho
>> >> > F.: (21) 2501 2332 - casa
>> >> > 2142 0473 - IBGE
>> >> >
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> --
>> >> Fábio Prates Machado
>> >> Instituto de Matemática e Estatística
>> >> Universidade de São Paulo, Brasil.
>> >>
>> >
>> >
>> >
>> > --
>> > Francisco Cribari-Neto, email: cribari@de.ufpe.br - "All theory, my
>> > friend,
>> > is grey, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)
>> >
>>



--
Fábio Prates Machado
Instituto de Matemática e Estatística
Universidade de São Paulo, Brasil.



--
Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE