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Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo



Meu último centavo...

O problema é que não ha "uma" idéia de universidade possível para um pais
imenso e diverso como o Brasil. Assim, quando pensamos que estamos discordando,
muitas vezes estamos é falando de coisas diferentes. O que é
necessário para a USP
pode ser inútil para a UOARS (Universidade do Oeste do Alto do Rio Solimões).

Eu sugiro a um Americano que venha ao Brasil fazer sua graduação, que aprenda
Português estudando a língua mas também indo a feira, ouvindo rádio,
lendo jornal
ou escutando Cartola, Lupicinio Rodrigues, João Nogueira, Chico
Buarque e Noel Rosa.

A grande maioria das universidades vai formar os "técnicos" que o
Vermelho, com toda
a razão, citou em outra mensagem. Estas já dariam uma excelente
contribuição se formarem
bons técnicos, úteis para a região ou mesmo a comunidade onde a
universidade está inserida.
É claro que a eficiência disto precisa ser medida, avaliada e
corrigida, caso necessário.

No outro extremo estão as (poucas) universidades brasileiras que
insistem em aparecer nos
rankings internacionais. Estas, além de formar bons técnicos, precisam
formar bons doutores e
bons cientistas  na quantidade e com a qualidade que o pais precisa.
Para isto precisam atrair
gente com capacidades muito acima da média, vindos de onde quer que
seja e falando uma língua
comum: o Inglês.

Saudações

Fábio

2012/12/3 Vermelho <vermelho2@gmail.com>:
> Até aí tudo bem,mas dar aulas em inglês na graduação com ajustificativa de
> receber alunos americanos é forçar um pouco a barra.
> Todos os alunos estrangeiros que já tive contato tem como um de seus
> interesses aprender o protuguês!!
> Aliás, essa, muitas vezes, é uma das principais motivações para a decisão de
> fazer uma graduação ou sanduiche no Brasil, já que existem boas graduações
> em países onde a língua mãe é o inglês.
> Abs,
>
>
> Em 3 de dezembro de 2012 07:25, Fabio Machado <faprama@gmail.com> escreveu:
>
>>  Ola Caio,
>>
>>    Das vezes que assisti seminários em países cuja língua não
>> era o Inglês, nunca aconteceu de alguém tentar me explicar motivos
>> para o seminário ser em Frances, Alemão, Espanhol, Hindi etc.
>> O seminário foi em Inglês sob a justificativa de haver na platéia pessoas
>> que não dominavam estas línguas o suficiente para acompanhar o seminário.
>> A maioria das vezes, o seminário foi em Inglês, sem explicação alguma.
>>
>>    Acho que se todos dominam o Português, fazer o seminário em Inglês
>> poderia ser opcional. Claramente interessante se o seminário é dado por um
>> estudante, como forma de treino. Mas definitivamente opcional. Eu mesmo já
>> dei seminários para o grupo de Probabilidade, em situações como esta, em
>> Português e há aqui na rede colegas que certamente já fizeram assim
>> também.
>> Se o apresentador não se sente confortável com o Inglês, é uma outra
>> situação,
>> obviamente.
>>
>>   Não da para pensar que vai (ou mesmo que deve) ser assim em todas as
>> universidades brasileiras. Mas ha uma lista de departamentos ou mesmo
>> grupos de pesquisa, que ou já fazem assim ou deveriam começar a pensar
>> seriamente em fazer isto como um passo necessário para o ingresso no
>> cenário mundial.
>>
>> Trazer um número maior de visitantes estrangeiros para que
>> além de seminários de pesquisa e aulas na pós, ministrarem aulas na
>> graduação em Inglês. Retirar os impedimentos legais para que textos de
>> dissertações, teses e concursos sejam em Inglês, oferecendo suporte
>> para que isto aconteça. Ter secretárias bilíngues no seu quadro de
>> funcionários,
>> oferecer condições para que suas páginas web tenham versão em Inglês.
>>
>> A nossa USP tem tomado ações nesta direção mas poderíamos aumentar
>> um pouquinho a velocidade, não?
>>
>> Grande abraço.
>>
>> Fábio
>> ps: Isto não ameaça em nada a nossa querida língua Portuguesa.
>>
>>
>> 2012/12/2 Julio Stern <jmstern@hotmail.com>:
>> >
>> > Caros:
>> >
>> > Tres observacoes:
>> >
>> > 1- Toda epoca teve sua Lingua Franca cientifica.
>> > Grego, Latim, Italiano, Frances, Alemao, Ingles.
>> > Sorte nossa que vivemos no tempo do Ingles.
>> > Ter que aprender Latim eh muito pior :-)
>> >
>> > 2) Paises com muito mais tradicao cultural que a
>> > nossa, nao tem o menor pudor de conduzir suas
>> > atividades cientificas em Ingles.
>> >
>> > 2a) Exemplo Holandes:
>> > - Na Holanda, muitos cursos de pos-graduacao tem
>> > Todas as sua atividades em conduzidas em Ingles.
>> > Os Holandeses querem ter a maior insercao internacional
>> > possivel, e simplesmente nao acham razoavel pedir a alguem
>> > que aprenda Holades (eine Halskrakheit, uma doenca da
>> > garganta, como diriam os Alemaes :-)
>> > - Nos laboratorios da Philips, que tive o prazer de visitar,
>> > em Eindhoven, a lingua de trabalho eh o Ingles.
>> > As razoes sao essencialmente as mesmas.
>> >
>> > 2b) Garanto a voces que a Holanda valoriza muito sua
>> > cultura e lingua nacional (muitissimo mais que nos
>> > aqui nos tropicos respeitamos a nossa).
>> > O uso pragmatico e profissional do Ingles em nada
>> > conflita com este respeito e amor proprio.
>> > A proposito, alem do Ingles, quase todos os Holandeses
>> > ainda dominam ou o Alemao ou o Frances ou ambos,
>> > e nem por isto se sentem menos "patriotas".
>> > Sentem-se sim mais cultos oq, reconheco, pode conflitar
>> > com algumas nocoes ingenuas de patriotismo :-)
>> >
>> >
>> > 3) Na USP da minha graduacao (1977) tive aulas na graduacao
>> > (Fisica) em Italiano e Ingles. A partir do segundo ano, so havia
>> > bons livros em Ingles (ou Russo ou Frances, da editora MIR).
>> > Hoje ha muita coisa traduzida.  Azar dos alunos.
>> > Musica e linguas estrangeiras se aprende facil quando crianca
>> > (i.e. antes dos 20 anos).
>> >
>> > ---Julio (Stern)
>> >
>> >
>> >> Date: Sun, 2 Dec 2012 21:15:48 -0200
>> >> From: caio@ime.usp.br
>> >> To: abe-l@ime.usp.br
>> >> Subject: Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>> >
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> Caros redistas
>> >> Há tempos não escrevo´para a rede.
>> >> Õ tema em discussão é mais de cunho social do que científico.
>> >> Em primeiro lugar gostaria de saudar o Marcelo Arruda e dizer-lhe que
>> >> não deve se desculpar por opinar sobre um tema que julga polêmico. É
>> >> dos temas polêmicos que nasce a luz; como dizia Nelson Rodrigues "
>> >> Toda unanimidade é burra."
>> >> Acho que o nooso amigo Fabio foi um pouco ligeiro ao expressar seu
>> >> pensamento simplificando cousas sobre o uso da língua que são
>> >> complexas. Há vários angulos de se abordar o problema. Foi mencionado
>> >> o uso do inglês em títulos de ofertas , ou nome de firmas que se
>> >> reproduzem de maneira assustadora. Não se trata somente da classe "c",
>> >> pois se visitarem lojas nos shopping centers da elite vão verificar
>> >> que esta prática é usual.Acho que nos sentimos um tanto colonizados
>> >> pela grande potência do norte e dessa admiração surge esse uso.
>> >> Assístí vários seminários do grupo de probabilidade que foram dados em
>> >> português. No entanto, se há um ou mais visitantes tralhando com um
>> >> grupo do IME e a maior parte da audiência é de pessoas que falam bem o
>> >> inglês é natural que o palestrante de sua palestra em ingles, mas se o
>> >> contrário for verdade acho que a palestra deve ser dada em português e
>> >> o professor que convidou o visitante procure deve procura fazê-lo
>> >> entender.Não se trata de cortesia sem levar em conta nossos alunos e
>> >> professores.Quanto a elaboração de teses a medida delas deverem ser
>> >> escritas em português é cartorial. Já tive muitas vezes nos orgãos de
>> >> direção da USP oportunidade de defender esse ponto de vista. Essas
>> >> normas arraigadas nas intituições levam muito tempo para serem
>> >> modificadas.
>> >>
>> >> <caio@ime.usp.br>Citando Francisco Cribari <cribari@de.ufpe.br>:
>> >>
>> >> > A UFPE já permite a elaboração de dissertações e teses em inglês.
>> >> >
>> >> > [ ]'s FC
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > 2012/11/28 Fabio Machado <faprama@gmail.com>
>> >> >
>> >> >> Caros
>> >> >>
>> >> >> Desde sempre os seminários do grupo de Probabilidade e Processos
>> >> >> Estocásticos do IME-USP, tem sido em Inglês.
>> >> >> Isto ocorre por razões práticas: Na grande maioria das vezes ou o
>> >> >> apresentador não tem fluência em Português
>> >> >> ou ha convidados na platéia (professores ou pós-docs) que não tem
>> >> >> fluência em Português. No segundo caso
>> >> >> seria uma deselegância ter uma apresentação em uma língua que o(s)
>> >> >> convidado(s) não fosse(m) capaz de
>> >> >> acompanhar. Na ausência destes (casos bem raros) o apresentador opta
>> >> >> entre o Inglês e o Português. Já não se
>> >> >> trata de obrigatoriedade mas de simples uso do bom senso. Acho que
>> >> >> esta é a regra (sim, ha exceções!) nos grupos mais
>> >> >> fortes desta universidade.
>> >> >>
>> >> >> Por outro lado, lentamente a USP vai aceitando teses em Inglês.
>> >> >> Penso que em breve vai haver uma norma determinando
>> >> >> que tanto Inglês quanto Português são aceitáveis para a aulas (em
>> >> >> todos os níveis), documentos e apresentações em concursos
>> >> >> e todos os trabalhos de conclusão (TCCs, dissertações e teses). Os
>> >> >> ideais de boa redação precisariam valer para as duas línguas,
>> >> >> obviamente.
>> >> >>
>> >> >> Um pequeno mas importante passo para dar sentido ao uso da palavra
>> >> >> "internacionalização".
>> >> >>
>> >> >> Saudações
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >> 2012/11/27 Marcelo L. Arruda <mlarruda@terra.com.br>:
>> >> >> > Prezados,
>> >> >> >
>> >> >> > Peço minhas desculpas por me intrometer nessa discussão, mas não
>> >> >> resisto
>> >> >> > a fazer um pequeno comentário:
>> >> >> >
>> >> >> > Não é (no mínimo) estranho e contraditório que o mesmo Brasil (e
>> >> >> > de
>> >> >> certa
>> >> >> > forma a mesma "nova classe C") que não tem traquejo suficiente
>> >> >> > para
>> >> >> > se
>> >> >> > comunicar em inglês com outras nações, erga cada vez mais
>> >> >> > edifícios
>> >> >> > com
>> >> >> > nomes "xxx Building", "yyy Tower" ou "zzz Office", abra cada vez
>> >> >> > mais
>> >> >> lojas
>> >> >> > com nomes "aaa Shop" ou "bbb Store" (e com "for sale", "off price"
>> >> >> > e
>> >> >> > expressões quetais escritas em suas vitrines) e coloque no mundo
>> >> >> > cada
>> >> >> > vez
>> >> >> > mais crianças chamadas Maicon, Ketlen, Wesley, Jennifer etc.?
>> >> >> >
>> >> >> > Sei que provavelmente estarei sendo polêmico mas, sinceramente,
>> >> >> enquanto
>> >> >> > o inglês estiver sendo usado mais para "macaqueamento" do que para
>> >> >> > um
>> >> >> real
>> >> >> > aculturamento, eu prefiro continuar ilhado na lusofonia...
>> >> >> >
>> >> >> > Marcelo
>> >> >> >
>> >> >> > ----- Original Message ----- From: "Cléber da Costa Figueiredo"
>> >> >> > <cfigueiredo@espm.br>
>> >> >> > To: "Vermelho" <vermelho2@gmail.com>; "Doris Fontes"
>> >> >> > <dsfontes@gmail.com
>> >> >> >
>> >> >> > Cc: "Francisco Cribari" <cribari@gmail.com>; "ABE Lista" <
>> >> >> abe-l@ime.usp.br>
>> >> >> > Sent: Tuesday, November 27, 2012 12:51 PM
>> >> >> > Subject: RES: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > Legal, mas um problema que o Brasil sofre é o isolamento
>> >> >> > geográfico.
>> >> >> > É
>> >> >> claro
>> >> >> > que os cursos são ruins e tudo o mais. Concordo, mas a nossa nova
>> >> >> > Classe
>> >> >> C,
>> >> >> > mesmo que frequente cursos de idiomas, acaba por não ter onde
>> >> >> > "treinar".
>> >> >> É
>> >> >> > diferente do aluno europeu que de duas em duas horas está em um
>> >> >> > país
>> >> >> > diferente e possui contato com diversos idiomas e diversas
>> >> >> > culturas.
>> >> >> Embora
>> >> >> > o noticiário a todo o tempo diga que a brasileirada resolveu dar a
>> >> >> > volta
>> >> >> ao
>> >> >> > mundo em 80 dias, não é bem toda a brasileirada. A nova Classe C
>> >> >> > resolveu
>> >> >> > passear pelos países do Mercosul e a grande maioria está
>> >> >> > realizando o
>> >> >> > seu
>> >> >> > sonho americano de trazer pilhas de coisas dos EUA. Para comprar
>> >> >> > não
>> >> >> precisa
>> >> >> > saber nenhum idioma, basta saber digitar a senha do cartão de
>> >> >> > crédito.
>> >> >> >
>> >> >> > Por isso, que volto a dizer que o problema de países como China,
>> >> >> > Rússia,
>> >> >> > Brasil e outros tantos é o isolamento geográfico. São países que
>> >> >> > passaram
>> >> >> > muito tempo fechados em seus mundinhos e agora decidiram se
>> >> >> > internacionalizar e tem como empecilho o conhecimento da própria
>> >> >> > língua.
>> >> >> Ou
>> >> >> > vocês conhecem algum chinês que domine fluentemente o inglês e o
>> >> >> > francês,
>> >> >> > por exemplo? Conhecemos na academia um ou outro que se destaca,
>> >> >> > mas
>> >> >> > não
>> >> >> é o
>> >> >> > comum.
>> >> >> >
>> >> >> > O Brasil esteve muito tempo isolado do restante do mundo e esse é
>> >> >> > o
>> >> >> > principal motivo que faz com que poucas pessoas saibam se
>> >> >> > comunicar
>> >> >> > em um
>> >> >> > língua diferente da materna. Esse isolamento fica visível, quando
>> >> >> > você
>> >> >> > percebe que não consegue entender o português de Portugal.
>> >> >> >
>> >> >> > Não falamos a mesma língua que os portugueses? E porque o nosso
>> >> >> > português
>> >> >> > ainda é o português falado na época do descobrimento e não evoluiu
>> >> >> > como o
>> >> >> > português europeu, que se aproximou demais das estruturas, tanto
>> >> >> fonéticas
>> >> >> > como gramaticais, do francês?
>> >> >> >
>> >> >> > E a resposta de vocês será: NOSSAS ESCOLAS SÃO MUITO RUINS.
>> >> >> >
>> >> >> > É isso!
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > ________________________________
>> >> >> > De: Vermelho [vermelho2@gmail.com]
>> >> >> > Enviado: terça-feira, 27 de novembro de 2012 11:50
>> >> >> > Para: Doris Fontes
>> >> >> > Cc: Francisco Cribari; ABE Lista
>> >> >> > Assunto: Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo
>> >> >> >
>> >> >> > Acho que precisamos, também, ter atenção em relação ao Português
>> >> >> > dos
>> >> >> nosso
>> >> >> > alunos de graduação, mestrado e doutorado, pois nas orientações um
>> >> >> trabalho
>> >> >> > árduo dos orientadores é corrigir texto.
>> >> >> > Na graduação a maior fonte de dúvidas dos alunos é por não ler
>> >> >> > direito os
>> >> >> > enunciados.
>> >> >> > Na graduação da ENCE temos português como matéria na grade.
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > Em 26 de novembro de 2012 14:40, Doris Fontes
>> >> >> > <dsfontes@gmail.com<mailto:dsfontes@gmail.com>> escreveu:
>> >> >> > O que é preciso mudar é a QUALIDADE dos professores de inglês do
>> >> >> > EF e
>> >> >> > EM.
>> >> >> > Praticamente todos os alunos têm inglês e espanhol desde cedo. São
>> >> >> > anos
>> >> >> após
>> >> >> > anos tendo essas duas línguas sem, no entanto, aprender nada! É um
>> >> >> > desperdício de tempo dos alunos, dinheiro dos salários e venda de
>> >> >> > ilusão
>> >> >> > conteudista.
>> >> >> >
>> >> >> > Inglês é uma língua PRÁTICA: é possível de comunicar, mesmo que
>> >> >> > aos-trancos-e-barrancos, em quase todos os lugares do mundo. Para
>> >> >> > que
>> >> >> > inventar outra "moda"? Obrigar o mundo todo se comunicar em
>> >> >> > português?
>> >> >> > Francês? Japonês? Chinês? Qual língua?
>> >> >> >
>> >> >> > Meu filho tem 13 anos e já é, praticamente, fluente em inglês sem
>> >> >> > nunca
>> >> >> ter
>> >> >> > frequentado uma escola específica para isso. É só inglês do EF
>> >> >> > aliado
>> >> >> > ao
>> >> >> > interesse pessoal por livros, música, games e vídeos/filmes em
>> >> >> > inglês
>> >> >> (que
>> >> >> > ele já vê no original sem legenda).
>> >> >> >
>> >> >> > Enquanto o povo fica aí patinando e reclamando do inglês,
>> >> >> > estudantes/profissionais de outros países vão aprendendo e
>> >> >> > usufruindo
>> >> >> > o
>> >> >> que
>> >> >> > o mundo tem de melhor...
>> >> >> >
>> >> >> > Doris
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > Em 26 de novembro de 2012 08:38, Vermelho
>> >> >> > <vermelho2@gmail.com<mailto:vermelho2@gmail.com>> escreveu:
>> >> >> > Os americanos, também, sofrem da mesma doença: acham que só existe
>> >> >> > o
>> >> >> inglês
>> >> >> > no mundo!
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > Em 25 de novembro de 2012 17:59, Francisco Cribari
>> >> >> > <cribari@gmail.com<mailto:cribari@gmail.com>> escreveu:
>> >> >> >
>> >> >> > Folha de São Paulo, 25 de novembro de 2012
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > LEANDRO TESSLER
>> >> >> >
>> >> >> > TENDÊNCIAS/DEBATES
>> >> >> >
>> >> >> > Nossas universidades precisam falar inglês
>> >> >> >
>> >> >> > A Argentina recebe mais alunos dos EUA do que nós... Temos a
>> >> >> > tradição
>> >> >> > de
>> >> >> > resistir a cursos em inglês na universidade, como se fosse uma
>> >> >> > questão de
>> >> >> > soberania
>> >> >> >
>> >> >> > Nosso ensino superior está se internacionalizando. É uma via
>> >> >> > virtuosa: as
>> >> >> > instituições se internacionalizam porque se qualificam e se
>> >> >> > qualificam
>> >> >> > porque se internacionalizam.
>> >> >> >
>> >> >> > Há um pequeno fluxo de estudantes de graduação europeus que passam
>> >> >> > alguns
>> >> >> > anos da sua formação em nossas melhores universidades em programas
>> >> >> > de
>> >> >> duplo
>> >> >> > diploma.
>> >> >> >
>> >> >> > Na pós-graduação, o Brasil é um destino importante para estudantes
>> >> >> > de
>> >> >> países
>> >> >> > vizinhos. O Brasil é extremamente atraente para eles: tem um
>> >> >> > sistema
>> >> >> > universitário desenvolvido; oferece formação de primeira linha; ao
>> >> >> contrário
>> >> >> > do que ocorre na maioria dos países, não cobra taxas ou
>> >> >> > mensalidades
>> >> >> > de
>> >> >> > nenhum estudante, brasileiro ou estrangeiro; há abundância de
>> >> >> > bolsas
>> >> >> > e
>> >> >> > oportunidades de financiamento. Falamos uma língua facilmente
>> >> >> > acessível
>> >> >> para
>> >> >> > quem fala espanhol.
>> >> >> >
>> >> >> > Mas os resultados atuais estão muito aquém do que poderiam ser.
>> >> >> >
>> >> >> > O Brasil ainda tem um número pequeno de universidades entre as 500
>> >> >> melhores
>> >> >> > do mundo. O número de alunos estrangeiros no Brasil é bastante
>> >> >> > reduzido.
>> >> >> Há
>> >> >> > mais estudantes norte-americanos na Argentina do que no Brasil.
>> >> >> > Isso
>> >> >> > se
>> >> >> deve
>> >> >> > à preferência dos estudantes por um país que fala espanhol, mas
>> >> >> > também
>> >> >> pela
>> >> >> > disponibilidade de programas de graduação em inglês.
>> >> >> >
>> >> >> > As universidades brasileiras deveriam considerar a possibilidade
>> >> >> > de
>> >> >> oferecer
>> >> >> > cursos superiores em inglês -de preferência até completos-
>> >> >> > juntamente
>> >> >> com o
>> >> >> > português.
>> >> >> >
>> >> >> > Na idade média, quando as universidades foram criadas, as pessoas
>> >> >> > cultas
>> >> >> se
>> >> >> > comunicavam em latim. Graças ao latim, um estudioso de Oxford ou
>> >> >> > de
>> >> >> Bolonha
>> >> >> > no século 12 podia trocar ideias com alguém de Salamanca ou da
>> >> >> > Sorbonne.
>> >> >> >
>> >> >> > Com o passar do tempo, o latim caiu em desuso e o inglês tomou
>> >> >> > conta
>> >> >> > do
>> >> >> > universo universitário. Atualmente não existe nenhuma conferência
>> >> >> > internacional importante que não adote o inglês como língua
>> >> >> > franca. É
>> >> >> > fundamental para o avanço do conhecimento que pesquisadores possam
>> >> >> > se
>> >> >> > comunicar e se fazer entender diretamente.
>> >> >> >
>> >> >> > Nós, brasileiros, historicamente temos resistido a introduzir o
>> >> >> > inglês
>> >> >> como
>> >> >> > língua de instrução nas nossas universidades.
>> >> >> >
>> >> >> > Há quem afirme que ensinar em inglês seria renunciar à soberania
>> >> >> nacional,
>> >> >> > como se a nossa nacionalidade estivesse estritamente associada a
>> >> >> > falar
>> >> >> > português. Não se tem notícia de que algum país não anglófono no
>> >> >> > qual
>> >> >> > há
>> >> >> > ensino superior em inglês (como Portugal, berço da língua
>> >> >> > portuguesa)
>> >> >> tenha
>> >> >> > renunciado a sua nacionalidade por isso.
>> >> >> >
>> >> >> > Outra posição recorrente é a do esforço: alguém realmente
>> >> >> > interessado
>> >> >> > em
>> >> >> > estudar no Brasil deveria aprender a língua.
>> >> >> >
>> >> >> > Em tese, isso está correto. Na prática, os estudantes preferem
>> >> >> dirigir-se a
>> >> >> > países onde as aulas são dadas em inglês. Eles sentem-se muito
>> >> >> > mais
>> >> >> seguros
>> >> >> > com a garantia de que a língua não será um problema para o
>> >> >> aproveitamento de
>> >> >> > sua estada.
>> >> >> >
>> >> >> > Na verdade, se ensinássemos regularmente em inglês estaríamos
>> >> >> > fazendo
>> >> >> muito
>> >> >> > mais pela divulgação e expansão da cultura brasileira e da língua
>> >> >> > portuguesa.
>> >> >> >
>> >> >> > Uma última objeção é que isso elitizaria ainda mais as já
>> >> >> > elitizadas
>> >> >> > universidades brasileiras. Isso talvez fosse correto se
>> >> >> > deixássemos
>> >> >> > de
>> >> >> > ensinar em português. No entanto, a coexistência de cursos em
>> >> >> > inglês
>> >> >> > e
>> >> >> > português ofereceria oportunidades para estudantes brasileiros
>> >> >> > conviverem
>> >> >> > com estrangeiros e aperfeiçoarem sua proficiência em inglês.
>> >> >> >
>> >> >> > Foi divulgado recentemente que no programa Ciência sem Fronteiras
>> >> >> > foram
>> >> >> > concedidas duas vezes mais bolsas para Portugal e Espanha do que
>> >> >> > para
>> >> >> > o
>> >> >> > Reino Unido, os Estados Unidos e a Austrália, onde se concentram
>> >> >> > as
>> >> >> melhores
>> >> >> > universidades do mundo.
>> >> >> >
>> >> >> > Isso só pode ser explicado pela deficiência na formação dos
>> >> >> > estudantes em
>> >> >> > inglês. É urgente mudar isso.
>> >> >> >
>> >> >> > Os primeiros passos para uma internacionalização efetiva do nosso
>> >> >> > ensino
>> >> >> > superior já foram dados. Falta sermos mais atraentes para
>> >> >> > estudantes
>> >> >> > de
>> >> >> todo
>> >> >> > o mundo, como somos atualmente para os estudantes
>> >> >> > latino-americanos.
>> >> >> Falta
>> >> >> > termos mais resultados de pesquisas publicados em inglês.
>> >> >> > Publicações
>> >> >> > acadêmicas em inglês atingem a um público muito maior e têm mais
>> >> >> > impacto
>> >> >> > sobre o desenvolvimento científico e cultural da humanidade.
>> >> >> >
>> >> >> > O Brasil tem tudo para se tornar um centro importante mundial de
>> >> >> > ensino
>> >> >> > superior. Precisamos saber aproveitar a oportunidade histórica.
>> >> >> >
>> >> >> > LEANDRO TESSLER, 50, é professor do Instituto de Física Gleb
>> >> >> > Wataghin
>> >> >> > da
>> >> >> > Unicamp e assessor para internacionalização da universidade
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > --
>> >> >> > Vermelho
>> >> >> > F.: (21) 2501 2332<tel:%2821%29%202501%202332> - casa
>> >> >> > 2142 0473 - IBGE
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> >
>> >> >> > --
>> >> >> > Vermelho
>> >> >> > F.: (21) 2501 2332 - casa
>> >> >> > 2142 0473 - IBGE
>> >> >> >
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >>
>> >> >> --
>> >> >> Fábio Prates Machado
>> >> >> Instituto de Matemática e Estatística
>> >> >> Universidade de São Paulo, Brasil.
>> >> >>
>> >> >
>> >> >
>> >> >
>> >> > --
>> >> > Francisco Cribari-Neto, email: cribari@de.ufpe.br - "All theory, my
>> >> > friend,
>> >> > is grey, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)
>> >> >
>> >>
>>
>>
>>
>> --
>> Fábio Prates Machado
>> Instituto de Matemática e Estatística
>> Universidade de São Paulo, Brasil.
>
>
>
>
> --
> Vermelho
> F.: (21) 2501 2332 - casa
>            2142 0473 - IBGE



-- 
Fábio Prates Machado
Instituto de Matemática e Estatística
Universidade de São Paulo, Brasil.