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Re: [ABE-L]: Eleições diretas para reitor na USP



Caros,

Ainda que a opção de seleção por mérito seja melhor, alguns cuidados devem ser tomados numa terra em que temos grupos empresariais educacionais geridos por (bom gestores) não eleitos visando lucro. Ou seja, não vamos (ainda) abrir um processo seletivo e correr o risco de um desses (bom gestores) serem considerados os melhores candidatos. Vamos esperar alguns anos ainda até (creio) se ter uma noção (nesse meio 'empresarial') de que ensino não é negócio.

Elias.

On 10/07/2013 02:58 PM, Pedro Luis do Nascimento Silva wrote:
Caros,

em muitas universidades do exterior NÃO HÁ ELEIÇÕES para o cargo de reitor. Há sim um processo seletivo público, em que podem candidatar-se tanto pessoas da universidade como também de fora. Os reitores são selecionados por um comitê de seleção com base no seu currículo e no que apresentam como proposta para o seu trabalho na universidade. Na verdade, é bastante frequente selecionarem candidatos externos, que possam trazer para a universidade novas ideias e contribuições.

Muitos dos defensores da eleição para reitores serão também defensores do concurso (público) para ocupação dos cargos na universidade. Eu acho incoerente selecionar por mérito para uns e por voto para outros. Infelizmente, temos muitos exemplos de que mérito não ganha voto são muitos...

Só para colocar uma pitada de polêmica: algum professor universitário ou funcionário pode votar nos alunos que vão formar a direção dos diretórios acadêmicos? 

Saudações a todos.

Pedro.






Em 6 de outubro de 2013 06:36, Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br> escreveu:
Caríssimos,

Os comentários do Prof. Gabriel foram muito bons. No Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) 
da UFPE a eleição direta é feita com pesos 70%, 15% e 15% nos segmentos docente, servidor  e aluno,
respectivamente. 

Entretanto, em várias universidades federais, incluindo a UFPE,  a eleição para reitor é 
paritária 1/3, 1/3 e 1/3. Essa conduta geralmente é conduzida pelos sindicatos docentes. 

Parabéns a UFRGS por adotar uma proporção que acho menos danosa (70%, 15% e 15%) à academia e, 
mais ainda, por não estar mais sindicalizada a ANDES (comandada - em grande parte -
por professores com visão puramente sindicalista como aqueles partidários 
dos partidos PSOL, PSTU, PT e PC do B). 

São atitudes como essas que mostra o grau de amadurecimento da UFRGS. Como corolário: ela pertence 
à classe de excelência das quatro melhores  do País. 

Bom domingo!

Gauss







Em 5 de outubro de 2013 22:00, <asimonis@ime.usp.br> escreveu:


Caro Gabriel, gostei do seu e-mail. Mostra que é um conhecedor do
assunto. Além disso, tenho um carinho especial pela UFRGS, onde me formei.
Permita-me acrescentar as suas ponderações uma pergunta contábil:

Imaginemos um hospital. 100 pacientes, 10 médicos e 40 funcionários
técnicos administrativos. O diretor geral decide se amputa algum membro
seu ou decide apenas medicar com aspirina. Vamos eleger esse por eleição
direta. Eu paciente quero aspirina, os técnicos não sei (depende até
do custo, né?) e finalmente os médicos serão poucos ouvidos.

Espero contribuir para a discussão, mas acho que que não quero ir
para esse hospital democrático se tiver gangrena...

Saudações polêmicas



Citando Gabriel Afonso Marchesi Lopes <marchesilopes@hotmail.com>:

Prezados,
Não conheço a situação da USP, porém acompanhei ativamente duas eleições para a reitoria da UFRGS e fui membro da Comissão Eleitoral para a Eleição da Vice-Direção do Instituto de Matemática da UFRGS.
Aqui, o voto dos Docentes tem peso 0,7 (por força de Lei) e o restante, em geral (ou seja, nem sempre), é distribuído igualmente entre TAs e Discentes.
Entendo que a eleição direta, ou seja, uma cabeça = um voto, é inviável, visto que a categoria dos discentes tenderia a se sobressair muito em relação às outras, por outro lado, a atual ponderação é exagerada em prol dos docentes. Exemplificando: Nas últimas eleições para a reitoria da UFRGS, caso todos os votantes habilitados votassem, o candidato vencedor seria aquele que tivesse exatos 1.933 votos docentes, mesmo que os outros cerca de 35 mil indivíduos da comunidade acadêmica (32.532 discentes, 2.567 técnico-administrativos e os outros 772 docentes) votassem no outro candidato.
Enfim, acredito que a eleição direta não é o caminho correto, porém a atual distribuição de pesos também é algo que deve ser repensado.
-- Gabriel Afonso Marchesi LopesAtuário MTb/MIBA Nº 2.068Estatístico CONRE/4ª Região Nº 9.765Bacharel em Ciências Atuariais - Faculdade de Ciências Econômicas/UFRGSBacharel em Estatística - Instituto de Matemática/UFRGSAcadêmico da Pós-Graduação em Perícia e Auditoria - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Contabilidade/UFRGSTelefone: (0xx51) 9727.2524


Date: Thu, 3 Oct 2013 20:33:46 -0300
From: basilio@hucff.ufrj.br
To: abe-l@ime.usp.br
Subject: Fwd: [ABE-L]: Eleições diretas para reitor na USP





Prezado Vermelho
Inclua somente o nome do Maculan na sua lista .
Teixeira não fez carreira acadêmica
Basilio




Em 3 de outubro de 2013 09:59, Celso Rômulo <celsoromulo@gmail.com> escreveu:


Prezado Vermelho,
Concordo plenamente com você. Mas estou principalmente fazendo observações  ao processo eleitoral em si, não a indivíduos em particular.  E não generalizei, falei em "boa parte da comunidade acadêmica". Maculan e Teixeira, com certeza, não estão aí. O que relatei é com base no que observo há anos na minha universidade e em discussões com professores de outras federais com os quais tenho contato frequente, somente isso. No final das contas, acredito que esta experiência dita democrática trouxe mais prejuízos que benefícios à universidade publica.




Celso Rômulo B. Cabral
Prof. Associado Departamento de Estatística Universidade Federal do Amazonas

2013/10/3 Vermelho <vermelho2@gmail.com>




Acho que em tudo a casos e casos.Sei que na UFRJ, não sou de lá, conheço os casos de, pelo menos, dois ex reitores eleitos pelo voto que jamais deixaram a sala de aula mesmo quando estavam exercendo o cargo. Não deixaram a sala nem as muitas orientações. Aliás, essas mesmas duas pessoas chegaram a ocupar cargos importantes na administração federal, chegando até a secretaria geral de ministérios, em governos diversos, sem nunca deixarem suas atividades acadêmicas e didáticas (escrevo assim porque muitos gostam de separar). Cito seus nomes como homenagem: Nelson Maculan e Aluisio Teixiera.




Por outro lado, certamente todos conhecemos casos de reitores escolhidos por outras formas que só fizeram política e se esqueceram suas origens.É sempre bom e prudente não generalizar. Lembremos dos erros do tipo 1 e 2.





Abraços,

Em 2 de outubro de 2013 20:42, Celso Rômulo <celsoromulo@gmail.com> escreveu:





Apesar de algumas pessoas acreditarem verdadeiramente que esta é uma opção democrática, no fundo, a experiência nas federais tem mostrado que trata-se de uma enorme cilada. Toda a espécie de tramóia, conchavo e golpe baixo da política tradicional é trazida pra dentro da universidade. Surge o docente especializado na caça de cargos, que passa boa parte do seu tempo articulando uma vaga na próxima administração. Durante o período eleitoral, boa parte da comunidade acadêmica envolve-se no processo eleitoral. Professores que estão diretamente envolvidos (candidatos a reitor, vice, possíveis detentores de cargos), passa a não ministrar mais aulas. Depois das eleições, as feridas não cicatrizadas chegam a inviabilizar alguns procedimentos dentro da academia. Há anos sou testemunha ocular de tudo isto. Há anos meu voto é nulo em protesto a esta que é, na minha opinião, uma maneira equivocada de se fazer   democracia.






http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1350589-alunos-em-greve-continuam-com-invasao-na-reitoria-da-usp.shtml







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Celso Rômulo B. Cabral
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*UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
*Titular Professor of
Bioestatistics and of Applied Statistics
*FM-School of Medicine and
COPPE-Posgraduate School of Engineering and
HUCFF-University Hospital
Clementino Fraga Filho.

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